MotoGP, 2020,Portimão: A Suzuki no Mundial, Parte 2

Por a 18 Novembro 2020 17:00

Depois do seu sucesso na década de 1960, era hora de mudar de direção para a Suzuki, e começar a desenvolver motocicletas de maior capacidade

A história da Suzuki estava prestes a dar uma volta dramática e inspiradora.

Em 12 de Agosto de 1971, o australiano Jack Findlay obteve a primeira vitória de Suzuki na classe de 500cc em Belfast.

Pela mesma altura, Barry Sheene, um jovem piloto britânico, chegou como um turbilhão no motociclismo e revolucionou o desporto.

Sheene foi o primeiro piloto a tornar-se uma celebridade fora da pista. Considerado pelos seus fãs quase como um ‘Beatle’ pelo seu carácter, estilo de vida e comportamento invulgar, assumiu o título de 500cc com a RG500 em 1976. Esta lendária moto ocupou as primeiras seis posições no campeonato naquele ano.

Sheene continuou a brilhar, ganhando também o título de 500cc em 1977.

Na década de 80, a Suzuki recorreu à Itália para estender o seu domínio.

Marco Lucchinelli e Franco Uncini provaram ter sucesso numa estrutura privada italiana que geria a Suzuki, chamada Team Gallina, criada em 1975.

Inicialmente, Marco Lucchinelli foi o sucessor de Sheene nas Suzuki. O carismático ciclista italiano, apelidado de “Cavalo Louco” pelo seu estilo de pilotagem selvagem, conquistou a coroa com uma RG500. A Suzuki tinha-lhe mandado um experiente mecânico do Japão, Toshi Araki, que seria um influência até na criação das SBK anos depois.

Lucchinelli lutou arduamente com um jovem e indisciplinado americano chamado Randy Mamola que, apesar do seu enorme talento, nunca conseguiu um título mundial, uma espécie de Dovizioso da época.

Em 1982, o sucesso veio para outro italiano numa Suzuki: Franco Uncini, (4) que agora é o representante dos pilotos na IRTA. Depois de cinco vitórias nessa temporada, conquistou o segundo título consecutivo da Suzuki.

Outro dos talentos alimentados pela Suzuki, Kevin Schwantz fez história ao derrotar a Yamaha e Wayne Rainey, com quem manteve uma rivalidade extraordinária ao longo dos anos, ao vencer o Campeonato do Mundo de 500cc com uma RGV500 em 1993. O seu lema sobre a travagem no limite era: “Vejo Deus e então travo!”

O texano tinha um carisma extraordinário e o seu estilo permanece inesquecível, teve um dos estilos de pilotagem mais espetaculares alguma vez vistos no Campeonato do Mundo. Enfrentou com o seu enorme talento o seu compatriota

em grande parte devido à sua atitude de “gás a fundo” na moto e à sua travagem aparentemente impossível nos limites da física!

O próximo Campeão do Mundo da Suzuki também veio da América: Kenny Roberts Jr., filho do famoso ‘Rei’ Kenny Roberts. Contra as probabilidades, venceu o Campeonato de 2000 depois de um total de quatro vitórias.

Este título, o sexto para Suzuki na categoria principal, foi muito especial, pois pôs fim a uma seca de sete anos sem coroa. Kenny ganhou-o antes do jovem promissor Valentino Rossi entrar a matar.

Em 2002, o Campeonato do Mundo de Motociclismo mudou de nome para MotoGP, mas essa não foi a única mudança, uma vez que as novas regras viram a introdução das 1000cc de quatro tempos. Depois de um ano em que tanto os motores de dois tempos de 500cc como os motores de quatro tempos de 1000cc foram permitidos, tornou-se imediatamente claro que este último tinha mais potencial, e todos os fabricantes concentraram o seu desenvolvimento nesse sentido.

Em 2007, o australiano Chris Vermeulen deu à Equipa Rizla Suzuki uma vitória épica à chuva em Le Mans, alcançando a primeira vitória da marca no MotoGP.

Depois de uma pausa de três anos no Campeonato do Mundo, de 2011 a 2015, Suzuki regressou à cena com a Equipa Suzuki Ecstar.

Em 2016, já com o atual alinhamento dirigido por Davide Brivio, o espanhol Maverick Viñales conseguiu mais uma vitória para a Suzuki, desta vez em Silverstone.

A seguir, 2019 foi um ano fantástico, pois Alex Rins conseguiu vencer duas corridas durante a temporada em Austin e Silverstone para terminar o ano em quarto lugar no Campeonato.

Finalmente, em 2020, Joan Mir montou uma temporada sensacional, mostrando consistência e maturidade ao longo do ano para ser coroado Campeão do Mundo de MotoGP e colocar a Suzuki de volta na ribalta após 20 anos. Juntamente com a impressionante forma de Alex Rins, este foi verdadeiramente o ano de ‘regresso’ para a Suzuki, um feito ainda mais especial, uma vez que a fábrica celebrou 100 anos desde a sua fundação, e 60 anos em corridas.

ESTATÍSTICAS: Títulos mundiais de Pilotos

1962 – 50cc – Ernst Degner (Ale)

1963 – 125cc – Hugh Anderson (NZe)

1963 – 50cc – Hugh Anderson (NZe)

1964 – 50cc – Hugh Anderson (NZe)

1965 – 125cc – Hugh Anderson (NZe)

1966 – 50cc – Hans-Georg Anscheidt (Ale)

1967 – 50cc – Hans-Georg Anscheidt (Ale)

1968 – 50cc – Hans-Georg Anscheidt (Ale)

1970 – 125cc – Dieter Braun (Ale)

1976 – 500cc – Barry Sheene (GB)

1977 – 500cc – Barry Sheene (GB)

1981 – 500cc – Marco Lucchinelli (Ita)

1982 – 500cc – Franco Uncini (Ita)

1993 – 500cc – Kevin Schwantz (EUA)

2000 – 500cc – Kenny Roberts, Jr. (EUA)

2020 – MotoGP – Joan Mir (Esp)

TOTAL: 16

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