Moto3, 2021, Áustria: Acosta x Garcia: Vira o disco e toca o mesmo?

O domingo das Moto3 em Spielberg foi estonteante entre a KTM de Acosta e a GasGas de Garcia. Será que iremos assistir a uma repetição do duelo na frente das Moto3?

A corrida de Moto3 no GP da Estíria foi uma das grandes corrida de todos os tempos. Condições complicadas, intriga com os pneus, e os dois primeiros do Campeonato deixando o campo a morder o pó para se dedicarem ao seu próprio duelo, que terminou numa volta e curva finais que se tornarão lendárias na classe de pesos leves.

Pedro Acosta (KTM Red Bull Ajo) e Sergio Garcia (Santander GASGAS Aspar) estavam numa classe aparte no domingo, e agora vão fazer tudo de novo.

A primeira coisa que aprendemos com o GP da Estíria é que Acosta só continua a merecer a atenção que tem atraído.

Não precisava de ganhar, mas arriscou para fazer exatamente isso e conseguiu. Alguns pontos teriam sido bons para o piloto, agora 53 pontos de vantagem no topo da classificação, mas na verdade Pedro Acosta não corre por pontos, corre para vencer.

Ele também mostrou que ainda é um mestre do Red Bull Ring, após cinco vitórias consecutivas na Red Bull Rookies Cup para a sua primeira aparição em Moto3 na pista. Assim, a caminho do GP austríaco, há um favorito claro no topo e a diferença é ainda maior.

A segunda coisa que aprendemos, no entanto, é que Garcia também vai pôr tudo em jogo… e as apostas para o piloto da Aspar foram, sem dúvida, ainda mais altas do que as de Acosta.

A sua investida por dentro, sublinhando claramente a sua crença de que roçar faz parte da corrida, foi uma afirmação em si mesma, mesmo que não lhe garantisse, em última análise, a vitória.

Se ele não tivesse voltado a montar e conseguido aguentar o segundo lugar, poderia ter acabado por se retirar da verdadeira disputa pela coroa, e ainda assim estava disposto a ir em frente.

Antecipando o GP austríaco, não há razão para esperar que ele recuse uma segunda hipótese de ganhar. E ele e Acosta já eram os favoritos firmes desde o TL1 seco…

No entanto, alguns rostos mais rápidos também deixaram uma boa marca na pista. Romano Fenati (Sterilgarda Max) voltou ao topo, já tem forma vencedora e fez uma jogada tardia, completando também um sonho de relações públicas para um pódio todo KTM, (A GASGAS e a Husqvarna são sub-marcas da KTM e, na prática, idênticas) Jaume Masia (KTM Red Bull Ajo) voltou aos lugares da frente após uma montanha-russa mais dura até agora, e Ayumu Sasaki (KTM Red Bull Tech3) regressou de lesão para voltar diretamente para os cinco primeiros, como sempre com o objetivo de conseguir mais da próxima vez.

Darryn Binder (Petronas Sprinta), entretanto, ultrapassou todos os outros em slicks, pelo tipo de margem que normalmente abarcaria a totalidade dos pontos… e ficou entre os seis primeiros.

Deniz Öncü (KTM Red Bull Tech3) também merece um grito pela sua pole position, a primeira para a Turquia, e depois apostar em slicks, o que noutro dia poderia ter sido um golpe de mestre.

Acosta continua a ser o homem a bater, mas Garcia já mostrou que está disposto a arriscar muito para tentar fazer exatamente isso.

O que esperar no Bitci Motorrand Grand Prix von Österreich? Se for algo como no fim-de-semana passado, vamos ter uma surpresa!

Paulo Araújo

Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal

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