MotoGP, 2020: As quedas da temporada

Por a 29 Novembro 2020 14:00

Uma das estatísticas mais reveladoras do que se passou em pista na época é a das quedas: quem, aonde e quantas vezes

O “nosso” Miguel Oliveira teve 2 quedas em corridas, sempre com colegas de marca envolvidos…


Não é surpresa que, com tantos pilotos a lutar pelo pódio e pela frente das corridas, uma das estatísticas de 2020 revele que o número de quedas nas três classes aumentou este ano, especialmente na categoria rainha e nas Moto2.

Na MotoGP, também não será surpresa descobrir que Johann  Zarco foi o campeão das quedas, ainda conseguindo por vezes levar outros pilotos, como Espargaró, Morbidelli ou Dovizioso com ele.

O “nosso” Miguel Oliveira teve 2 quedas em corridas, com a particularidade de serem sempre com colegas de marca envolvidos: Numa, foi abalroado por Binder e noutra colidiu com Espargaró quando este fechou a trajectória… um recorde nada mau que mostra bem o nível de condução de precisão que o português da KTM pratica.

Marc Márquez, claro, teve apenas uma, mas com tal gravidade que o exclui pelo resto da época.

Nas restantes classes, Kasma Daniel, Navarro e Gabriel Rodrigo também contribuíram para os números de 2020.

É normal no final da época olharmos para o número de quedas e este ano, o total das três categorias foram 722 quedas, o número mais baixo nos últimos 10 anos, mas também com apenas 14 corridas para as MotoGP contra 19 o ano passado e 18 em anos anteriores, tem que se ver esse número em proporcionalidade.

Se formos para a média, esta até subiu, com um total de 12,8 quedas por fim-de-semana na categoria rainha, comparado com 11,6 da época anterior.

Até mesmo em Moto2 a média também subiu de 18,3 para 19,4 e, pelo contrário, nas pequenas Moto3, a média ficou-se por 16,6, o número mais baixo desde o ano 2000.

Destas, a MotoGP leva uma fatia considerável, mas é a mais baixa de todas, com 180 quedas, uma média de, como vimos, 12,8 por corrida.

Ao contrário do que sucedeu em épocas anteriores em que se caia mais nos treinos, agora cai-se mesmo mais durante as corridas.

A sessão que atrai menos quedas, mais uma vez sem surpresas, é o Warm Up, onde os pilotos não vão buscar nada de especial, apenas uma verificação geral, embora nas Moto 2 fosse ao contrário, com 36 quedas mais do que nas sessões de qualificação!

Já dissemos que nas MotoGP o recordista de quedas foi Zarco, que teve 15, mais que uma por Grande Prémio disputado, mas Alex Márquez está muito perto, com 14.

Segue-se Aleix Espargaró com 12, Lecuona e Binder a seguir mas desculpável por serem rookies…

Valentino Rossi, este ano, caiu pouco, mas com muitas quedas em corrida, um total de 6 vezes, uma mais que Crutchlow, que costumava estar também num lugar alto neste “ranking”.

Obviamente, a sua condição física delicada deve-o ter levado a ser mais cuidadoso este ano…

É engraçado notar que os dois homens que acabaram no topo da tabela do campeonato, Mir e Morbidelli, tiveram o mesmo número de quedas durante o ano…

Dois pilotos que cometem muito poucos erros são Viñales e Dovizioso, que estão no fundo da tabela de quedas, e o recorde pela positiva é de Danilo Petrucci que só caiu duas vezes em 14 Grandes Prémios!

Já nas Moto2, o asiático Kasma Daniel caiu 20 vezes, mais uma que Jorge Navarro com o pódio de despistes completado por Gabriel Rodrigo com 18…

Outros a aparecer neste triste registo são Izdihar, Chantra, Vietti e Dalla Portae, claro, Lowes, cuja queda de final de época pode muito bem ter-lhe custado o título de Moto2.

Em termos dos circuitos, perfeitamente explicado pela aparição de chuva pela primeira vez desde o ano passado, Le Mans foi a pista que produziu mais quedas com um número redondo de 100.

Conversamente, e apesar dos pilotos o terem considerado difícil e um bocadinho assustador, ou talvez por isso mesmo, o “nosso” Portimão teve o registo mais baixo, com apenas 32 quedas em todas ad classes ao longo do fim–de-semana que viu a MotoGP regressar a Portugal.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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