MotoGP 2020: 10 ensinamentos do Teste de Sepang
A nova temporada entrou em funcionamento com Sepang, e na Malásia, vimos um primeiro vislumbre de como 2020 pode desenvolver-se em 10 aspetos
- Marc Márquez e a recuperação de cirurgias:
Márquez não conseguiu completar um programa completo de testes por causa do ombro e o espanhol admitiu que “se sentiu pior do que esperava na moto“. O número 93 completou 131 voltas ao longo dos três dias a “60-70%”, por isso vai ser interessante ver como se sai o oitavo campeão do mundo na Prova do Qatar.
Takaaki Nakagami (Honda LCR Idemitsu) também regressou de uma cirurgia no Teste de Sepang. O piloto japonês admitiu que precisava de tomar analgésicos no segundo e terceiro dia. Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech 3) parece recuperado, e ficou impressionado com a nova KTM, a terminar em 12º nos tempos combinados.
- Regresso da Yamaha de Lorenzo:
Jorge Lorenzo estava a bordo de uma YZR-M1 no Circuito Internacional de Sepang e participou no último dia da Prova Oficial no Domingo. O pentacampeão mundial terminou a apenas 1,348 do tempo mais rápido de Fabio e expressou a sua satisfação.
- Quartararo e a M1 de 2020:
A julgar pelas folhas de tempo, o Rookie de 2019 fez uma transição perfeita para a máquina de 2020. Um 1:58.349 de Quartararo no último dia ficou aquém do recorde de volta de Danilo Petrucci estabelecido na prova no ano passado, mas foi 0,192 mais rápido do que o próximo melhor da Yamaha – Valentino Rossi.
- A aclimatação de Zarco à Ducati:
Johann Zarco, o novo piloto da Reale Avintia, começou a vida como piloto da Ducati em Sepang e fez progressos impressionantes desde o dia 1 até ao dia 3. No dia da estreia, Zarco estava a 1,5 do ritmo – certamente nada de que se envergonhar. No Sábado, essa diferença foi reduzida para 1,2, com o duplo campeão do mundo de Moto2 a melhorar o seu tempo de 2:00.464 para 1:59.825. Depois, no último dia, Zarco fixou um 1:58.951 para se sentar a apenas 0,602 do ritmo de Quartararo, menos de um décimo mais lento do que o de Andrea Dovizioso (Ducati Team).
- Os rookies:
Alex Márquez (Honda Repsol), Brad Binder (KTM Red Bull Factory) e Iker Lecuona (KTM Red Bull Tech 3) desfrutaram de pelo menos cinco dias de trabalho duro no Circuito Internacional de Sepang, com as novas regras que permitem aos estreantes da classe rainha participar no Circuito Internacional de Sepang, no teste de shakedown. O atual campeão do mundo de Moto2, Márquez, terminou como o rookie mais rápido em Sepang, ainda que apenas 0,062 à frente de Binder. Alberto Puig, team manager da Repsol Honda, ficou impressionado com Márquez, uma vez que o número 73 terminou a apenas 0,693 do tempo mais rápido. O progresso de Binder também foi impressionante. O sul-africano cortou o seu tempo di Dia 1. De 2:00.519 para 1:59.104 no final dos três dias, com Lecuona a encontrar cerca de 0,7 segundos do dia 1 a 3. E com as KTM com um aspeto tão forte, não se surpreendam de ver Binder e Lecuona a desafiarem para o Top 10 desde o início no Qatar.
- Novo dispositivo de arranque espiado…
Já o vimos na Ducati, já o vimos na Aprilia. E agora, apareceu na Yamaha. Sepang viu o piloto de testes da YZR-M1, Katsuyuki Nakasuga, estrear a versão da fábrica de Iwata, antes de a passar a Rossi e Maverick Viñales, da Monster Energy Yamaha.
- A Aprilia e KTM confirmaram a sua impressionante velocidade? Sim, em absoluto. A novíssima RS-GP da Aprilia parece estar ao rubro, tanto numa volta de qualificação como na simulação de corrida.
Na KTM, as coisas também pareciam brilhantes. O trabalho árduo de Pol Espargaró (KTM Red Bull Factory Racing) tanto no shakedown como no Teste Oficial viu-o definir um 1:58.610 para se colocar a apenas 0,261 de Quartararo. Dani Pedrosa, piloto de testes, também bateu um 1:58.6 no novo composto macio da Michelin para mostrar as melhorias contínuas da KTM.
- Qual é a posição da Ducati?
É uma boa pergunta. Gigi Dall’Igna, diretor-geral da Ducati Corse, explicou como ficou “bastante contente” com a forma como correu o Teste de Sepang, com o italiano a confirmar que a moto de 2020 “melhorou com certeza em comparação com a moto do ano passado”. No entanto, parece que onde a Ducati mais se debate é com os novos pneus Michelin, apesar de Andrea Dovizioso (Ducati Team) ter dito que a sensação com eles melhorou.
O líder das Desmosedici foi Francesco Bagnaia (Pramac Racing) em 4º, com Danilo Petrucci (Ducati Team) e Jack Miller (Pramac Racing) a terminarem dentro de um top oito compacto.
Dovi, 15.º classificado, também disse que tanto ele como Miller fizeram as suas voltas mais rápidas com o pneu médio da Michelin, pelo que o Teste do Qatar será muito interessante para a fábrica de Bolonha.
- A Suzuki e a Yamaha ultrapassaram os seus défices de velocidade máxima?
Ambas as fábricas testaram novas especificações de motores no Teste de Valencia e Jerez e continuaram a usar o seu novo motor em Sepang, mas conseguiram reduzir os seus défices de velocidade máxima para os da Ducati e da Honda? Se olharmos para as velocidades máximas de cada fabricante ao longo dos três dias no Teste de Sepang, a leitura é positiva para o equipamento de Hamamatsu e Iwata.
- Jack Miller (Ducati) – 337,5 km/h
- Pol Espargaró (KTM) – 331,3 km/h
- Cal Crutchlow e Marc Márquez (Honda) – 330,3 km/h
- Maverick Viñales (Yamaha) – 329,3 km/h
- Joan Mir (Suzuki) e Aleix Espargaro (Aprilia) – 328,3 km/h
- Como está a concorrência em 2020?
O argumento da velocidade superior leva-nos ao nosso ponto de conversa final. Com as melhorias da KTM e da Aprilia, o fosso entre as seis fábricas foi de 0,345 segundos. No ano passado, eram 1,401. Este ano, os 24 melhores pilotos, toda a grelha mais os pilotos de testes Bradley Smith e Jorge Lorenzo, ficaram divididos por 1,549. Com os novatos a brilhar e as melhorias ainda por fazer, o plantel de 2020 parece preparado para fazer um espetáculo de criar água na boca, e vamos aprender ainda mais ao longo dos três dias no Circuito Internacional de Losail, nos dias 22 e 24 de Fevereiro. 2020 chegou em estilo!