MotoGP, 14 pontos separam Bagnaia e Martín: como chegámos a este ponto?
Francesco Bagnaia e Jorge Martín chegam às últimas duas rondas do campeonato separados por apenas 14 pontos, com 74 pontos ainda em disputa. A vantagem foi quase sempre do italiano ao longo do ano, mas já houve um período em que Martín assumiu a liderança. Vamos ver como é que esta diferença pontual se construiu, corrida a corrida.
Em Portimão, Bagnaia ganhou logo uma vantagem grande, tendo um fim de semana perfeito, com vitórias no sprint e na corrida principal. Já Martín, embora tenha sido segundo classificado no sprint, registou um DNF na corrida, com Bagnaia a ter uma vantagem de 37 pontos contra nove do espanhol. Na Argentina, Martín recuperou terreno, embora só tenha conseguido dois pontos na corrida sprint, mas depois foi quinto na corrida principal. Bagnaia só conseguiu quatro pontos em todo o fim de semana, todos na corrida sprint. Por isso, Bagnaia somava 41 pontos, enquanto Martín passava a ter 22. Nos Estados Unidos, Bagnaia venceu a corrida sprint, mas depois caiu na corrida principal, ao passo que o espanhol não fez melhor, não tendo igualmente visto a bandeira de xadrez no domingo depois de um terceiro lugar no sprint. Pecco passava a ter 53 pontos, enquanto Martín tinha 29.
Passando para o território europeu, Bagnaia ganhou mais vantagem em Jerez, com um pódio no sprint e uma vitória no domingo, algo que o fez subir à liderança do campeonato. Martín foi quarto classificado em ambas as corridas, passando a ter 48 pontos no campeonato contra os 87 do líder. Martín recuperou bastante na ronda seguinte, em França. Bagnaia, que já tinha caído em 2022, fez o mesmo em 2023, depois de um acidente com Maverick Viñales, não dando sequência ao seu terceiro lugar no sprint. Já o espanhol venceu o sprint e foi segundo classificado no domingo, ficando a apenas 14 pontos do seu rival (80 pontos contra 94). Bagnaia redimiu-se no fim de semana seguinte, em Mugello, vencendo as duas corridas do fim de semana, embora Martín não tenha perdido muito, uma vez que conseguiu pódios em ambas as provas. Pecco passava a ter 131 pontos, contra os 107 de Jorge Martín.
Martín respondeu na mesma moeda na prova seguinte, na Alemanha, conseguindo a sua primeira dupla vitória do ano, batendo inclusivamente Bagnaia na corrida. O italiano fez o que Martín tinha feito na ronda anterior, conseguindo dois pódios, o que o deixava com 160 pontos, contra os 144 do piloto da Pramac. Bagnaia voltou a distanciar-se nos Países Baixos, vencendo no domingo em Assen, ao passo que Martín não subiu ao pódio em nenhuma das corridas, o que o deixava com 159 pontos, contra os 194 do líder. Já em Silverstone, Bagnaia respondeu ao 14.º lugar na corrida sprint com um segundo posto no domingo, enquanto Martín voltou a não conseguir nenhum pódio, embora tenha saído do fim de semana com mais 14 pontos, passando a ter 173, contra os 214 de Bagnaia.
No Red Bull Ring, Bagnaia conseguiu uma dupla vitória pela terceira vez na temporada, saindo da Áustria com a pontuação máxima. Martín registou a sua terceira prova consecutiva sem qualquer pódio, com a distância a aumentar para os 62 pontos (251 contra 189), a mais larga da época. A partir daí, Martín começou a ganhar terreno. Na Catalunha, Bagnaia voltou a subir ao pódio no sprint, mas sofreu um highside no domingo num incidente que até provocou bandeira vermelha. A corrida recomeçou sem o campeão do mundo e Martín aproveitou para regressar ao pódio, reduzindo a distância para 50 pontos (260 contra 210). Ainda a sentir o efeito da sua queda em Barcelona, Bagnaia não esteve nada mal em Misano, conseguindo dois terceiros lugares. Contudo, Martín venceu ambas as corridas, passando a ter 247 pontos, contra os 283 do campeão.
O MotoGP saiu da Europa e Martín continuou o seu bom momento na Índia, vencendo à frente de Bagnaia no sprint, conseguindo depois um segundo lugar na corrida, com Bagnaia a cair. Apenas 13 pontos separavam os dois (292 contra 279). Martín venceu depois as duas provas no Japão, mas Bagnaia manteve a vantagem no campeonato, com um terceiro lugar no sprint e um segundo posto na corrida, deixando três pontos a separá-los (319 contra 316). Martín passou pela primeira vez para a frente depois do sprint na Indonésia, que o espanhol venceu, ao passo que Bagnaia foi apenas oitavo classificado. Contudo, no domingo, Martín caiu quando liderava com três segundos de avanço, e Pecco venceu, tendo saído de 13.º, para voltar ao comando (346 pontos contra 328).
Na Austrália, a corrida principal foi passada para sábado, devido às condições atmosféricas previstas para domingo e que levaram ao cancelamento do sprint. Aí, Martín voltou a desfrutar de uma vantagem grande, mas uma escolha errada de pneus fez com que a perdesse, passando de primeiro para quinto, com Bagnaia a terminar no pódio e a passar a ter 366 pontos contra os 339 do seu rival. O espanhol voltou à melhor forma na Tailândia, aguentando Bagnaia e Brad Binder na corrida principal para vencer, depois de já ter ganho a sprint, reduzindo a distância para 13 pontos. Mais recentemente, na Malásia, Martín bateu Bagnaia por um lugar no sprint, com Bagnaia a responder na mesma moeda na corrida principal, deixando-nos no cenário atual, com vantagem do campeão de 14 pontos (412 contra 398).