MotoGP, 2021, Assen: Rossi, após mais uma queda: “As MotoGP são mais difíceis de guiar agora!”
Valentino Rossi, que está em posição de saber, após 20 anos na classe rainha, tem estado a comentar as grandes diferenças que viu acontecer na classe a nível técnico
“Agora pode-se entrar em curva com maior velocidade e as trajetórias são diferentes…”
“A aerodinâmica sente-se nas mudanças de direção, é preciso fazer mais força para virar!” – começa por explicar
De facto, basta olhar para as fotos de há 20 anos atrás para ver que se guia de uma forma completamente diferente:
Antes, quando muito, roçava-se o joelho no chão, agora os pilotos saem tanto fora da moto que chegam a encostar os ombros à pista e quase tocam com o capacete no asfalto. Fabio Quartararo é um bom exemplo disto.
Nas curvas, as inclinações atingem cerca de 60° e não é única coisa que mudou: a chegada dos apêndices aerodinâmicos veio ajudar a carregar a dianteira das motos, para o pneu funcionar melhor, mas por outro lado, obriga a um maior esforço físico nas mudanças de direção.
Isto reflete-se até na construção dos fatos modernos, que agora apresentam raspadores não só no joelhos, mas nos cotovelos e ombros também.
Valentino Rossi é um exemplo de um piloto que passou por todas as classes, através das 125 e 250 a 2 tempos até às 500 e está, portanto, em boa posição de comentar as mudanças efetuadas no estilo de pilotagem:
“O estilo de pilotar mudou muito nos últimos anos”- diz ele – “especialmente no que respeita à posição na moto… todos se penduram muito muito mais, com os ombros para fora em curva!” – explicou Valentino, depois de mais uma vez não terminar um Grande Prémio em Assen.
Acerca da diferença trazida pela aerodinâmica, o piloto ainda está indeciso:
“Não sei dizer ao certo, é claro que permite ter melhor aceleração e travar mais tarde, mas acho que as maiores evoluções se devem aos pneus, travões e eletrónica e não à aerodinâmica…”
Estas interferem principalmente nas fases todo-importantes de entrada e saída de curva:
“Sem dúvida, as MotoGP atuais são muito exigentes fisicamente” – salientou o multi –campeão – “Sobretudo, permitem travar mais tarde e entrar muito, muito rápido em curva… isto faz com que até as trajetórias tenham mudado também!”
O efeito das aletas e apêndices aerodinâmicos faz-se notar sobretudo nas pistas muito rápidas, mas em traçados técnico como Assen, pode até atrapalhar, como Valentino termina, explicando:
“Com estas soluções aerodinâmicas a moto torna-se mais pesada nas mudanças de direção e é preciso fazer mais força!” -concluiu o piloto da Yamaha Petronas, algo desanimado parente mais uma desistência.