MotoGP, 2020, Misano: Joan Mir exulta com pódio

Por a 17 Setembro 2020 15:30

Joan Mir, da Team Suzuki Ecstar, reflete sobre o GP de São Marino em Misano, e a sua espetacular ultrapassagem na última volta sobre Valentino Rossi, para ocupar a terceira posição no pódio.

“Foi uma corrida muito boa no domingo e estou muito feliz com o que consegui alcançar. A verdade é que eu estava a apontar para um pódio, mas tive um começo estável, e um grande momento nalgumas voltas mais complicadas. A partir daí, concentrei-me em entrar num bom ritmo, e a 10 voltas do fim, de repente percebi que podia subir ao pódio.”

“Precisava de andar sem cometer erros e tive de desligar um pouco o meu cérebro, não pensar no facto do pódio estar tão perto! Primeiro passei pelo meu colega de equipa, Alex, e depois tive de pensar em enfrentar o Rossi.”

“No final, tudo se resume ao instinto, o instinto de corrida assume o controlo. Quando estou a correr, os meus rivais são um pouco ‘sem nome’ e isso não é desrespeito, mas quando estou focado no momento, prefiro não ter os nomes deles na minha cabeça. Não penso que “preciso de passar por este, preciso de passar por aquele”.

Só tento concentrar-me em atingir o meu objetivo e não em quem os meus rivais em pista possam ser, caso contrário, aqui em Misano o pensamento seria “É melhor ficar-me, porque se algo acontecer com o Valentino Rossi é dramático” mas não podes dar-te ao luxo deste tipo de pensamentos quando és um corredor.”

“O meu processo mental foi simplesmente que eu sabia que era mais rápido do que ele nos dois primeiros setores da pista, e isso é um benefício quando se trata de lutar com alguém como o Rossi numa pista que ele conhece tão bem!”

“Na Curva 10 sabia que tinha de aproveitar o ritmo que tinha, por isso tentei preparar uma ultrapassagem, arriscando um pouco. Ele abriu a linha um pouco, o suficiente para eu passar, larguei os travões e fui por dentro dele. Mas enquanto o fazia, estava a dizer na minha cabeça: “Por favor, não feches a linha!”, porque podíamos ter acabado os dois no chão! Depois soube que tinha de pegar na moto rapidamente e mantê-la estável no último setor, e os meus esforços valeram a pena porque na minha última volta fiz o meu melhor tempo pessoal no sector 4, ainda mais rápido que a volta de qualificação.”

“Quando cheguei ao Bagnaia nas últimas duas curvas apercebi-me que ele estava a abrandar, mas já era tarde demais para tentar alguma coisa. Se eu soubesse disso, se tivesse percebido um pouco mais cedo, com certeza teria preparado uma ultrapassagem, mas nessa altura era demasiado arriscado. A última volta foi emocionante! Vemo-nos no próximo fim de semana.”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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