História(s) do Grande Prémio de Portugal
Falámos dos anos em que o Mundial visitou o Estoril, numa altura em que tudo indica que voltará, para já a Portimão, em 2002. Continuamos com a retrospetiva, começando em 2004.
Em relação ao ano anterior de 2003, 2004 só variou na chegada ao degrau mais alto do pódio de Mika Kallio nas 125, mas 2005 já viu as vitórias de Hector Barberá nas 125, com Casey Stoner nas 250 e Alex Barros, uma vitória gostosa na terra do seu pai, com a Honda RCV amarela de Sito Pons, patrocinada pela Camel e pelos Correios espanhóis…
2006 viria trazer à baila outro nome agora popular, Álvaro Bautista, que venceu nas 125 e repetiu na classe maior nos dois anos seguintes, com outro protagonista de 2019 a dar um ar antecipado da incrível suavidade a que nos viria a habituar, Andrea Dovizioso, a vencer nas 250.
Hector Faubel, mais um nome esquecido, ganharia na categoria pequena no ano seguinte, 2007, acompanhado na vitória, como vimos, por Bautista e Rossi, a sua última vitória em Portugal, já que no ano seguinte, surgiria nas MotoGP Jorge Lorenzo, que dobraria no ano seguinte (quem se lembra do capacete de astronauta?).
O maiorquino teve como covencedores nas categorias menores, Simone Corsi nas 250 e Pol Espargaró nas 125 e, além do já mencionado Bautista, o igualmente saudoso Marco Simoncelli em 250 em 2009.
2010 trouxe outra mudança de ritmo, com a chegada das Moto 2 a substituir as 250… Agora pensamos nele como um piloto de testes Honda, mas Stefan Bradl ganhou na categoria nos dois anos inaugurais do campeonato.
Porventura mais importante ainda que a terceira vitória consecutiva de Lorenzo na pista, terá sido a chegada sensacional de Marc Márquez nas 125: compelido a começar de trás da grelha à chuva, o agora 7 vezes titulado veio detrás para terceiro poucas voltas depois, chegando à frente para ganhar a corrida, e o seu primeiro titulo mundial, dias depois em Valencia. A nossa admiração pelo miúdo de Cervera como piloto redobrou quando, na entrega de prémios aos campeões, esse ano realizada no Estoril, se revelou duma simpatia e humildade contagiantes.
2011, seria substituído no mais alto degrau do pódio em 125 por Nico Terol, com Dani Pedrosa a juntar o Estoril ao rol de circuitos em que vencera na sua longa carreira na classe rainha.
Chegou 2012 e mal sabíamos que nos íamos despedir do Mundial em solo português por uma década, consolando-nos com as vitórias de Sandro Cortese nas 125, Márquez, agora nas Moto2 e Casey Stoner, em cores Honda Repsol, nas MotoGP.
Foram anos de muita emoção, como quando Nicky Hayden recebeu sábado à noite um caixote de última hora com um motor para lhe permitir lutar pelo Campeonato, só para ser abalroado por Pedrosa logo no inicio da corrida, felizmente vindo a vencer o seu único título de MotoGP em Valencia dias depois num momento emotivo que foi ecoado pelas televisões do mundo…
Ou de peripécias quase incontáveis, mas vou aqui contar uma: Max Biaggi transportava, a reboque da sua Motorhome de luxo, um atrelado com um pequeno Smart para ir às voltinhas ou às compras nos fins-de-semana de corrida em relativo anonimato. Numa noite de mais galhofa no Autódromo, dois pilotos cujos nomes nunca revelaremos mas que eram Alex Hoffmann e Colin Edwards, aproveitaram a ausência de Biaggi para se apoderarem do pequeno veículo e tentar fazer uma sessão de “drift” no paddock…só que a coisa correu mal e capotaram o Smart, devolvendo-o ao atrelado todo torto sem contar nada a ninguém… consta que Biaggi só se apercebeu dias mais tarde em Valência!