MotoGP, 2020: Retomar em Julho seria ótimo, segundo Aspar

Por a 11 Maio 2020 15:00

A lenda de MotoGP Jorge Martinez ‘Aspar’ acredita que a notícia da semana passada sobre o reinício da temporada em Jerez é positiva.

Tendo em conta o plano proposto para retomar a atividade no Campeonato do Mundo no fim de semana de 19 de Julho, em jerez, Jorge Martínez “Aspar” analisa a situação atual e destaca a motivação dos pilotos da Equipa Aspar antes do regresso à competição.

A Dorna apresentou uma proposta para voltar às corridas no dia 19 de Julho. Se este plano for aprovado, temos apenas dois meses antes de voltarmos a ver corridas do Campeonato do Mundo. Qual é a sensação de ouvir isto?

“Acima de tudo, sinto grande emoção e muita alegria em ver que temos a possibilidade de voltar à pista em breve, e mais ainda sabendo que seria em Espanha, no circuito Jerez – Ángel Nieto. Todas as equipas esperavam grandes notícias como esta.”

Como valoriza o trabalho da Dorna nestes meses de incerteza?

“Durante estes meses tenho estado em contacto constante com a Dorna, a falar com eles e a aprender em primeira mão sobre as ideias que estavam a considerar, e só posso dizer que estou feliz e orgulhoso por pertencer à grande família do Campeonato do Mundo e ter a Dorna e a IRTA (International Road Racing Teams Association) na vanguarda da competição, porque estão a tornar possível uma grande evolução do próprio campeonato e eles têm reagido muito bem a esta situação.”

O que espera deste recomeço do campeonato? Quais são os objetivos da Equipa Aspar?

“Acho que o importante para nós é que fomos capazes de começar no Qatar e concluímos o primeiro grande prémio da temporada, onde também conseguimos a vitória com Albert Arenas, e com Aron Canet conseguimos um grande resultado em Moto2. Os objetivos e planos desta temporada de 2020 continuam os mesmos: pretendemos ser campeões mundiais em Moto3 e lutar por pódios e vitórias em Moto2. O início da temporada confirmou que as nossas perspetivas este ano são dar um grande passo em frente.”

Durante estas semanas, continuou a manter contacto com os seus pilotos. Como é que os vê?

Estou muito entusiasmado sempre depois de falar com eles, porque sempre que falamos, vejo que eles estão ainda mais ansiosos para voltar à pista e retomar a rotina de corridas do que eu. É muito positivo vê-los ansiosos por andar de moto, é um grande sinal que eles têm muita ambição e estou certo de que, uma vez que voltemos a competir, eles vão lutar por grandes resultados.”

O que diria para motivá-los? Com o plano de voltar a competir em dois meses, eles já estarão motivados?

“Tenho a certeza que estão altamente motivados. O importante, para eles e para todos, é poder começar a 19 de Julho em Jerez. Mais tarde, esperamos ter um calendário que nos diga quantas corridas podemos completar em 2020. A partir daí, vamos elaborar um plano para a temporada, que será diferente do que tínhamos planeado para um ano com vinte corridas. Se, no final, tudo for feito na Europa, serão cerca de dez Grandes Prémios; Se pudéssemos ir para a Ásia ou América em Outubro ou Novembro, seriam ainda mais. Vamos mudar a aproximação à temporada.”

Neste tempo sem corridas físicas, a Dorna realizou vários GPs virtuais. O que acha desta nova proposta?

“É sempre positivo que a Dorna esteja envolvida em iniciativas como esta, que nos aproximem mais dos jovens e que certamente ajudarão a criar novos fãs do nosso desporto. Faz parte da evolução que vivemos na sociedade e a Dorna está a levar a cabo essa evolução com sucesso. Além disso, foi uma boa forma de compensar a ausência de corridas, porque os fãs têm sido capazes de desfrutar os nossos pilotos novamente, embora num formato diferente. Na semana passada abriram a competição às categorias de Moto3 e Moto2 e a verdade é que foram duas corridas muito divertidas, gostei muito de vê-las.”

Passaram-se meses a lutar contra o vírus e houve tempos difíceis, especialmente para todos os médicos e pessoal essencial que estiveram na primeira fila, a trabalhar sem parar. O que lhes dirias?

“Gostaria de agradecer-lhes, em primeiro lugar, por terem salvo tantas vidas; embora os números sejam assustadores, sem eles nem isso teria sido possível. Quero agradecer-lhes por terem assumido o risco por nós, porque, infelizmente, alguns deles também faleceram. Devemos estar todos orgulhosos e gratos por todos os que tornaram isto possível, desde médicos e enfermeiros até pessoal de limpeza e as forças policiais… É um pesadelo. Ninguém poderia imaginar, nem mesmo o mais pessimista, que viveríamos o que vivemos. Quero, daqui, prestar-lhes a minha mais sincera e humilde homenagem. E agora que conseguimos achatar a curva após o esforço comum, peço a todos que ajam de forma responsável: façam-no por si, façam-no por todos.”

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