MotoGP, 2021: Primeira curva pode ser decisiva no Qatar

Por a 19 Março 2021 15:30

Os especialistas concordam: com o dispositivo de arranque aperfeiçoado, a chave para as esperanças da Ducati pode residir na travagem para a primeira curva

Os mais rápidos foram Jack, Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) e Johan Zarco (Pramac Racing).

A Ducati foi impressionante no Teste do Qatar Test. Não é preciso muita pesquisa ou memória para saber que este circuito tradicionalmente se adequa à sua máquina, com Dovizioso a leva de vencida as duas edições anteriores.

A Ducati tinha uma nova asa aero dianteira, nova eletrónica, uma nova carenagem com algum tipo de acessório de sustentação lateral, e Jack Miller (Ducati Lenovo Team) fez as suas melhores voltas e simulações de corrida com a nova carenagem, e novas peças de chassis que o Team Manager Davide Tardozzi confirmou terem sido desenvolvidas com a ajuda de um engenheiro aeronáutico.

Os estreantes, Jorge Martin (Pramac Racing), Enea Bastianini (Avintia Esponsorama Racing) e Luca Marini (SKY VR46 Avintia) foram também impressionantes, mas compreensivelmente precisam de mais tempo para serem uma ameaça real.

Losail é um circuito que se adequa à Ducati em parte por causa da grande e longa reta. Perdem um pouco no miolo, mas mais do que compensam nas retas.

Mesmo que alguém os passe nas curvas eles vão continuar a passar de novo na reta e a desgastar a concorrência, obrigando-os a correr riscos com o pneu dianteiro.

O que preocupa a Ducati é que as simulações de corridas deles foram boas, mas não espetaculares. As Yamaha, Suzuki e Pol Espargaró na Honda Repsol sentiram-se igualmente fortes, se não mais fortes.

Olhando de fora, a Ducati costuma comer pneus traseiros em comparação com os seus adversários no Qatar.

Logo, a única maneira de ver a Ducati ganhar é se eles chegarem à frente e controlarem o ritmo da corrida para pouparem o pneu traseiro para a luta no final, tal como Andrea Dovizioso fez no passado.

Se os quatro em linha não forem entraves à frente, as Ducati podem correr a um ritmo que fará com que o pneu traseiro sofra mas ainda tenha mais no final para o sprint até à linha.

No entanto, antes dos fãs da Yamaha e da Suzuki ficarem demasiado entusiasmados, a Ducati chegou ao Qatar com um novo dispositivo de arranque, desta vez para a frente da moto e vendo todos os treinos dos pilotos a arrancar, todos os dias, Jack Miller é uma máquina à partida.

Ele pôs a Ducati e os seus dispositivos de arranque duplo em utilização incrível e claramente parecia o mais consistentemente rápido a caminho da primeira curva.

A Yamaha, apenas com um dispositivo de arranque traseiro, sofreu mais patinagem e inconsistência.

A KTM, a Honda e a Aprilia têm agora também dois dispositivos de arranque. Aleix Espargaró (Aprilia Racing Team Gresini) parecia muito impressionante desde a primeira noite na RS-GP totalmente renovada.

As Suzuki GSX-RRs de Joan Mir e Alex Rins, com os seus dispositivos de arranque dianteiros, também mostraram uma velocidade e consistência impressionantes. Isto parecia definir a ordem de partida até às horas de fecho do Teste, quando finalmente Maverick Viñales (Yamaha Monster Energy) quebrou o status e fez alguns bons arranques.

Então Pol e Takaaki Nakagami (Honda LCR Idemitsu) apareceram nas Honda, parecendo rápidos também.

Como se adivinha, muito dependerá de quem chegar à frente na primeira volta.

A pressão, as borboletas no estômago dos pilotos e o ruído ensurdecedor de todas as máquinas do oponente fazem a partida da corrida muito diferente de um arranque de treino.

Com a velocidade total da Ducati e a consistência do trabalho de Jack Miller (o homem que nunca vimos fazer um mau treino em 3 dias) será de admirar se ele não for o primeiro na curva um, e, mesmo que não seja, ele, Pecco e Johan devem ser capazes de colocar a potência da Ducati a bom uso da próxima vez na reta para chegar à frente de qualquer maneira.

Se jogarem bem as cartas, será difícil derrotá-los.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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