MotoGP, Cal Crutchlow: “É preciso tempo para perceber que a filosofia não está a funcionar”
Cal Crutchlow vai participar no Grande Prémio do Japão como wild-card da Yamaha. Antes disso, o britânico falou sobre os problemas que afetam a equipa atualmente, dizendo aquilo que está a ser feito para os resolver.
“Gosto sempre de vir ao Japão, posso chamar a isto a minha segunda casa. Nos últimos três anos, vim aqui muitas vezes, testei duas vezes no ano passado, mais uma no início de agosto este ano, corri no ano passado e vou correr outra vez aqui este ano. Se me perguntarem que wild-card é que estou interessado em fazer, eu digo Japão e adequa-se bem à Yamaha, esperamos ter um bom fim de semana. Vou ser político e dizer que estou no meio. Concordo com os comentários do Fabio e do Maio, o motor talvez não seja totalmente aquilo que procuramos, mas o motor era mais suave, que é a direção que acho que devemos seguir. O Fabio espera algo grande, mas nós temos um plano de continuar a testar mais motores. Este fim de semana, não o podemos fazer, vamos estar com o mesmo motor dos outros, por causa das regras, depois tenho outro teste em Jerez e vou estar também no de Valência, Sepang deve ser o último teste do motor para a próxima época. É uma área em que temos de trabalhar e estou confiante que vamos conseguir, estamos a ir na direção certa, mas não consegues dar logo grandes passos. É preciso tempo e os nossos pilotos sabem disso, vamos ver o que trazem. Precisamos que a Yamaha dê um passo no Japão para nos deixar testar certas coisas e acho que vão. Estão a trabalhar muito, não há dúvidas sobre a forma como trabalhamos na equipa de testes, agora é que as coisas não estão a funcionar, mas estou confiante que resultem em breve”, disse.
“O compromisso está lá sempre, não há dúvidas sobre isso. Estamos a trabalhar muito, mas as coisas que se trazem não estão a funcionar. Não sei se temos de mudar a mentalidade para trabalhar melhor, acho que estão a par disso. Talvez seja preciso tempo para perceber que a filosofia normal não está a funcionar, mas a Ducati precisou de 15 anos para ganhar um campeonato. Nesta altura, estão a ganhar, e os construtores europeus são melhores do que os japoneses, mas, durante quantos anos é que os japoneses foram melhores do que os outros? Vai ser mais equilibrado, acho que a Yamaha está a par da situação e estamos prontos para agir, é isso que precisamos de fazer. Dizemos que temos de fazer isto e aquilo e eles ouvem os comentários dos pilotos, mas precisamos de ação. Esperemos que testemos mais coisas nos próximos testes numa direção positiva. O que eu vou conduzir este fim de semana não é nada que não tenha já testado, ou que eles não tenham já testado. Devo estar no meio entre a moto normal e as partes de desenvolvimento que temos estado a testar, que não têm funcionado, como sabemos, mas informação adicional é melhor do que nada. Sabemos o que a moto normal faz, como referência num teste, tudo bem, mas conduzi a moto normal durante dois anos, tem sido essencialmente a mesma. Eu e os outros pilotos sabemos o que essa moto faz, temos de ver que partes são positivas, para continuarmos com elas, e quais é que não são”, referiu.