Moto2, 2020: Escândalo da Forward Racing investigada

Por a 3 Novembro 2020 16:30

A Forward Racing, agora presente apenas na classe de Moto2 com Simone Coris e Stefano Manzi, tem vindo a acumular dívidas a  pilotos, mecânicos, parceiros e fornecedores há anos e aparentemente está mesmo sob investigação policial

No recente GP de São Marino em Misano a 20 de setembro, alguns membros de equipas nas boxes contíguas à da Forward Racing admiraram-se com a presença da polícia. Posteriormente, soube-se que dois conjuntos de rodas e um quadro da MV Agusta tinham sido confiscados.

A explicação no paddock foi que MV Agusta Forward Racing Team, com sede em Lugano, na Suíça, tinha sido executada com um mandato durante o Grande Prémio de São Marino e Rimini pela justiça italiana. Dizia-se que a equipa devia a uma empresa italiana, já da temporada de 2017, um valor de cerca de 30.000 euros.

Um membro de uma equipa rival disse em setembro que não era incomum a Forward falhar pagamentos, mas a equipa, por outro lado, continuava a dizer que pagavam todas as contas.

No entanto, há anos que se sabe que a Forward Racing acumula contas não pagas a pilotos, mecânicos, parceiros de hospitalidade e fornecedores e não só. O dono da equipa, Giovanni Cuzari, chegou a ser detido em Ticino, quatro semanas após o GP de Sachsenring de 2015.

As alegações eram graves: suspeitas de suborno, fraude fiscal, evasão fiscal e branqueamento de capitais. Em outubro de 2017, Cuzari foi condenado pelo Tribunale di Milano a dois anos de pena suspensa. O CEO da Dorna, Carmelo Ezpeleta, suspendeu mesmo os dois lugares de MotoGP da Forward por preocupação com a reputação do Campeonato após a temporada de 2015.

Stefan Bradl e Loris Baz competiam para a formação na altura. Bradl mudou-se para a Aprilia durante as férias de verão após a detenção do chefe da equipa e andou pela fábrica italiana a seguir em Indianápolis em agosto.

Já em 2015, a equipa queria atuar como equipa de fábrica da FTR no Campeonato do Mundo de Moto2 em 2015, divulgou esse plano alto e bom som e depois não apareceu no primeiro grande teste da IRTA em Valência. Um acordo com a FTR nunca chegou a ser feito, em vez disso as antigas ações da equipa Blusens na Kalex foram compradas pela formação, mas a Kalex recusou prestar apoio técnico porque se tratava de um chassis que já tinha tido 23 acidentes.

Nessa altura, a Forward estava a receber queixas sobre contas não pagas e salários não pagos, desde Colin Edwards a Loris Baz e Stefan Bradl a outras vítimas italianas. O ex-chefe da tripulação de Baz, Andrea Oleari, e o ex-sócio Marco Curioni levaram a equipa a tribunal sobre montantes pendentes.

As mentiras e meias verdades continuaram, envolvendo a Suter antes da temporada de 2018. De facto, o fabricante de Moto2 Suter forneceu as equipas Intact e Kiefer com máquinas MMX2 em 2017 e depois retirou-se do Campeonato do Mundo de Moto2.

A Forward Racing anunciou antes da temporada de 2018 que seria a equipa de fábrica exclusiva da Suter no futuro.

No entanto, Eskil Suter, Diretor-geral das Indústrias Suter, revelou uma visão diferente em novembro de 2017. “Estamos a entregar o nosso material de 2017 à Forward, mas não haverá mais desenvolvimento nem apoio em pista. E só entregamos com pagamento antecipado. Na classe de MotoGP, a Suter entregou motos de classe aberta Suter BMW à Forward, e teve um a má experiência em termos dos pagamentos da equipa Ticino. Hoje, rcordando o negócio de Moto2 com a Forward em 2018, Eskil Suter diz: “Acabámos de limpar o armazém naquela época.”

A Forward Racing, no entanto, continuou a tentar enganar a opinião pública. Em Misano em 2017, foi apresentada uma moto de Moto2 de design MV-Agusta. Dois anos antes, Cuzari tinha anunciado no GP de Sepang que ia “assumir as equipas de Superbike e Supersport da MV Agusta para 2016, entrar no MotoGP o mais tardar em 2017 ou 2018 e entregar novas Moto2 para 2019.”

Nenhum destes contos de fadas foi posto em prática. Em vez das MV Agusta planeadas, a Forward teve de andar com as Suter MMX2 descontinuadas pela marca em 2018. Um ano depois, deu-se a entrada da MV Agusta no Moto2, com um quadro de treliça de aço que se provou ser desenhado e construído pela Suter Industries, na Suíça.

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