Colin Edwards fala da sua carreira

Por a 25 Maio 2019 14:14

Colin Edwards, também conhecido como Texas Tornado: duas vezes Campeão Mundial de SBK, 12 vezes no pódio em MotoGP e sempre um favorito dos fãs. O carismático americano competiu no mundial entre 1995 e 2014 antes de se aposentar aos 40 anos e no seu GP de casa em Austin, justamente no Texas, falou sobre o GP das Américas, o seu novo papel de apresentador BT Sport, memórias das corridas e do seu afastamento:

“Os meus anos com o Rossi foram tremendos!”

“O GP do Texas é sempre o caos, estamos no ar e toda a gente quer dar uma palavrinha, mas tudo bem. É muito agitado, são 12 dias frenéticos, mas depois tenho algumas semanas para relaxar antes do próximo Grande Prémio”.

“É menos caótico agora que já não estou a correr. As rondas em casa para os americanos são especiais, porque sendo americano, a base das corridas de Grande Prémio é na Europa, mesmo que façamos a Malásia, o Japão, o Australiano e todas essas coisas, digamos que é a sede. Por isso, quando estamos nos EUA, seja Laguna, Indy ou aqui no COTA, é sempre um pouco especial. Quero dizer, diabos, eu poderia pegar na minha pick-up e estar em casa em duas horas e meia, é incrível. Essa é a única coisa boa sobre isso. Se fosse Laguna Seca, bem podia estar a ir para um destino qualquer na Europa, Laguna é bem longe, então sim, estar aqui perto de casa é bom. E ver amigos, família – ninguém tem que apanhar um voo, basta pular num carro e dar cá um saltinho! ”

“Quanto ao COTA, adoraria dizer que é o melhor e é o meu circuito favorito em todo o mundo, mas não posso dizer isso porque seria uma mentira total. É apenas mais uma pista e quando se começou a vir cá em 2013 eu tinha 39 anos, em 2014 tinha 40 anos, era velho. E foi tão difícil, esta pista… com pneus dianteiros de quatro polegadas como estão a usar agora, e agora têm asas e todas as outras coisas que dificultam virar ainda mais. Eu não podia imaginar andar de moto agora, era um trabalho duro. Fazer cinco voltas, tudo bem, mas na volta seis já estava tipo “oh meu Deus, ainda tenho que fazer mais quinze voltas, a sériooo?” É a única lembrança real que eu tenho deste lugar. A pista não é tão má, tem muitas travagens no limite que é mais ao estilo dos carros, mas continua a ser uma pista de corrida. ”

“Fazer cinco voltas, tudo bem, mas (…) fazer mais quinze voltas, a sériooo?”

Agora a minha vida no paddock é a BT Sport, uma cadeia de televisão baseada no Reino Unido. Eu comento com o Neil Hodgson e o Keith Heuwen, com o Gavin Emmett, Michael Laverty, a Suzi Perry … Acho que estou me esqueci de ninguém, mas é divertido, a única pressão é não dizer palavrões no ar. O que, tendo eu crescido no Texas não é coisa fácil!

 Mas é divertido, já do outro lado, eu dissecava as motos e conseguia explicar o processo de pilotar uma moto e fazer uma moto rápida e perceber os problemas que os outros têm. Tudo isso é útil no lado da TV. ”

“No meu tempo, dava-me bem com os jornalistas, fazia parte do trabalho. Eu nunca me esquivei, os patrocinadores querem que se esteja lá, falando de tudo, e para mim pessoalmente era fácil. Eu poderia citar alguns pilotos – e não quero dizer nomes – não importa em que pista estivessem, a entrevista era sempre a mesma e não se sabia onde estavam nem se aprendia nada sobre eles, era tipo blá blá blá.

Eu sempre disse para mim mesmo, se alguma vez chegasse lá, vão saber onde eu estou, vão saber um pouco sobre a minha personalidade em  poucas palavras, só para retribuir um pouquinho ao público que nos paga, só para ser um pouco mais acessível ”.

Edwards com um repórter da nossa praça algures

 

“Perguntas pela minha pequenina Gracie? Já não é tão pequenina, no outro dia tive de lhe comprar um carro!”

“ Depois, a minha perspetiva sobre os media não mudou. Eu meio que sabia o que era, mas é um trabalho difícil. Pensei que era só chegar e dizer uma data de disparates, mas na verdade é um trabalho duro. O que eu não gosto é de me ter de levantar às 6:30 e ter que lá estar ao pequeno-almoço, mas faz parte do trabalho.”

“Eu nunca pensei fazer parte dos media quando corria, uma vez estava em Silverstone e a BT sabia que eu estava lá e convidaram-me a comentar, entrei e estavam lá o Julian Ryder e o Keith, que eu conheço desde os dias das Superbike, um relacionamento de vinte e tal anos, e nós clicámos e demo-nos bem. Cresceu daí e eu tenho muitos seguidores na Inglaterra. Desde os dias das Superbike e do Fogarty e toda aquela batalha entre nós, ganhei muitos fãs baseados no Reino Unido. Inglaterra é como uma segunda casa. ”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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