Moto2, Opinião: Miguel Oliveira, um bem de Estado
Aos 23 anos Miguel Oliveira continua a escrever páginas de ouro na história do motociclismo nacional. O piloto luso continua a fazer aquilo que nunca ninguém havia feito e que provavelmente muitos imaginariam que nunca seria feito. Depois de um histórico vice-campeonato de Moto3 em 2015 agora chegou um novo vice-campeonato, mas em Moto2, série considerada por muitos especialistas como a mais competitiva do mundo do motociclismo. Basta em cada fim de semana olhar para a folha de tempos de uma qualificação ou treinos livres e ver o exorbitante número de pilotos que ficam separados por menos de um segundo.
É verdade que não estamos a falar de títulos mundiais, mas Miguel Oliveira tem tido um papel preponderante no desenvolvimento da modalidade em Portugal e consequentemente despertar o interesse, nomeadamente entre aqueles que querem ser os ‘Migueis Oliveiras’ de amanhã, para uma realidade que muitos viam como inatingível. O luso tem vindo a derrubar barreiras atrás de barreiras e agora entrará na elite do motociclismo mundial, o MotoGP. Categoria onde vai partilhar a pista com nomes como Valentino Rossi, Marc Márquez, Jorge Lorenzo e outros tantos. Ídolos nossos e do próprio Miguel Oliveira que dentro de poucos dias fará parte deste verdadeiro comboio dos duros.
Mais do que qualquer título ou recorde só o facto de Miguel Oliveira, um jovem português nascido em Almada nos idos do milénio passado, chegar ao MotoGP é merecedor de uma ‘medalha’ distintiva. Nunca nos poderemos esquecer que o piloto português será em 2019 o único representante de uma nação em MotoGP que não tem um Grande Prémio no calendário. Facto que acaba por dizer tudo num universo onde a politização da Dorna, entidade promotora do Mundial, é uma constante.
Política à parte e puxando a fita da cassete um pouco atrás vemos um ano de 2018 onde Miguel Oliveira brindou nos com diversas corridas de altíssimo nível e sempre pautadas por um arreganho que só os predestinados conseguem. Só assim são explicadas as grandes cavalgadas que Oliveira foi obrigado a fazer em praticamente todos os Grandes Prémios, depois de qualificações muito modestas e que poderiam levar o futuro piloto da KTM Tech 3 a baixar os braços. Mas não, em cada domingo lá estava o piloto da Red Bull KTM Ajo sempre pronto a dar tudo assim que as luzes verdes do semáforo apagavam. Para todos aqueles que assistem as suas exibições é um verdadeiro privilégio tudo isto e a sensação de estarmos a ver história, que poderá nunca mais ser repetida, é impagável.
Por tudo isto pensamos nós que Miguel Oliveira, fruto da sua bem sucedida carreira e que tem ainda muito pela frente, já está nesta fase convertido a um bem que é património nacional. Um orgulho de uma nação inteira que tem aqui, como em outras tantas atividades, um grande embaixador dos seus valores nos quatro cantos do mundo. Seja o que for o futuro desta saga, resta a quem está de fora desfrutar e nunca deixar ao abandono este bem singular só porque sim.
Já reparei que o Miguel no inicio da temporada passava grande parte dos adversarios por dentro, subindo o separador (as riscas), mesmo no limite de ir a relva, arriscado mas funcionava. Só q agora, eles fecham totalmente essa “via” e complicam-lhe a vida (tiveram q o estudar bem). Alguem sabe quem é o “treinador” do Miguel? Porque o Begnaia e outros tem o Rossi de manha a noite a partilhar conhecimentos e eu penso q a este nivél o pai do Miguel já nao o poderá ajudar,pq o nivel actual do Miguel exige muita experiencia de corrida Gp e de um grande mestre em vencer!