Miguel Oliveira – fibra de campeão…do Mundo!
Por Pedro Mendes a 5 Agosto 2018 22:23
Cada vitoria numa corrida de Moto2, é composta por muitos momentos e situações dificeis que um piloto tem que fazer jogar em seu favor.
Esta corrida de Brno foi o perfeito exemplo de uma excelente corrida, como o publico gosta, disputada até ao fim, até á linha de meta da ultima volta.
Mas vencer nestas circunstancias, implica muitas qualidades por parte de quem desejar pisar a linha de meta na frente de todos os suas adversários.
Estamos a falar de uma categoria em que cerca de 30 pilotos dispõem de motor igual e as suas motos apenas diferem no quadro, nas afinações e eventualmente na escolha de pneus.
Por outro lado falamos de corridas com 19 voltas, em que o comportamento de cada moto vai variando á medida que a corrida avança, fruto do desgaste, da perda de peso á medida que o combustivel se vai consumindo e tambem em função da temperatura da pista e suas condições de aderência.
Nesta corrida de Brno, Miguel Oliveira partiu da 2ª linha da grelha o que representou uma enorme vantagem se compararmos com a maioria das corridas anteriores em que foi forçado a partir muito mais atrasado na grelha.
Partir das 2 primeiras linhas é importante pois facilita francamente a presença nas primeiras posições á medida que o comboio se vai esticando e as distancias possam aumentar entre pilotos. Certo é que em Moto2, com o impressionante equilíbrio entre todos os participantes (20 pilotos dentro do mesmo segundo) os pelotões conseguem manter-se compactos ao longo de muito tempo, como foi o caso agora em Brno. Mas como sabemos, em Moto2 nada é impossível e tal como Miguel Oliveira já partiu de 17º e venceu, também hoje Lorenzo Baldassari saiu do 10º lugar da grelha e chegou á liderança a meio da corrida e com vontade de vencer…
Mas aqui está precisamente um bom exemplo também do desgaste excessivo que uma moto pode sofrer, deixando de poder estar á altura no momento decisivo. Baldassari provavelmente exagerou no esforço de recuperação e uma vez chegado ao primeiro lugar, não se conseguiu por lá aguentar muito tempo, julgo que por falta de pneus…
Mas Miguel Oliveira esteve sempre ali no grupo da frente, entre o 4ª lugar e a liderança, alternando a sua posição á medida que ia tentando ser consistente e seguro, mas sempre mantendo um elevado grau de agressividade que lhe permitisse atacar e ultrapassar os da frente. É disto que se trata, um jogo de equilíbrio em que o objectivo é estar em primeiro á entrada da ultima recta, ou se for necessário, um pouco mais tarde, só no momento de pisar a linha.
O que a motos têm de interessante são estas inúmeras hipóteses de desenhar uma curva, com traços diferentes, pois para além do trajecto da pista há que contar com a posição das motos adversarias que por vezes obrigam a trajectorias diferentes, contando eventualmente com curva seguinte…
Miguel Oliveira tem mostrado ao longo da sua carreira ser um piloto super completo! Ele tem a capacidade de sentir uma moto e de lhe aplicar as melhores afinações, ele é extremamente rápido, é super corajoso e agressivo qb, muito inteligente na forma como gere o desgaste da moto e a sua posição em pista. Sabe quando deve atacar ou pelo contrario quando deve ter calma e esperar pelo momento certo. E tem uma habilidade em cima da moto que permite ser super rápido, saber manter o ritmo necessário ao longo da corrida e muito importante também – cair pouco!
Olhando por exemplo para Brad Binder um piloto coroado com o titulo mundial em Moto3, cheio de qualidades e gerando muitas expectativas para esta sua 2ª época em Moto2, estando na mesma equipa de Miguel Oliveira, é interessante avaliar as diferenças entre os 2.
Digamos que no minimo o Brad Binder deveria igualar a posição que o MO tinha neste momento no ano passado…
Vamos ver as estatísticas ao fim de 10 provas:
Brad Binder 2018 – 5º lugar do campeonato com 101 pontos. Classificações – 6º, aband, 6º, 6º, 9º, 6º, 6º, 7º, 1º, 6º
Miguel Oliveira 2017 – 3º lugar do campeonato com 133 pontos. classificações – 4º, 2º, 6º, 3º, 17º, 5º, 3º, 5º, 2º, 3º
E atenção pois o Miguel Oliveira iniciou-se em Moto2 na Leopard Racing e não teve um colega de equipa mais experiente com quem aprender…teve que ser ele sozinho a aprender á sua custa e da sua sensibilidade.
O Brad Binder entra para uma equipa onde encontra um Miguel Oliveira que lhe dá uma boa ajuda…
Tudo isto para tentar ilustrar que o que o Miguel Oliveira tem feito em Moto2, sem esquecer o brilharete da sus ultima época de Moto3, nos faz acreditar que ele é um daqueles poucos, muito especiais que poderão vir a chegar ao titulo mundial.
E é nisto em que vamos estar focados ao longo dos próximos meses….a apoiar o Miguel no seu percurso até ao momento final com que todos nós portugueses sonhamos.
Neste momento podemos todos acreditar que o Miguel tem tudo o que é preciso e vai ser campeão no final desta temporada.
Miguel Oliveira tem fibra de Campeão do Mundo.
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