MotoGP, 2020, Valência: Alex Márquez confia na Honda

Por a 30 Outubro 2020 14:30

Após dois pódios consecutivos, e apesar de uma queda, Alex Márquez, da Honda Repsol, continua a dizer que tem um bom pacote

No GP de Teruel, a Honda Racing Corporation teve o pior resultado em 38 anos, desde que compete em MotoGP. Um tal falhanço de se colocar nas posições cimeiras só se encontra na história da marca se recuarmos aos dias de 1979 e do fiasco com a malograda NR500 de 4 tempos.

Nessa altura , com um melhor resultado de 13º de Takazumi Katayama no GP da Áustria de 1981, a moto inovadora mas problemática provou ser embaraçosamente lenta e pouco fiável, a ponto de ser alcunhada de “Nearly Ready (quase pronta) nesses anos.

Agora, num paralelo arrepiante, embora os presságios fossem bons, depois de boas exibições de Nakagami, Crutchlow e Márquez nos treinos, apenas nove pontos resultaram da última corrida, 5 do 11º de Crutchlow e 4 do 12º de Bradl. Por comparação, Miguel Oliveira sozinho marcou 10 na KTM.

Alex Márquez, com dois lugares no pódio nas corridas anteriores a dar-lhe um certo favoritismo antes da prova, fala sobre a sua desilusão, mas não oculta o facto da RC231V ter dado um salto em frente nas última provas.

“Ainda estamos a andar na moto com que começámos a época”, diz Alex Márquez. “Não mudou muito em comparação com as corridas iniciais. No entanto, penso que estamos agora a conseguir tirar mais partido dos nossos pontos fortes. É o meu primeiro ano, por isso não foi fácil para mim, mas lentamente cada vez entendo tudo melhor.”

Isto reflete-se também nos seus resultados. O irmão de Marc não só está a lutar com Brad Binder para a classificação de “Rookie of the Year”, como silenciou muitos que tinham dúvidas com dois segundos lugares seguidos.

“Tive problemas com os pneus no início, não estava habituado a eles. Mas é normal. Na classe Moto2 também tive dificuldades depois da minha mudança. Entretanto, ao todo, temos um bom pacote. Dou-me bem com o pneu dianteiro e também tenho uma melhor sensação com o pneu traseiro.”

No início da época, os pilotos da Honda tinham-se queixado do pneu traseiro, que tantas dificuldades causou a várias marcas:

“O teste em Sepang ainda correu bem. Depois disso, não avançamos, com a falta de tração na extremidade do pneu. Não sabíamos como controlar isso. Agora temos mais aderência. É verdade que outros fabricantes têm ainda mais aderência, mas estamos no caminho certo.”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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