MotoGP: 10 anos do título de Nicky Hayden

Por a 23 Outubro 2016 16:13

O australiano Nicky Hayden regressou este fim de semana à equipa da Honda com o qual foi campeão do Mundo em 2006. A comemorar os seus 10 anos do seu único título, Hayden, ocupou no GP da Austrália o lugar do lesionado Dani Pedrosa e terminou na 17ª posição depois de uma queda, quando lutava pela 10ª posição com Jack Miller.

O MotoSport recorda-lhe a história da conquista do título do “Kentucky Kid”, alcançado em Valência a 29 de outubro de 2006, num texto do jornalista Fernando Matos, publicado na altura do AutoSport.

Valentino Rossi apresentava-se em Valência como grande favorito à conquista do título em MotoGP. Um estatuto reforçado com os oito pontos de vantagem que possuía sobre o norte-americano Nicky Hayden mas, depois do que se tinha passado em Portugal, ninguém se atrevia a colocar as mãos no fogo. Tudo parecia jogar a favor do campeão do Mundo – até as estatísticas! Rossi tinha ganho ali em 2003 e 2004 e rubricado um terceiro lugar no ano passado.

Já Hayden, nas três vezes que ali tinha corrido, em duas tinha acabado a por terra e apenas em 2005 tinha batido o italiano, ao ser segundo classificado. E, para colocar ainda a fasquia mais alta contra o norte-americano, este ano Rossi, quando não caiu ou sofreu problemas mecânicos, concluiu sempre à frente de Hayden. Um cenário que o italiano se limitou a justificar nos treinos com a pole position, enquanto o seu rival se quedava pela segunda fila da grelha de partida.

Mas em Valência, onde se viveu um ambiente de emoção, tensão e diversão, com mais de 130 mil espetadores nas bancas, o melhor estava reservado para a corrida. Rossi estava muito confiante depois de rubricar a quinta pole da época, que considerou como «a pole da minha vida». O campeão do Mundo sabia que era importante partir na frente e livrar-se da confusão do pelotão e também estava consciente de que nada estava, «ainda seguro», mas também dava conta da sua moral em alta: «Esta corrida vale mais do que qualquer outra. É importante sabermos que estamos em forma e com a moto bem acertada. A tensão é normal e precisamos de convertê-la em concentração e agressividade.», conforme explicou no final dos treinos.

Hayden também não escondia que, apesar de largar da segunda fila, «estava convencido de que tinha um bom ritmo. Irei esperar pelas primeiras voltas para estabelecer a estratégica da corrida.» Os campeões também erram Tudo estava a postos para o início de um final dramático para uma das temporadas mais disputadas da história da classe rainha do Mundial. Mas estava escrito que este não seria o dia de Rossi que, logo no arranque, cometeu o primeiro erro, realizando uma largada desastrosa que o atirou para o sétimo lugar, atrás das duas Ducati e da armada da Honda. Mas nada parecia perdido para o italiano  até que, à quinta volta, o incrível, o impensável, acabou por acontecer, com o infalível Rossi a cair depois de cometer um novo erro, deitando por terra o sonho de festejar um eventual oitavo título mundial e sexto consecutivo.

Nicky Hayden nem queria acreditar que, depois do sucedido no Estoril, estivesse a 26 voltas de conquistar o título! Lá na frente continuavam firmes as Ducati, com Troy Bayliss a cometer a proeza de vencer pela primeira vez em MotoGP, dois anos depois de ter abandonado esta categoria. Hayden subiu ao terceiro lugar do pódio para festejar o título, enquanto Rossi ainda conseguiu levar a Yamaha até um insuficiente 13º lugar.

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Virgílio Machado
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