As mais belas motos de GP, 23: A Matchless G50

Por a 11 Janeiro 2021 17:00

O nome Matchless é um dos mais velhos da indústria, mas a sua participação nas corridas do Mundial de 500 foi numa curta janela entre 1953 e 1961, embora as G50 ainda marcassem presença nas mãos de privados até 1972

O conjunto atingia os 215 quilómetros hora de uma potência de cerca de 51 cavalos às 7.200 rpm

De facto, as primeiras Matchless apareceram a correr nas corridas da Ilha de Man em 1907, com Charlie Collier, filho do fundador da marca, numa monocilíndrica que venceu nessa altura.

Depois, a marca apareceu com um protótipo bicilíndrico em 1951 derivado da G9 de estrada preparada. O motor usava uma cambota de três rolamentos e comando por engrenagens, que moviam àrvores de cames de cada lado da cambota, sendo depois a distribuição feita por varetas ultra-curtas de alumínio.

As culassas e a cabeça do motor eram todas unidades separadas, permitindo a reconstrução de metade do motor sem desmontar o outro lado, com aletas mais generosas para ajudar a refrigeração e as quatro pequenas tampas dos martelos também raiadas para ajudar a refrigeração.

A posterior Matchless G50 é uma moto de competição monocilíndrica, introduzida pela primeira vez em 1958, para competir com a Norton Manx e as outras motos de topo do dia.

A Matchless, então propriedade da Associated Motorcycles (AMC), desenvolveu a G50 a partir da AJS 7R 350 original, que já vimos nesta série, de facto, a diferença principal era o grande M no depósito.

Com um quadro de duplo berço em aço tubular, a suspensão consistia de garfos telescópicos hidráulicos Teledraulic na dianteira e atrás um braço oscilante com amortecedores Girling, após a primeira geração, que tinha as unidades originais fabricadas internamente.

O motor era assim um monocilíndrico de 496 cêntimos cúbicos e diâmetro e curso de 75,5 por 78 mm, alimentado por um carburador Amal 950 concêntrico com distribuição por corrente lateral e ignição por magneto Lucas, que ligava a uma caixa de velocidades AMC, depois Quaife, de quatro relações.

O conjunto atingia os 215 quilómetros hora de uma potência de cerca de 51 cavalos às 7.200 rpm, e seria atualizado em 1961 com uma tampa lateral de magnésio mais avançada que incorporava a distribuição para o magneto.

A zona inferior desta tampa até tinha uma depressão para compactar a passagem do tubo de escape o máximo possível sem aumentar o comprimento total do escape, permitindo curvar com maior inclinação.

A outra grande diferença era o grená da Matchless no depósito, em vez do negro da AJS (abaixo, os dois modelos lado a lado)

A versão Matchless G50 do motor 7R manteve a mesma arquitetura básica, com bielas de magnésio e tampas de distribuição salientadas com tinta dourada inibidora de corrosão.

Esta tinta tinha dado origem à alcunha “Águia Dourada” que ainda se mantém com a G50 até aos dias de hoje.

Possivelmente menos conhecida do que a Norton Manx, com a sua incrível longevidade, a Matchless G50 singrou pela grande vantagem da sua leveza e simplicidade, como se pode ver nas fotos que mostram claramente os cárteres do motor de magnésio.

A Matchless G50 era um concorrente direto da Norton Manx e, apesar de produzir menos potência, era 15 Kg mais leve, tornando a moto igual em pistas mais apertadas… Infelizmente, a carreira da G50 foi muito mais curta, com apenas 180 construídas no total entre 1958 e 1963.

Infelizmente, a G50 chegou demasiado tarde para causar um impacto significativo contra a concorrência, mas a popularidade da G50 manteve-se forte mesmo décadas depois de ter deixado a produção oficial da fábrica.

Enquanto estas motas eram fantásticas na pista de corridas, o AMC estava a ser batida no mercado de vendas pela BSA. Pouco depois de a AMC ter sido assumida pelo grupo Norton-Villiers, a popularidade limitada das motos Matchless e AJS em comparação com as Norton e Triumph significou o fim para estas máquinas notáveis. Quando a AMC falhou no final dos anos 60, levou consigo os nomes Matchless e AJS.

Colin Seeley, piloto de Grand Prix e fabricante de quadros, comprou o ferramentil do modelo e continuou a construí-las ao longo da década de 1960, (Acima, uma Selley Matchless) vendendo-as a concorrentes privados um pouco por todo o mundo, pelo que hoje há numerosos exemplos nas mãos de colecionadores…

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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