MotoGP: Aperta o cerco a Maverick Viñales
O piloto espanhol chegou à Yamaha proveniente da Suzuki onde tinha a difícil missão de substituir Jorge Lorenzo, que entretanto rumou à Ducati. E a verdade é que desde muito cedo Maverick Viñales pareceu não ter sentido o peso da ‘herança’, pois foi logo o piloto mais rápido em pista quando pegou pela primeira vez na Yamaha. Estávamos em novembro de 2016 no circuito Ricardo Tormo, em Valência, e pouco dias depois da conclusão da temporada de 2016 precisamente no mesmo local.
Viñales transpôs o mesmo momento de forma para os testes de pré-época de 2017, onde foi sistematicamente o mais veloz, enquanto do outro lado da boxe, Valentino Rossi deparava-se com muitas dificuldades de adaptação à nova Yamaha M1, A este bom momento de forma seguiu-se a entrada de rompante no campeonato com duas vitórias nas duas primeiras corridas do ano. O antigo rival de Miguel Oliveira no Campeonato Espanhol de Velocidade parecia imparável, mas o primeiro rude golpe do ano surgiu em Austin quando uma queda conduziu ao primeiro abandono da época.
Seguiu-se a dececionante corrida em Jerez, onde se destacaram as ferozes críticas aos pneus da Michelin, até que no emocionante Grande Prémio de França, o piloto espanhol travou uma emocionante luta com Valentino Rossi pela vitória da qual levou a melhor, enquanto Rossi abandonou na última volta devido a queda. Pensava-se que o piloto de 22 anos com três vitórias em cinco Grandes Prémios havia conseguido uma importante vantagem psicológica sobre os seus rivais, mas não foi isso que as provas seguintes mostraram.
Segundo no GP de Itália, Maverick Viñales entrou a seguir numa espiral negativa ao ser apenas 10º no seu GP da Catalunha e ao abandonar o GP da Holanda devido a queda numa fase em que não estava a lutar pela vitória. Seis magros pontos em duas corridas e tudo mudou.
Com isso o piloto da Yamaha perdeu pela primeira vez esta época o comando do campeonato – está a quatro pontos do novo líder Andrea Dovizioso – e depara-se agora com uma nova realidade. O Grande Prémio da Alemanha, a realizar no próximo fim de semana em Sachsenring, obrigará pela primeira vez o catalão a correr atrás do prejuízo, o que poderá aumentar os níveis de pressão a um piloto que nunca se viu envolvido na luta pelo título na classe rainha.
Antes da ronda em Assen, Maverick Viñales alertou para o facto de ser imperativo conquistar uma das duas provas antes da pausa de verão. A primeira oportunidade foi falhada, mas dentro de poucos dias o campeão do mundo de Moto3 em 2013 terá nova oportunidade isto apesar de ser num circuito onde a Yamaha já não vence desde 2009. Trará o novo asfalto da pista germânica a receita para colocar a Viñales e a marca do triplo diapasão no lugar mais alto do pódio?
Uma coisa parece certa, um novo erro poderá dificultar o caminho do piloto espanhol para o seu primeiro título mundial pelo que é tempo do novo ‘menino bonito’ do MotoGP mostrar a sua fibra de piloto de topo e que está presente para a luta. Da primeira vez que em 2017 enfrentou dois resultados negativos a resposta veio com uma vitória veremos se a bitola continua igual.