MotoGP, 2020, Aragón: Mir em modo de limitação de danos

Por a 14 Outubro 2020 15:00

Mir admite que depois do fiasco de Le Mans “não pode dar-se ao luxo de repetir em Aragón”

A tentativa de Joan Mir no GP de França passou de mal a pior quando os céus abriram, mas no final o piloto da Suzuki limitou os danos à sua carga ao título de MotoGP de 2020, baixando apenas dois pontos para Fabio Quartararo.

Joan Mir diz que as condições meteorológicas complicadas em Le Mans provavelmente o ajudaram a limitar os danos, apesar de um fim de semana castigador, marcado por uma corrida de altos e baixos.

Com a capacidade da Suzuki GSX-RR de gerar calor nos seus pneus limitada pelas condições frias de outono, Mir viu-se na mó de baixo contra Fabio Quartararo desde o início do fim-de-semana.

A oito pontos do francês à chegada à ronda de casa do rival, as aspirações ao título de Mir pareciam destinadas a levar um rombo no domingo, quando se qualificou na 14ª posição, bem à deriva da pole position do rival.

No entanto, a chuva pouco antes do início da corrida viria, nalguns sentidos, a salvar o dia para Mir, mesmo que, tal como Quartararo, nunca tivesse começado uma corrida de MotoGP à chuva anteriormente.

No entanto, Mir teve de trabalhar duro para isso, pois quase ficou para último depois de ter tido de tomar acção evasiva na Curva 1 para evitar um Valentino Rossi em queda, antes de lutar para obter aderência do pneu traseiro. No entanto, uma recuperação tardia levou-o à cauda de Quartararo, e mesmo brevemente à frente deste, antes de se fixar no 11º lugar, com o rival da Yamaha em 9º.

Isso significa que Mir perdeu apenas dois pontos para Quartararo (agora a 10 pontos), mas diz que terá de perceber como foi dos mais lentos no início, mas quase o mais rápido de todos no final.

“Estava a acontecer algo, não conseguia aquecer o pneu traseiro, por isso não me estava a sentir bem e estava a perder muito tempo nas primeiras voltas.”

“Depois, quando comecei a recuperar uma boa sensação, consegui ser muito forte, ainda mais do que esperava. Acabei a andar forte, por isso estou feliz por isso, porque foi a minha primeira corrida em condições molhadas.”

“A prestação no final da corrida foi muito alta. É muito importante entender o que aconteceu no início porque não é normal que no final da corrida eu fosse um dos mais rápidos, mas no início o mais lento.”

“Fui mais forte na segunda parte da corrida, por isso é importante saber o que aconteceu porque se não temos aderência de saída, perdemos a traseira como aconteceu ao Valentino.”

Refletindo sobre a batalha pelo título de MotoGP de 2020, que depois de França está mais ou menos como antes, Mir está consciente de que esta forma indiferente não pode ser repetida no próximo duplo encontro de Aragón/Teruel.

“Ambos tivemos uma má corrida, acho que não estávamos na posição em que esperávamos estar. Até foi bom, porque em condições secas ele tinha algo mais do que os outros, por isso provavelmente teria a hipótese de ganhar, e eu não era um dos mais rápidos em condições secas. Teríamos melhorado do 11º lugar, talvez ficado entre os cinco primeiros, por isso, se ele conseguisse a vitória, teria perdido mais pontos. Fazer uma corrida má é permitido, mas o que não podemos fazer é repetir esta performance em Aragón.”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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