Moto3: Desilusões italianas

Por a 18 Julho 2017 17:40

É tradicional quando olhamos para a categoria mais baixa do Mundial de MotoGP, desde há uns anos denominada a esta parte de Moto3, termos na nossa mente presente que são os pilotos espanhóis e italianos que monopolizam as primeiras posições.

Essa situação verifica-se novamente em 2017 onde após a primeira metade da temporada nos 11 primeiros classificados no campeonato apenas o escocês John McPhee não pertence a estes dois países. Contudo no campo italiano as coisas não estão a correr 100% bem, apesar de Romano Fenati estar no segundo lugar do campeonato a 37 pontos do líder, Joan Mir. Desde logo o facto das nove corridas realizadas apenas duas vitórias terem ficado para a Itália (Romano Fenati e Andrea Migno) e as restantes para a Espanha. Em termos de poles a questão nem se coloca, pois até ao momento os pilotos italianos ainda não conseguiram partir do primeiro lugar da grelha de partida.

Se entrarmos numa análise mais atenta ao desempenho dos pilotos italianos constatamos algumas desilusões em figuras, onde eram depositadas grandes esperanças no início da época.

Desde logo o vice-campeão do mundo em 2016, Enea Bastianinni, que para este ano rumou à Estrella Galicia, mas até ao momento tem sido completamente batido pelo colega de equipa, Arón Canet, ocupando um modesto nono lugar do campeonato a mais de 100 pontos do primeiro lugar. Exibindo dificuldades de adaptação à nova equipa, ‘Basta’ ainda não somou nenhum pódio e tem apenas como melhor resultado dois quartos lugares. Muito pouco para quem o ano passado foi dos poucos que ainda incomodou a espaços o campeão do mundo, Brad Binder.

Quem também não está melhor é Nicolò Bulega. Depois de um ano de estreia positivo no Mundial, conseguiu dois pódios e uma pole, o protegido de Valentino Rossi ainda não conseguiu subir o nível em 2017 e tem marcado a sua temporada por uma grande irregularidade exibicional, facto que ajuda a explicar o atual 11º lugar no campeonato. A situação torna-se ainda mais crítica quando do outro lado da boxe o seu colega de equipa, Andrea Migno, já venceu e ainda por cima no ‘caseiro’ GP de Itália.

O ramalhete fica completo com Niccolò Antonelli, que é um dos grandes mistérios deste campeonato. O transalpino, que mudou-se em 2017 para a conceituada Red Bull KTM Ajo, somou apenas 16 pontos em nove corridas e tem evidenciado grandes dificuldades na formação que o ano passado viu Brad Binder ser campeão do mundo e Miguel Oliveira vice-campeão do mundo em 2015. Muitos problemas para o piloto italiano, que já o ano passado havia tido uma época discreta em comparação com a registada em 2015 onde venceu duas provas. Antonelli bateu no fundo nas últimas duas rondas, pois ficou de fora devido a uma hérnia na cervical.

Veremos se a habitual pausa de verão será sinónimo de mudança para estes três pilotos, que já mostraram em outras ocasiões o seu talento, mas que desta feita têm sido notícia pela negativa,

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Alexandre Melo
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