MotoGP, 2021: A evolução técnica da Honda

Por a 23 Julho 2021 16:30

A meio da época de 2021 de MotoGP, concluímos a recapitulação dos desenvolvimentos técnicos que vimos de cada fábrica com a Honda

Não foi por nada que deixámos nesta nossa avaliação a Honda para último.

Por onde começar com os problemas que agora flagelam o fabricante anteriormente mais bem sucedido do MotoGP?

Alguns pilotos, como Lorenzo, consideraram a RC213V inguiável. Outros, como Stoner, só conseguiram resultados com ela na era dos pneus Bridgestone, quando a confiança na frente era absoluta, coisa que (pelo menos, ainda) não acontece com a Michelin.

Para lidar com essa dificuldade, a Honda contratou um dos mais agressivos pilotos da MotoGP para o lado de Márquez, Pol Espargaró.

Depois, tentou inúmeras soluções à procura do Graal, uma moto que alguém, para lá de Marc Márquez, pudesse conduzir à vitória sem estar constantemente no chão. Claramente, não foi Espargaró, que vai pelo recorde de quedas na MotoGP este ano.

E a procura continua. No total, a Honda já utilizou três chassis diferentes em 2021. Estes são o chassis 2021 que tem uma grande secção de carbono colada na trave principal, o chassis de 2020 que Marc Márquez tem montado durante a maior parte do ano, e o novo chassis que tanto Pol Espargaró como Marc Márquez da Honda Repsol usaram em Assen. Este é o mesmo chassis que Stefan Bradl testou no Circuito de Jerez-Angel Nieto em Janeiro.

Para além disso, a Honda trouxe um dispositivo de arranque frontal à festa, assim como um novo conjunto aerodinâmico que foi revelado no Sachsenring.

A atualização da aero veio depois da Honda ter inicialmente experimentado cinco pacotes aerodinâmicos diferentes no início do ano, com os gigantes japoneses a descobrirem cuidadosamente qual deles funcionava melhor.

Nas equipas satélite, (se considerarmos a LCR de Lucio Cecchinello como duas equipas de um piloto cada) Nakagami tem sido o melhor, mas ainda falta o tão almejado pódio.

Durante o Teste de Jerez, e depois visto novamente no Teste da Catalunha, a Honda tem estado a pilotar uma moto que exibe uma entrada de ar completamente nova, sempre com uma carenagem de RC213V negra, em carbono em bruto.

É algo a ter em conta no futuro, especialmente no final da temporada, uma vez que os testes de pré-época de 2022 começam.

Uma pequena diferença entre as motos de Marc Márquez e Pol Espargaró tem sido também o escape. O número 93 tem um escape de especificação mais antiga que se pode distinguir da moto de Espargaró, pois tem uma ponta de maior diâmetro e isto tem quase de certeza a ver com a sensibilidade do piloto.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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