MotoGP, 2021, Portimão – Marc Marquez: “Voltar é o mais importante”

Por a 15 Abril 2021 22:28

Marc Marquez falou hoje na conferência de imprensa do GP de Portugal mais em profundidade, sobre a sua ausência por lesão e o regresso em Portimão, antes do primeiro treino livre de amanhã. Aqui fica tudo o que disse o oito vezes campeão do mundo.

260 dias após o acidente no GP da Espanha de 2020, Marc Márquez (Repsol Honda) voltou ao paddock de MotoGP com um sorriso no rosto. O maior teste do oito vezes campeão mundial será esta sexta-feira de manhã, quando regressar às pistas na sua RC213V pela primeira vez em nove meses, mas Márquez passou esta quinta-feira por um outro desafio, enfrentar de novo os mídia na conferência de imprensa desta quinta-feira.

Márquez começou por detalhar o que passou nos últimos nove meses, bem como os desafios que estavam para vir. “Em primeiro lugar, estou feliz por estar com vocês, com toda a família MotoGP em geral, feliz e com borboletas no estômago. Eu sabia que este seria um fim de semana normal… mas quando o TL1 passar, será ainda mais normal”, confessou. “Também estou incerto sobre como será pilotar uma moto depois de nove meses sem o fazer. Viemos aqui sem um objetivo ao nível dos resultados”.

Voltar à competição é o mais importante

“O objetivo é pilotar uma moto de novo e dar o passo mais importante na minha recuperação: ser piloto novamente, voltar à competição. Não estou 100% fisicamente mas junto com os médicos, acreditávamos que era hora. O osso já está consolidado, o que é o importante. Agora vem a parte física e mental, o que vou sentir como um piloto de MotoGP de novo a 300 km/h“. 

E também, há o outro lado do piloto vencedor, saber lidar com a pressão, algo que o piloto de Cervera sempre soube fazer da melhor forma. “Logicamente, sinto que na mídia há uma grande expectativa, mas devemos saber como nos isolar, focar com equipa e não sentir mais pressão do que deveria haver, até porque sou mesmo que exijo a mim próprio estar  no topo. Esta parte da temporada é a minha pré-temporada, e daqui para a frente veremos”.

Os acidentes virão e o corpo tem de estar preparado

E como será a primeira queda, depois de todo este tempo penoso de recuperação? “Logicamente, vai chegar, mais cedo ou mais tarde. É uma das coisas que eu disse ao médico. Quando eu voltar a andar de moto, o meu braço deve estar pronto para bater. Eu vou arriscar e acidentes virão e o corpo deve estar pronto. Então será importante que eu me levante, que eu volte para a moto e isso faz parte dela. O que mais me preocupa não é a  primeira queda, mas andar do jeito que eu quero de novo.”

Que pilotos viu evoluir mais? “Mir cresceu muito. Ele é o atual campeão e tem a experiência de conquistar um título. Resta saber se Quartararo e Viñales darão o salto final. Quem é o líder na Ducati ainda não está claro, Zarco está a surpreender no momento. Até que quatro ou cinco corridas tenham passado na Europa, nada ainda está definido. Eu não apostaria em ninguém porque eu não saberia em quem apostar”

O período mais difícil foi antes da terceira operação

O teu momento mais difícil mentalmente durante a paragem por lesão? “Talvez o mais difícil tenha sido outubro e novembro, dois meses desde a segunda operação, quase três, quando me apercebi que algo não estava a funcionar bem no meu corpo. Notei que algo não estava certo. Decidi fazer uma cirurgia porque algo não estava certo e os médicos aconselharam-me. Com a infecção, foi difícil porque eu não sabia exatamente o que estava a acontecer. A minha família pagou por isso, foram dias difíceis com a terceira operação, mas no final tudo aconteceu.”

A diferença para os primeiros no Campeonato é de 40 pontos… “Em relação aos pontos, não estou nem preocupado nem obcecado. Desde o início não é minha luta ou o meu objetivo principal. Se os primeiros objetivos forem alcançados, então vamos pensar no grande objetivo, que é o título.”

“Vamos tentar recomeçar passo a passo, mas é verdade que eu carrego competitividade dentro da pista e em casa. Com o meu irmão Alex passei mais horas na PlayStation do que nunca. Não poderia fazer muito mais. Também tentei aproveitar dar uma volta, ter um estilo de vida diferente neste 9 meses, mas o que quero mesmo é já amanhã voltar à pista“.  

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Ricardo Ferreira
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