MotoGP, 2021: Quartararo, sobre ocupar o lugar do “Rei” Valentino

Por a 2 Julho 2021 15:30

O Francês começou a época com alguma pressão, mas à medida que vencia, sentiu-se mais forte e a pressão diminuiu

“A vitória em Portimão foi importante para a minha cabeça, porque a prova foi um desastre em 2020”

Na sua primeira metade da temporada como piloto de fábrica da Yamaha, Fabio Quartararo já amealhou quatro vitórias em MotoGP e lidera a classificação do Campeonato do Mundo por 34 pontos.

Era isto que o jovem de 22 anos tinha em mente quando começou a época?

“Para ser franco, no início do ano não tive nenhuma pressão da equipa, mas muita pressão do exterior. Mesmo que se tente não ouvir falar sobre o assunto, ouve-se muita coisa”, admitiu Fabio Quartararo.

A verdade é que o piloto de Nice tinha substituído o seu antigo ídolo de infância, o nove vezes Campeão do Mundo Valentino Rossi, na equipa Yamaha Monster Energy para 2021, enquanto Rossi se dirigiu à Petronas.

O italiano, agora com 42 anos, tinha dado à equipa da fábrica da Yamaha, com que passou a maior parte da sua carreira, 142 pódios, incluindo 56 vitórias, e quatro títulos num total de 15 anos juntos.

“Tens o lugar do rei, o lugar de Vale, e subconscientemente há sempre um pouco de pressão acerca disso”, revelou Quartararo em retrospetiva. “Além disso, houve também os comentários dos meios de comunicação social: ‘Tens de ser bom, tens de ter um lugar importante na equipa'”.

A libertação do jovem francês veio na segunda corrida da época no Qatar, com a sua primeira vitória como piloto de fábrica:

“Fiquei tão contente com isso que a partir desse momento não ouvi mais nada”.

As próprias expectativas do três-vezes vencedor da época 2020 também eram elevadas.

“Esperava ter bons resultados“, confirmou ele. E estava no bom caminho, com o triunfo no GP de Portugal e as vitórias em Mugello e Assen a seguir.

“A vitória em Portimão foi importante para a minha cabeça porque a prova foi um desastre em 2020 e correu em grande este ano. Com certeza que em 2020 já não estava realmente concentrado, porque sabia que tinha perdido o campeonato. Este ano, por outro lado, foi no início da época”.

Após seis pódios em nove corridas, “El Diablo” lidera a classificação do campeonato mundial com 34 pontos de vantagem sobre o seu rival mais próximo, o compatriota Johann Zarco, da Ducati Pramac.

Sem o problema do braço inchado em Jerez e o curioso problema do fecho do fato em Montmeló, a contagem seria ainda melhor.

A conclusão de Quartararo portanto, é positiva:

“Eu esperava um bom começo, mas não tão bom como acabou por ser. Estou num momento realmente bom da minha carreira. Tenho esta confiança extra, cada vez que me sento na moto sinto-me ainda melhor”.

Quer dizer que o jovem de 22 anos só tem de superar a si próprio?

 “Johann é super-forte, os homens da Ducati são todos super-fortes… Mas não sinto que seja só eu que possa cometer um erro”, contrariou ele.

Ao mesmo tempo, Fabio afirmou também: “Sinto-me super bem e tenho muita confiança. Isso, por sua vez, significa que sou rápido. Quero manter este impulso até à última corrida da época”.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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