MotoGP, 2020: Fabio Quartararo preocupado com inconsistência da Yamaha

Por a 15 Dezembro 2020 15:00

Fabio Quartararo lança-se com confiança renovada na próxima temporada do Mundial de MotoGP de 2021, mas considera que houve inconstância da parte da Yamaha em 2020

“A Yamaha tem de começar a ouvir as minhas orientações a nível técnico!”

O francês, depois de um 2019 como rookie mas protagonista, teve um 2020 dececionante, e agora vai tentar juntar todas as peças que foram criadas ao final de meses muito complicados, tanto mentalmente, como a pensar nas sensações com a sua moto.

A partir do próximo ano, o natural de Nice passará da equipa da Petronas para a equipa oficial da Yamaha, com o primeiro objetivo de encontrar uma linha clara em termos de configuração técnica da moto.

Nos últimos dias, a ideia de uma troca de ideias e dados com Valentino Rossi tinha-se generalizado. A resposta de “Diablo” é bem diferente.

“Acho que quanto menos pessoas envolvidas houver, melhor! Quando muitas pessoas trabalham no desenvolvimento de uma moto, gera-se confusão. Darei a minha opinião à Yamaha e espero que a ouçam. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar a melhorar a moto, por isso a Yamaha precisa de compreender que o meu principal objetivo é chegar ao topo, mas também poder andar na moto. Por isso, acho que temos de ter um inverno muito bom, tanto para mim como para a equipa de testes. Isto será muito importante porque não se pode modificar o motor e, portanto, terá de se trabalhar em todas as outras áreas”.

O problema básico de 2020 foi a falta de constância da M1.

“Preocupa-me, porque no ano passado fizemos 19 corridas em 19 pistas diferentes e a moto estava bem em todo o lado. Este ano fizemos 14, em apenas sete circuitos diferentes, e a mota andou bem em três ou quatro, mas de outra forma foi um desastre”.

Embora só tenha corrido na classe rainha desde há dois anos, o francês exibe muita confiança.

“Não tenho muita experiência no MotoGP, mas acho que sei claramente o que dizer à Yamaha sobre os aspetos a melhorar. Acho que também teremos de acreditar neles. Está tudo muito bem dizer que a moto não é assim tão boa, que há trabalho a fazer para a pôr a funcionar, mas também temos de acreditar no facto de terem conseguido fazer motos fantásticas no passado. Para mim, a época passada é o melhor exemplo, porque foi a minha primeira. Acho que temos de confiar na equipa, dar as nossas ideias e é importante acreditar no projeto. Acho que é uma vantagem estar na equipa oficial. Mal posso esperar para estar com eles e juntar-me aos técnicos para expressar as minhas ideias.”

Fabio acaba com uma análise mais geral da situação na Yamaha:

“A moto do ano passado foi muito boa. Não conduzi a de 2016, mas disseram-me que era forte. Portanto, as soluções estão lá, basta descobrir como progredir nas áreas onde temos mais dificuldades. Quando olhamos para os dados do Franco Morbidelli, é evidente que estamos a perder algo em curva e com a aderência na parte de trás. Temos de trabalhar nisso e fazer algumas análises. Acho que a Yamaha está muito motivada porque vê que a moto de 2020 foi um desastre para todos nas últimas corridas. Não precisamos de dizer o tempo todo que a moto não está a funcionar. Eles conseguem ver isso e estão a trabalhar no problema. Vão encontrar alguma coisa e espero que se possa fazer a estreia das melhorias no teste, incluindo com o Cal Crutchlow. Espero que estejam motivados e prontos para identificar o problema.”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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