MotoGP, 2020, Europa: Gerloff, um Americano na berra

Por a 7 Novembro 2020 11:20

Após dois treinos livres difíceis em que enfrentou uma série de condições variáveis com sucesso, Garrett Gerloff é a nova sensação da MotoGP e pode ter se colocado na mira das equipas para 2021

É impossível salientar demais a prestação do recém-chegado, que substituiu Valentino Rossi na Yamaha Monster Energy na Sexta feira do GP da Europa, até o Italiano ter sido pronunciado apto a participar.

Apesar de aterrar de para-quedas nos treinos livres de Valência, enfrentando a pressão de uma nova moto, e logo a moto de Rossi, um novo circuito, pneus diferentes, travões de carbono desconhecidos, uma equipa nova e, por último, condições traiçoeiras, o Texano deu um recital de condução.

Apenas dizer que ficou na primeira sessão livre em 16º, deixando atrás de si Mir, Crutchlow e Quartararo, e na segunda, apesar de acabar em 19º, chegou a andar em quinto por momentos, não chega para descrever o desempenho do piloto de Houston.

Lutando com bravura na M1 de Valentino Rossi nas condições traiçoeiras, o americano não só não cometeu erros, mas extraiu o melhor da YZR-M1, pois melhorou constantemente ao longo da sessão em que fez 16 voltas largadas, acabando com o seu melhor tempo de 1:34.107 a 1,5 segundos dos tempos rápidos de Miller.

É justo dizer que, com esta exibição de talento, o americano de 25 anos colocou-se numa posição em que estará na mira de algumas equipas, quem sabe já para o ano, até porque há um fator que muitas vezes não é aparente nas negociações: a importância de voltar a ter um piloto americano no Moto GP, que não escapará a ninguém: é sabido que a própria Dorna, consciente do potencial da atrair mais apoio no mercado americano pela presença de um piloto local, teria a sua influência nas conversações com qualquer equipa que pretendesse trazer o americano para o Mundial.

A promotora pode facilmente influenciar a decisão, facilitando os pagamentos à equipa, ou numa série de maneiras nas negociações no paddock.

Seja como for, depois de grandes como Lawson, Rainey, e ultimamente Nicky Hayden, todos estão cientes da importância de voltar a ter um Americano no pelotão, e se for um grande talento, que faça sonhar multidões, tanto melhor!

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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