MotoGP, 2020: Alex e Marc Márquez falam da época

Por a 4 Dezembro 2020 16:00

Longe de ser um espetador passivo, Marc Márquez  viveu intensamente as corridas do irmão Alex do seu sofá e até o aconselhava na escolha de pneus

“Uma coisa é fazer os testes de Inverno e a primeira corrida, outra estar sem a moto muito tempo e de repente, começar a correr!”

Marc Márquez

Agora que a época acabou e a maior parte dos pilotos estão a começar a gozar um merecido período de férias, ficamos a saber numa entrevista promovida pela Estrella Galicia, que, longe de ser apenas uma fã passivo em casa, Marc Márquez apoiava o irmão Alex constantemente, fornecendo informação, aconselhando-o nas escolhas de pneus e geralmente excitando-se tanto com as participações do irmão como se estivesse seu lado no circuito:

“Foi um ano muito invulgar para mim em tudo” – diz Marc Márquez – “nem podia correr, só fiz uma corrida em Jerez e o ambiente era estranho!”

“Quanto o Alex liga sábado das corridas, falávamos disso, falávamos das corridas e de como o ambiente era estranho, sentimos falta dos fãs…”

“O paddock pode ser um sítio esmagador, mas depois sentimos falta daquela atmosfera…”

“Foi um ano anormal, especialmente para mim, devido às lesões, mas em todo o mundo um pouco!”

“Acho que o Alex foi notável, porque conseguiu obter dois pódios na sua primeira época e no ano em que havia uma quarentena…”

“Estivemos parados durante muito tempo, mesmo eu, com experiência na categoria, notei que é uma coisa fazer os testes de Inverno e depois a primeira corrida, e outra estar sem a moto durante muito tempo e depois, de repente, começar a correr!”  

“É o progresso que faz a diferença, se começamos bem e depois se vai para baixo, é mau… Se começamos por baixo e depois melhoramos, está tudo bem…”

“Para ser franco, não esperava que o Alex conseguisse um pódio!”

“Às vezes, ele dizia que ia fazer um pódio, quando estivesse molhado, ou assim e eu dizia a brincar, ia, ia, mas não esperava que acontecesse, e quando ele obteve um em Le Mans foi um grande resultado.”

“Mas acho que o resultado em Aragón foi ainda mais importante, nas duas corridas em Aragón e a corrida de Portimão, acabar no Top 10 mostrou como ele progrediu!”

Alex, por seu lado, abriu a época com o irmão acompanhando-o a partir de casa “Num ano em que não havia fãs no circuito, tinham ficado em casa, foi importante ter um fã que me apoiava, que me mandava vídeos, que me telefonava constantemente, era como um maluco, mas era também divertido!”

“Quando havia bons resultados, mas também nos maus, encorajava me a continuar, a olhar em frente, e isso foi muito importante!”

“Eu dava-lhe as listas das opções de pneus, até para o manter calmo, senão ele passava-se!”

Ao que Marc responde que gostava de ter estado em Le Mans e Aragón.

Por agora, a confrontação fica adiada até para o ano, e Marc tenta pensar como será se acabar por lutar por posições com o seu irmão.

“Obviamente se pensar nisso agora, penso que não vou passar por ele, de qualquer maneira, mas uma vez que estamos lá, tenho que passar por ele como se fosse outro qualquer, e se for a última volta, teria que tentar!”

“Não gosto de falar de rivalidade com o meu irmão, mas quando acontece na PlayStation é melhor se eu ganho do que se ele ganha!”

Ele estava-me a picar porque ele é sempre o das curvas rápidas, eu sou o das curvas lentas” – diz Marc – “e eu disse-lhe, esta coisa, com a Honda vai mudar, e no fim, ele concordou comigo, às vezes as nossas forças são diferentes das da nossa moto e temos que nos adaptar!”

Por fim, Alex falou também da mudança para 2021, um ano em que, apesar de continuar com a Honda, vai estar na equipa satélite LCR de Lucio Checchinello.

“Acho que uma mudança de equipa vai-me fazer bem, ou pelo menos, espero que sim!”

“É por isso que também aceitei este desafio, sempre disse que não era um passo atrás, é um passo em frente, para continuar a treinar e fazer progresso e tornar-me um piloto mais completo na categoria de MotoGP!”

“Ainda tenho milhares de coisas para aprender, e acho que estar com as pessoas certas e no sítio certo me vai ajudar a aprender todos os detalhes…!”

“Esperemos também que seja um ano mais normal pra nós e que possamos gozá-lo juntos!” – remata para acabar.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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