Moto2: O resumo da 1ª parte da temporada de Miguel Oliveira
Confirmando os bons indicadores deixados na pré-época e durante os treinos livres, Miguel Oliveira terminou no quarto posto o Grande Prémio do Qatar, prova de abertura da temporada, alcançando até aquela altura o seu melhor resultado em Moto2, nesta que é a sua segunda temporada na competitiva categoria intermédia do Mundial de MotoGP.
Quinto à partida, o piloto português caiu para sétimo após o arranque, mas rapidamente desembaraçou-se de dois velhos conhecidos o seu antigo colega de equipa na Leopard Racing, Danny Kent, e Xavi Vierge, o piloto com quem o ano passado lutou pelo título de melhor rookie. Depois de uma luta animada com Takaaki Nakagami, a 11 voltas do fim o piloto da Red Bull KTM Ajo ascendeu a quarto após ultrapassar de forma magistral Álex Márquez.
Na segunda metade da corrida, Miguel Oliveira perseguiu novamente Takaaki Nakagami pelo lugar mais baixo do pódio, mas apesar da forte pressão nunca teve uma verdadeira hipótese para suplantar o consistente piloto nipónico. Fica no entanto uma grande estreia com a KTM em Moto2, o que deixa água na boca para o futuro do vice-campeão do mundo de Moto3 em 2015 e da própria KTM nesta categoria.
Quanto à vitória ficou nas mãos de Franco Morbidelli, que assim garantiu o seu primeiro triunfo no Mundial de MotoGP.
A segunda ronda da temporada levou os pilotos até à Argentina onde Miguel Oliveira esteve em plano de destaque ao conquistar a sua primeira pole position bem como da KTM em Moto2.
Na corrida Miguel Oliveira e a marca de Mattighofen alcançaram o primeiro pódio na categoria intermédia do Mundial ao terminar num saboroso segundo lugar. Um resultado que culminou um fim de semana onde mais uma vez o piloto luso foi um dos grandes protagonistas e tornou-se no primeiro português a subir ao pódio numa corrida de Moto2.
Partindo da pole position, Oliveira caiu nos primeiros momentos da corrida para o quinto posto. Contudo o piloto da Red Bull KTM Ajo rapidamente ascendeu a terceiro, posição em que rodou grande parte da contenda. Miguel Oliveira distanciou-se do seu mais direto perseguidor, Thomas Lüthi, mas sem nunca baixar os braços partiu em busca dos dois homens da Marc VDS, Franco Morbidelli e Álex Márquez, que desde as primeiras voltas imprimiram um ritmo diabólico.
Na segunda metade da corrida o vice-campeão do mundo de Moto3 em 2015 esteve ao ataque volta após volta, mas não conseguiu aproximar-se o suficiente de Márquez e Morbidelli para tentar algo mais. Contudo na última volta com a queda de Álex Márquez, quando este tentava ainda chegar ao triunfo, o piloto português ascendeu a um saboroso segundo lugar ao qual juntou ainda a volta mais rápida da corrida.
Já a vitória na Argentina ficou nas mãos de Franco Morbidelli, que dominou toda a corrida e nem mesmo a pressão nas últimas voltas de Álex Márquez, que por momentos ainda esteve no comando, travaram o piloto italo-brasileiro.
A terceira ronda da temporada foi o GP das Américas, prova onde o português da KTM, partindo da sétima posição, terminou no sexto lugar.
Numa corrida, que já se sabia que seria muito exigente, nas primeiras voltas o piloto da Red Bull KTM Ajo rodou no sexto posto, tendo subido ao quinto lugar após a queda do irreverente Mattia Pasini na curva 1.
Contudo e apesar de ter realizado uma corrida muito consistente, à semelhança do que já havia feito nos treinos livres, Oliveira não mostrou durante a mesma ter ritmo para chegar perto dos quatro primeiros, pois se recuperava tempo na parte sinuosa do circuito de Austin, depois perdia terreno na zona mais rápida, o que impossibilitava a tentativa de conseguir ir mais além. Ao mesmo tempo acabou por ceder o quinto lugar para Dominique Aegerter, que vinha a segurar de forma magistral, após ter falhado uma travagem para a curva 1. Até ao fim o piloto português bem tentou recuperar, mas não conseguiu chegar novamente perto da Suter de Aegerter.
Quanto à vitória ficou pelo terceiro Grande Prémio consecutivo nas mãos de Franco Morbidelli.
A chegada à Europa do Mundial de MotoGP aconteceu à quarta ronda e teve lugar em Jerez com o GP de Espanha, onde Miguel Oliveira voltou a estar imperial.
Na sua sétima corrida a contar para o campeonato do mundo de Moto2 no traçado de Jerez de La Frontera, o piloto português conseguiu no circuito andaluz a terceira posição final após uma corrida marcada pelas elevadas temperaturas.
Uma impecável gestão de corrida ajudou o piloto da KTM a recuperar de forma notável na segunda metade da prova para a cinco voltas do final ultrapassar de forma magistral um dos seus adversários e assegurar o seu segundo pódio do ano e também o seu segundo pódio no circuito de Jerez pois já em 2015 o tinha conseguido, então na classe Moto3 e também com a KTM.
Quarto na linha de partida Oliveira perdeu três posições na fase inicial da corrida mas após os primeiros momentos começou a construir o seu ritmo e na terceira volta era sexto para subir mais uma posição na nona passagem.
Duas voltas depois passou para a frente de Dominique Aegerter e iniciou a recuperação que o levou ao terceiro lugar a cinco voltas do final após anular cerca de dois segundos ao seu adversário assinando assim o seu segundo pódio do ano, o 14º na sua carreira.
A quinta ronda da temporada levou as equipas do mundial de MotoGP para o mítico traçado de Le Mans.
Uma ronda onde perante uma multidão que rondou os 100.000 espectadores Miguel Oliveira realizou a sua quinta corrida do campeonato do mundo de Moto2, uma prova complicada no final de um fim‑de‑semana onde o piloto e a equipa da KTM tentaram sempre encontrar o melhor equilíbrio para um conjunto que fez a sua estreia no recentemente asfaltado circuito Le Mans.
Uma ronda onde a juventude do projecto KTM foi mais do que evidente e nem mesmo o positivo ‘warm-up’ ajudou a ultrapassar as dificuldades que voltaram a ser evidentes ao longo das 26 voltas da corrida, onde Miguel Oliveira nunca se sentiu confortável, tendo acabado por em 17º, a mesma posição que ocupou na grelha de partida.
Sem confiança na moto o piloto da KTM ainda passou pelo 13º lugar na 12ª volta, mas na bandeira de xadrez, mas acabou por terminar em 17º longe dos lugares do seu real valor, do potencial da sua moto e da capacidade da equipa. Um GP complicado, mas que foi mais um importante passo no crescimento da KTM na classe Moto2.
Após uma prova para esquecer, Miguel Oliveira viajou para Mugello onde se realizou o GP de Itália.
Partindo da 9ª posição, Miguel Oliveira terminou na quinta posição a sexta ronda da temporada, numa corrida bem conseguida e onde se despachou cedo de Luca Marini com quem teve de lutar nas primeiras voltas pelo top cinco.
Miguel Oliveira acabou a corrida a pressionar Franco Morbidelli na quarta posição, numa boa prestação do piloto português que tudo fez para entrar na luta pelos lugares do pódio.
A vitória essa ficou nas mãos de Mattia Pasini (Italtrans Racing Team), a primeira vitória do piloto italiano na categoria intermédia do Mundial, que levou ao rubro o muito publico italiano em Mugello, numa corrida onde Pasini apenas garantiu o lugar mais alto do pódio na última volta numa luta titânica com Thomas Luthi e Alex Márquez.
De regresso a Espanha, o Mundial teve paragem em Barcelona para o tradicional GP da Catalunha, onde o piloto português assinalou a sua 100ª corrida no Mundial de motociclismo.
Miguel Oliveira partindo da 7ª posição da grelha, terminou o GP da Catalunha, na quarta posição, numa corrida bem conseguida, apesar da temperatura elevada que se faz sentir e onde Oliveira terminou a pressionar o terceiro classificado.
Com uma excelente largada, o piloto português da KTM rapidamente entrou no grupo da frente, acabando por ocupar a quinta posição até ao momento em que Franco Morbidelli comete um erro e Oliveira aproveitou para ultrapassar o líder do campeonato.
Na frente do piloto de Almada, Thomas Luthi tudo fez para aguentar os ataques do português, que se mostrou mais rápido que o suíço na segunda fase da corrida, mas não o suficiente para permitir que Miguel Oliveira voltasse a subir ao pódio no circuito da Catalunha.
A vitória essa ficou nas mãos de Alex Márquez, a segunda da temporada após a vitória no GP de Espanha, que saindo da pole position disparou na frente conquistando uma pequena vantagem para os seus mais diretos adversários que não conseguiram reagir ao ataque do piloto espanhol, que acabou por fazer uma corrida isolada.
Contudo após a corrida, Mattia Pasini, que havia cruzado a linha de meta em segundo, foi desclassificado. O resultado desta acção foi o facto das análises realizadas ao óleo utilizado na sua Kalex, após a qualificação e já depois na contra-análise, terem apresentado resultados diferentes daqueles que são legais à luz do regulamento.
Coma a desclassificação de Pasini Miguel Oliveira, subiu do quarto para o terceiro lugar, somando assim mais um pódio esta temporada.
Após a Catalunha o Mundial viajou para a Holanda para o mítico circuito de Assen, para uma ronda onde Miguel Oliveira voltou a estar entre os cinco mais rápidos da corrida.
Partindo da 4ª posição, Miguel Oliveira realizou uma corrida intensa terminando na quinta posição a oitava ronda da temporada, numa corrida de loucos onde cinco pilotos passaram pela liderança, entre os quais Miguel Oliveira, que esteve no comando da prova na primeira fase da corrida.
Sabendo que tinha que protagonizar uma largada forte para se manter entre os da frente o piloto da KTM rapidamente atacou a concorrência para ascender duas posições e ser segundo nas primeiras três voltas, onde nem mesmo um toque com Franco Morbidelli o fez baixar o ritmo.
Na quarta volta Oliveira era o líder de um sexteto e segurou a posição durante três passagens numa intensa luta com a concorrência que juntou a seu lado os restantes cinco melhores do campeonato.
Curva após curva os seis pilotos lutavam como nunca neste campeonato e no final, na derradeira metade da última volta tudo se decidiu, com Miguel Oliveira a cruzar a meta na quinta posição a seis décimas do vencedor.
A última corrida antes da paragem para férias teve lugar em Sachenring, o GP da Alemanha, onde mais uma vez o piloto português esteve em destaque ao terminar mais uma vez no pódio.
Partindo da 6ª posição, Miguel Oliveira realizou uma corrida intensa e notável terminando na segunda posição o GP da Alemanha, numa corrida cheia de incidências, realizada com o piso seco.
Na largada, Franco Morbidelli foi melhor, mas nas chegada à curva 1 acabou por ser surpreendido pelo seu companheiro de equipa Alex Márquez, com o espanhol a ficar na frente da corrida, o que foi sol de pouca dura, já que à passagem da segunda volta Thomas Luthi, subia de terceiro para primeiro, surpreendendo os dois pilotos da EG 0,0 Marc VDS.
Na mesma volta, Miguel Oliveira subia de oitavo para quinto e procurava colocar no quarteto que seguia na sua frente.
A 25 voltas do final, Alex Marquez, sofreu uma violenta queda na curva 3, acabando por abandonar a corrida o que aconteceu ao espanhol pela primeira vez esta temporada.
Na luta pelo terceiro lugar, Miguel Oliveira despachava-se de Sandro Cortese, numa altura em que na frente da corrida, Franco Morbidelli, assumia o comando ultrapassando Thomas Luthi, enquanto o português da KTM realizava a volta mais rápida corrida 1m24,483s, um novo recorde do circuito, e mantinha um ritmo elevado procurando colar nos dois da frente.
A 18 voltas do final Luthi cai na curva 12, deixando Morbidelli sozinho na frente da corrida, com Miguel Oliveira na segunda posição a dois segundos da liderança.
Volta após volta o português foi encurtando a distância para o líder e a 12 voltas do final estava já em cima do italiano, disposto a lutar pelo lugar mais alto do pódio.
A uma volta do final Oliveira assume o comando mas Morbidelli responde e volta à liderança da corrida, não mais largando a primeira posição apesar dos ataques de Miguel Oliveira até à linha de Meta, conquistando a sexta vitórias em nove corridas, com o português a terminar a 0,66s do vencedor e a garantir mais um pódio, o quarto da temporada.
Após as nove primeiras rondas da temporada, as contas do campeonato mostram que Franco Morbidelli mantém a liderança com 173 pontos, Thomas Luthi soma 136 pontos e ocupa a segunda posição, enquanto Miguel Oliveira é terceiro lugar com 114 pontos, mais um que Alex Márquez que soma 113. Já Matia Pasini fecha o top cinco com 93 pontos.