MotoGP, Grã-Bretanha, Antevisão: Duelo italiano em perspectiva?

Por a 2 Agosto 2023 11:04

A Ducati e Bagnaia vão tentar a fuga na classificação, a Aprilia quer aproximar-se dos de Bolonha, a KTM espreita o momento certo para quebrar o domínio italiano. Será este um dos cenários possíveis a partir de Silverstone?

Terminam as férias. Com a mais longa pausa de verão desde o nascimento do MotoGP, é tempo agora de voltar às corridas. Silverstone aguarda, para um Grande Prémio Britânico que pode, de facto, oferecer grandes pontos de interesse. A começar por um duelo totalmente italiano: a Rainha Ducati contra a Princesa Aprilia.

Ducati e Aprilia favoritas

É uma conclusão lógica colocar a Ducati no topo das probabilidades para a nona ronda da época. As Desmosedicis dominaram quase todas as rondas anteriores e, falando de Silverstone, é justo lembrar a vitória de Pecco Bagnaia na edição de 2022. Foi a primeira da equpa italiana na pista mais frequentada pela Fórmula 1, confirmando como o equilíbrio sobre duas rodas mudou ao longo do tempo.

Os vários Enea Bastianini, Jorge Martin, Johann Zarco, Marco Bezzecchi, Luca Marini e Fabio Di Giannantonio vão disputar posições importantes, e o que é certo é que a quatro cilindros de Bolonha, é neste momento a referência da categoria e o objeto tecnológico a bater.

Uma compatriota, no entanto, está pronta e cheia de vontade de lhe fazer frente. A Aprilia chega a Inglaterra depois de ter reencontrado a veia e a garra com Aleix Espargarò em Assen, portanto, boas notícias vêm de Noale. Além disso, Maverick Vinales subiu ao segundo degrau do pódio no ano passado, numa pista onde o próprio Capitão obteve o primeiro troféu conquistado por uma RS-GP. Atenção ainda à dupla da RNF, chamada a reagir: o princípio de 2023 foi difícil para Miguel Oliveira e Raul Fernandez, que contam com um protótipo com bom desenvolvimento aerodinâmico e (teoricamente) adaptado às características de Silverstone.

KTM, a ‘terceira força’?

Atenção ainda às KTM RC16, que de Portimão à Holanda, estiveram perto do degrau mais alto do pódio. Estamos a referir-nos ao pódio de domingo em Assen, porque um par de Sprints de sábado já foram prerrogativa de Brad Binder, enquanto a vitória em Grande Prémios está ainda em falta.

Chamar à KTM uma “terceira força” é redutor, talvez mesmo provocador. De facto, as bombas de Mattighofen querem explodir através do sul-africano, tal como o australiano Jack Miller. As capacidades motoras da moto austríaca serão postas à prova num par de longas rectas, veremos como o chassis e as asas responderão às tensões impostas por curvas de raio e inclinação variáveis.

É com grande satisfação que tomamos conhecimento do regresso à ação de Pol Espargarò, que esteve ausente durante muito tempo na sequência do seu acidente em Portugal. O catalão número 44 estará de volta com a sua GASGAS, fazendo equipa com Augusto Fernandez. A equipa Tech3 estará na sua força máxima.

‘Armada japonesa’ em dificuldades

Vai a ‘armada japonesa’ sair do pântano em que se atolaram na primeira metade da temporada? Seria fácil prever que a M1 e a RC213 V também teriam dificuldades na Ilha de Albion, mas preferimos esperar por pelo menos duas coisas. Um: a inspiração de Fabio Quartararo e Marc Marquez: os dois são capazes de compensar a técnica com frequência, quem sabe se não o farão também em Silverstone. Segundo: o tempo que em Silverstone é imprevisível, capaz de afetar o desempenho em pista. Dentro e fora da chuva, o desempenho fica um pouco mais baixo.

Mais do que qualquer outra coisa, a Yamaha e a Honda encontram-se no vórtice do mercado de pilotos. Alex Rins renuncia a favor de Iker Lecuona, enquanto se aguarda a oficialização da futura mudança do atual ponta de lança da LCR – recorde-se: o único a vencer uma Ducati no domingo – para a Monster Energy azul e preta.

Apesar de só ter corrido uma vez no Reino Unido, saiba que este encontro está carregado de significado, expectativas e temas. A época recomeça, as televisões mal podem esperar , haverá pouco tempo para descansar a partir daí, e começar numa pista tão física como o antigo aeródromo da Royal Air Force irá testar ainda mais todos.

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Ricardo Ferreira
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