MotoGP, Aragão: 30 pontos separam Quartararo e Bagnaia
Os próximos três fins de semana valem um máximo de 75 pontos, com a primeira de três jornadas consecutivas a arrancar em Aragão. No ano passado, tivemos um duelo entre Francesco Bagnaia (Ducati) e Marc Márquez (Honda), e, 12 meses depois, ambos os pilotos continuam a dominar os destaques – mas por razões diferentes. Bagnaia chega ao GP de Aragão com quatro vitórias consecutivas, o primeiro piloto a fazê-lo numa Ducati, e a presença de Márquez mantém-se em dúvida. O que não está em dúvida, contudo, é a presença do 93 no teste de Misano, onde fez 100 voltas e foi o melhor Honda. A questão parece ter deixado de ser um “se” para passar a ser um “quando”.
A mesma coisa pode ser perguntada em relação à perseguição de Fabio Quartararo (Yamaha) por parte de Bagnaia. Depois de uma primeira metade de época em que desperdiçou bastantes pontos, o 63 tem recuperado bastante, não deixando mais ninguém ganhar uma corrida de MotoGP desde meio de junho. Mas foi por pouco em Misano, com o seu colega de equipa de 2023 Enea Bastianini (Gresini) a ficar a centésimos. Com a vitória de Bagnaia na MotorLand no ano passado, e depois do duelo entre ambos os italianos, é difícil não olhar para eles este fim de semana.
Há muito em jogo para a Ducati, no geral. Bagnaia quer reduzir a distância de 30 pontos no topo do campeonato, mas a fábrica de Borgo Panigale tem outra oportunidade de chegar à glória, tendo já um primeiro match point para chegar ao título de construtores. Bagnaia e Bastianini são os principais candidatos a chegar aos pontos necessários, mas os outros também têm essa capacidade. Johann Zarco (Pramac) e Jack Miller (Ducati) ambicionam mais, Luca Marini (VR46) conseguiu os seus dois melhores resultados de sempre recentemente e Jorge Martín (Pramac) tem algo a provar.
Fabio Quartararo poderá impedir que a Ducati chegue já ao título de construtores, contudo. Tirando o segundo lugar na Áustria, o campeão tem tido mais dificuldades ultimamente. Aragão não é a melhor pista para a Yamaha do ponto de vista histórico, mas El Diablo quererá repetir a performance da Áustria. Ainda tem uma margem de 30 pontos, e, depois dos testes de Misano, ficou no ar a possibilidade de utilizar alguns upgrades já este fim de semana. Franco Morbidelli também já ganhou na MotorLand, em piso seco, e deu alguns passos em frente em Misano.
Também na fábrica de Iwata, Darryn Binder continua a tentar somar pontos numa época de rookie positiva (vindo diretamente do Moto3), tendo agora um novo colega de equipa: Cal Crutchlow. O britânico, três vezes vencedor de corridas, regressa após a saída de Dovizioso, e o número 35 irá procurar ambientar-se o mais rápido possível.
Na Aprilia, temos assistido a uma mudança no status quo. Aleix Espargaró continua na luta pelo título e tem vindo a pontuar de forma consistente, mas Maverick Viñales tem estado melhor desde o regresso da pausa de verão. Será que Espargaró consegue recuperar ou irá Viñales dar outro passo? E irá o número 12 ser útil para dificultar a vida de Quartararo e Bagnaia? A MotorLand será outro desafio para a RS-GP.
Na KTM, Brad Binder e Miguel Oliveira procuram continuar a série de somar pontos nos Grandes Prémios. Binder mantém-se à frente de Viñales no campeonato e está apenas a oito pontos de Jack Miller. Claro que há margem para melhorar, mas há pontos positivos na marca austríaca.
Na Suzuki, há outro motivo de interesse. Álex Rins conseguiu bons pontos em Misano e vai querer ainda mais na sua corrida caseira. Mas, do outro lado da box, é esperado o regresso de Joan Mir, depois do highside na Áustria o ter afastado da corrida de Misano. O número 36 tem tido dificuldades recentemente, mas irá querer pôr isso atrás das costas se regressar à pista.
Por fim, a Honda. Com muito entusiasmo à volta do possível regresso de Marc Márquez, depois do que o espanhol fez no teste de Misano, há esperança na fábrica da Honda, mesmo que Márquez espere mais uma, duas ou três corridas. O regresso parece que está para acontecer.
Pol Espargaró, por seu lado, vai querer mais do que aquilo que teve em Misano, onde caiu logo no início num incidente no qual não teve culpa, sendo também uma corrida caseira. Álex Márquez (LCR) vai querer usar a sua experiência e memórias do pódio que já obteve na MotorLand, enquanto Takaaki Nakagami já conseguiu uma pole position aqui.