MotoGP, Luca Marini (18º.): “Transformar a Honda numa Ducati não é o caminho correcto”

Por a 9 Fevereiro 2024 12:08

Luca Marini não quer que os engenheiros da Honda tentem “transformar” a sua moto numa Ducati, apesar de “lutarem” com alguns dos problemas de longa duração da RC213V, incluindo a falta de aderência traseira durante o teste de Sepang.

O jovem italiano de 26 anos, natural de Urbino, irmão de Valentino Rossi em segundo grau e de Georgia Marini, completou o teste de abertura da pré-temporada  de MotoGP em 18º, com o novo companheiro de equipe Joan Mir à frente em nono.

Marini é piloto de fábrica pela primeira vez depois de trocar a VR46 Ducati pela Repsol Honda e, apesar de ser muito elogiado pela sua abordagem analítica ao desenvolvimento, admite que ainda não consegue dominar algumas características da sua nova moto.

Marini explicou na quinta-feira porque as Ducatis se destacam tanto nos time-attack, incluindo a conquista dos quatro primeiros lugares no teste de Sepang.

“É fácil fazer o time-attack na Ducati porque apenas forçamos mais na travagem e a moto pára melhor.  A boa aderência traseira ajuda a parar a moto. A Ducati usa o pneu traseiro melhor que a Honda, na minha opinião. Temos que melhorar nessa área. Na Honda com pneus novos quando tentamos travar mais tarde, torna-se difícil. Para mim esta é a parte mais difícil – a última parte da entrada, falta-me a viragem, na minha afinação. O Joan (Mir) está mais rápido e forte, principalmente nesta parte.”

Mas será que Marini pediria aos engenheiros da Honda que desenvolvessem uma moto como a Ducati que ele deixou para trás?

“Não creio que esse seja o caminho correto. O ADN de cada moto deve permanecer o mesmo, para utilizar os seus pontos fortes. A Honda tem pontos muito bons. Precisamos trabalhar nisso e não transformar a moto numa Ducati.”

Questionado sob os pontos fortes da Honda, Luca Marini foi vago na resposta…

“São muitas!”, disse.

“Penso que há muitas coisas positivas neste teste, especialmente os três dias com outros pilotos, porque ficou  mais claro de entender o nosso potencial. No time-attack, Joan Mir fez uma volta incrível, mas é claro que ele conhece muito bem a moto e sabe como acelerar com pneus novos. Eu lutei bastante, a nossa moto é diferente da Ducati quando precisamos de forçar na travagem. Então, penso que há muita margem para melhorar, que estamos a ir numa boa direção e o teste no Qatar será interessante porque teremos mais peças para testar.”

“Além disso, esse teste é mais crítico para o fim de semana de corrida, com mais foco no tempo de volta.”

Segue-se agora o teste de dois dias no Qatar, última oportunidade para os pilotos e equipas de MotoGP darem os retoques finais às suas motos antes do início da temporada, no mesmo local, de 8 a 10 de março.

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Ricardo Ferreira
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