Moto2: Miguel Oliveira encerra testes de Jerez em 3º

Estão concluídos os primeiros testes oficiais do Moto2 com vista à preparação da temporada de 2017, que arranca dentro de 15 dias debaixo da iluminação artificial da pista de Losail (Qatar). Durante três dias todo o plantel da categoria intermédia do Mundial esteve em pista, naquele que marcou o primeiro confronto da Red Bull KTM Ajo e consequentemente Miguel Oliveira com os restantes adversários.

E não correu nada mal o desempenho do piloto português, que demonstrou ter em mãos uma máquina que pode permitir lutar pelas primeiras posições deste competitivo campeonato ao contrário do que aconteceu o ano passado ao serviço da Leopard Racing. No final dos três dias o vice-campeão do mundo de Moto3 em 2015, que não rodou na última sessão do dia dando já por concluído o seu trabalho em Jerez, teve como melhor tempo o crono de 1m42.316s, alcançado no primeiro dia, e que ficou abaixo do recorde oficial da pista espanhola.

Um registo que pulverizou em quase 0.1s o recorde oficial da volta mais rápida ao circuito de Jerez em Moto2, que estava nas mãos de Sam Lowes, que com o tempo de 1m42.408s alcançou a pole position para o Grande Prémio do ano passado. Ontem e hoje a principal preocupação do luso residiu em acumular voltas com a sua moto, tendo mesmo realizado ontem uma simulação de corrida. Veremos agora como se comporta a nova KTM na próxima semana nos testes de Losail (Qatar), pista da qual esta estrutura ainda não rodou com o novo protótipo de Moto2.

Quanto ao melhor tempo destes ensaios ficou nas mãos de Álex Márquez. O piloto da Marc VDS parou hoje o cronómetro em 1m41.989s, sendo o único homem a entrar no segundo 41, mas ainda longe do registo de Axel Pons (1m41.730s) nos testes do ano passado e que constitui o tempo mais rápido de uma Moto2 no circuito de Jerez. Uma boa performance para o irmão mais novo de Marc Márquez e que deixa água na boca para o que poderá ser a época do piloto espanhol, que tem pautado a sua passagem pela categoria intermédia do Mundial com muita irregularidade apesar de todos reconhecerem a sua enorme valia.

No segundo posto ficou o seu colega de equipa, Franco Morbidelli, que evidenciou a boa forma da Marc VDS, uma das principais equipas do campeonato, e ao mesmo tempo perfila-se como um dos homens mais rápidos do pelotão. De destacar também o bom desempenho de Dominique Aegerter que aos comandos da nova Suter MMX2 conseguiu ficar com o quarto tempo. A performance do homem da Kiefer Racing demonstra que se o desenvolvimento da MMX2 for feito de forma correcta  poderemos estar na presença de uma moto para lutar pelas primeiras posições, isto apesar da outra equipa que também possui na sua garagem a nova MMX2, a Dynavolt Intact GP, ter ficado com os seus dois pilotos, Sandro Cortese e Marcel Schrötter, na parte inferior da tabela classificativa.

Nota também para os bons desempenhos dos estreantes Jorge Navarro e Fabio Quartararo. Navarro foi o último homem a rodar abaixo do recorde de Sam Lowes, curiosamente o piloto que estava no lugar que agora é seu na Gresini. O espanhol foi o quinto mais rápido, enquanto Quartararo quedou-se pela oitava posição. Já o colega de equipa de Miguel Oliveira, Brad Binder, continua à procura da melhor forma física, depois da lesão num braço, ao mesmo que se adapta a uma nova moto pelo que não foi além da modesta 24ª posição no final dos três dias. Por fim destaque para Takaaki Nakagami e Thomas Lüthi, dois dos principais pilotos do campeonato, que apesar de não terem obtido tempos canhão marcaram constantemente presença no lote de pilotos mais rápidos.

Os testes oficiais do Moto2 regressam na próxima semana já em Losail para novos três dias de trabalho, que vão decorrer entre 24 e 26 de março.

Alexandre Melo

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