MotoGP, 2021: Razali não quer nem Rossi, nem Dovizioso e deixa ir Morbidelli
O chefe da Petronas pôs tudo finalmente em pratos limpos e quer dois rookies em 2022
Razlan Razali é o chefe da equipa Yamaha Petronas no MotoGP que, em duas temporadas, convenceu das suas capacidades, pois chegou, viu e venceu.
A formação Malaia é umas das mais ricas equipas no Mundial, presente nas 3 classes e amplamente financiada pela Petronas, que tem lucros anuais da ordem dos 8 mil milhões de dólares.
Como uma equipa recém-chegada à MotoGP em 2019, revelou primeiro Fabio Quartararo e depois recolheu seis vitórias com uma Yamaha satélite, pondo a equipa oficial da marca a um canto.
Em 2020, foi vice-campeã com Franco Morbidelli, mas após ceder Quartararo à Yamaha oficial e aceitar Rossi, a Petronas parece a anedota da campanha de 2021, que é a sua terceira entre a elite.
O seu melhor resultado este ano é um único pódio com Morbidelli em 3º em Jerez e Rossi tem-se arrastado, com 5 GPs sem pontos e um melhor de 10º em Itália.
Agora, o contrato com a Yamaha ainda não está assinado, e Morbidelli continua com uma versão de 2019 da M1 e ainda por cima está lesionado e apenas em 13º no Campeonato.
Uma situação de que Razlan Razali não gosta muito, pois agora anunciou que vai tomar o destino da sua equipa em mãos em 2022, fazendo uma varredura limpa…
Razlan Razali fez um comunicado que vai dar que falar. O malaio está de facto a anunciar o fim das brincadeiras com a Yamaha, lembrando que a sua vocação é treinar e revelar jovens talentos, e não ser um fait-divers para uma antiga glória em busca de ressurgimento.
O homem de Petronas é claro: “com todo o respeito por Valentino Rossi, não queremos uma situação semelhante no próximo ano”, diz ele.
A mensagem é clara: se o Vale quiser ser novamente piloto em 2022, será numa das suas Ducati da VR46, pois o seu tempo com a Yamaha Petronas está a chegar ao fim…
Mas o argumento não é apenas sobre o Doctor… “A ideia de Dovizioso é muito atrativa mas mesmo que estes tipos sejam pilotos fantásticos, o nível aumentou muito” continua o malaio. “Valentino é mais rápido do que no ano passado, mas está a lutar para marcar pontos. E Dovizioso está fora há um ano. Queremos jovens que se desenvolvam, como fizemos com Fabio Quartararo, por isso, idealmente, devemos trazer pilotos que não tenham experiência anterior no MotoGP.”
Razali quer portanto ser dono do seu destino e esta determinação também diz respeito a Franco Morbidelli:
“Franco, mesmo que não esteja oficialmente confirmado, deverá substituir Maverick Viñales na equipa de fábrica em 2022”, confirma ele. “É uma progressão natural. É o seu sonho e não poderíamos recusar-lhe a oportunidade se a Yamaha o chamasse. Na verdade, já lhe demos luz verde, agora a discussão está nas mãos do fabricante e da VR46 que representam os interesses de Franco.”
Razlan Razali fechará um capítulo da história da Petronas no MotoGP em 2021 para abrir outro em 2022 com mais experiência política. Aceita assim lançar-se no desconhecido com dois pilotos que deveriam ser rookies. Sabemos que eles não virão das SBK, isto coloca-nos de novo na Moto2 como ponto de partida.
Razali já tem Dixon (96 acima) e Vierge do seu lado, mesmo que estes estejam longe de parecer muito impressionantes.
Provavelmente também ainda está de olho em Raul Fernández, mesmo que a KTM tenha posto objeções, exigindo uma indemnização choruda para libertar o contrato do rookie-sensação da Moto2.
Razali caiu no conto do titubiante (e pouco competente) manager da Yamaha Lin Jarvis!
Pelo visto, a SRT resolveu “virar a mesa” e voltar as origens, como degrau para cavaleiros de Moto2.
Em 2022 devem voltar ao jogo sim!