No segundo dia do GP de Itália em Bettola, a chuva virou as coisas do avesso. O líder Josep Garcia caiu, deixando Andrea Verona e Steve Holcombe a lutar até ao fim pela vitória.

O segundo dia amanheceu molhado após a chuva da noite, que continuou enquanto os pilotos se aproximavam da rampa de partida em Bettola, num dia ajustado devido às condições climatéricas para apenas oito testes no total para as classes principais. Tal como no sábado, os pilotos foram diretamente para a pedreira vizinha, mas as condições climatéricas do segundo dia fizeram com que a pedreira fosse contornada na primeira volta.

O líder do campeonato e vencedor do primeiro dia, Josep Garcia (KTM), teve problemas logo na primeira passagem no Enduro Test. O espanhol escorregou numa ribanceira e passou quase um minuto a tentar voltar à pista, ficando logo de início em desvantagem para os seus rivais. Entretanto, Steve Holcombe (Honda), que estava a fazer um arranque mais rápido no segundo dia do que tinha feito 24 horas antes, foi o primeiro mais rápido. Andrea Verona (GASGAS) também encontrou rapidamente o seu ritmo, animado pelos fãs da casa, mas também mantendo-se fiel à sua palavra de ontem de que; “a velocidade estava lá, só preciso de cometer menos erros”.

O piloto da GASGAS parecia ter tudo controlado, mas no oitavo teste, na última visita ao Enduro Test, uma queda de Verona fez com que este perdesse toda a sua vantagem, devolvendo a liderança a Holcombe. Foi um presente que o atual campeão aceitou de bom grado, mas duas coisas ficaram no seu caminho: o último Cross Test, onde o britânico não tinha sido o mais rápido durante todo o dia, e o tempo chuvoso que redobou de intensidade.

Theo Espinasse (Beta) foi o mais rápido com a chuva a cair, Garcia foi o segundo mais rápido e, crucialmente, Verona foi o terceiro, dois segundos e meio mais rápido do que Holcombe, o que significou que o italiano registou um tempo apenas 0,46 mais rápido na geral para a vitória do dia. Os esforços de Verona perante o público da casa foram recompensados com a sua segunda vitória da época: “Foi inacreditável vencer no meu GP caseiro. Estive a lutar com o Steve durante todo o dia, consegui uma pequena diferença, mas caí no último teste de enduro e perdi tudo. Entrei no último teste a todo o gás e a chuva estava muito forte, mas apesar de uma pequena queda consegui ganhar por meio segundo, é uma sensação incrível.”

Holcombe ficou desapontado por perder por uma margem tão pequena, mas suficientemente satisfeito por ter dado a volta às coisas no segundo dia e ter recuperado alguns pontos em relação a Garcia na E1: “Nunca é bom perder no último teste, mas o Andrea rodou melhor do que eu e é tão simples quanto isso. Foi um dia completamente diferente com a chuva e foi na segunda volta que perdi o controlo. Devia ter sido melhor. Mas no geral estou contente com o segundo lugar e com a vitória na classe.”

Josep Garcia fez o que pôde após o acidente inicial, liderando as folhas de tempos durante o resto do dia e, inacreditavelmente, passando de 28º para terceiro apenas quatro testes depois. Foi um regresso fantástico, ajudado pela excelência das condições, mas o terceiro lugar foi além das suas expectativas após o acidente: “Não foi uma grande queda nem nada, apenas escorreguei na floresta e a minha mota ficou presa. Demorei 45 ou 50 segundos a sair. A partir daí, a minha mentalidade foi a de insistir e voltar da 28ª posição para terminar na box é uma vitória para mim hoje.”

Hamish Macdonald (Sherco) provou que conseguia acertar na agulha depois da sua vitória no Super Teste de sexta-feira, as condições escorregadias do segundo dia viram o neozelandês encontrar as linhas também. Mas, apesar de ter batido o campeão do mundo da E3, Brad Freeman (que não estava em forma e caiu no último teste), Hamish não foi o melhor piloto numa Sherco a dois tempos de 300cc hoje. Essa honra foi para Antoine Magain. O belga venceu a classificação geral da classe das motos grandes, certamente o primeiro “one-two” da Sherco na E3.

Manolo Morettini rapidamente se adaptou às condições escorregadias da categoria Júnior. Apesar de o vencedor do primeiro dia, Max Ahlin, ter sido por vezes incomodado, o piloto da Honda RedMoto encontrou o seu ritmo caseiro no segundo dia, vencendo por uns confortáveis 42s. A história foi semelhante na classe Youth 125, com os italianos a dominarem.

Luca Colorio, Manuel Verzeroli e Alberto Algari levaram a melhor, com minutos de vantagem. Colorio, na Husqvarna, foi o vencedor, à frente de Verzeroli e, invulgarmente, de seis fabricantes diferentes entre os seis primeiros.

As mulheres do Enduro tiveram uma manhã de descanso e um dia muito mais fácil em termos de tempo nas motos. A vencedora do primeiro dia, Mireia Badia, estava no seu melhor hoje, fazendo tempos de teste quilómetros melhores do que as suas rivais – meio minuto mais rápida no teste de enduro, alguém? – e conquistou a vitória em grande estilo, quase um minuto mais rápida. Com muita experiência nestas condições, Rosie Rowett foi consistente em todos os testes de hoje e rapidamente se instalou em segundo lugar; um dia de altos e baixos para Elodie Chaplot acabou por trazer o terceiro lugar na EW. 

O fim de semana foi um pouco desastroso para Rachel Gutish. Depois de ter perdido uma vitória certa no primeiro dia, perdeu muito tempo num acidente na ligação e falhou os controlos de tempo ao ponto de ser desclassificada. 

Classificação Geral – 2º Dia

E1

E2

E3

Junior

125 Youth

Women

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