MotoGP, As principais inovações da Ducati para a moto de 2022

Por a 29 Julho 2022 15:00

Para além daquilo que os pilotos fazem em pista, importa estar atento àquilo que os mecânicos fazem em termos de inovação na moto, com a performance a estar relacionada com isso também. A Ducati é o construtor com mais motos na grelha e tem algumas inovações que vale a pena analisar.

O ano da Ducati começou com alguma preocupação. Após trazerem a GP22 para a pista nos testes de Sepang, descobriram que algumas das partes que tinham testado previamente com a GP21/GP22 no final da época passada não funcionavam como queriam. Uma dessas partes era o novo escape. Depois de o testarem, descobriram que tornava o motor da Ducati difícil de controlar, com os pilotos a abandonarem essa ideia e a voltarem ao escape mais pequeno quando chegaram ao Qatar. Mas a principal novidade foi que os pilotos de fábrica, Francesco Bagnaia e Jack Miller, voltaram a um motor de 2022 com uma especificação mais antiga, em vez da mais recente que era utilizada pelos pilotos da Pramac, Jorge Martín e Johann Zarco.

Para 2022, um dos maiores upgrades feitos pela Ducati foi a nível aerodinâmico. Em 2021, tinham dificuldades com a agilidade da máquina à entrada das curvas. As asas com a especificação de 2021 eram muito grandes e criavam bastante downforce, mas também, devido à sua forma, provocavam dificuldades na entrada das curvas e foi nisso que tentaram melhorar para 2022.

Nas asas de 2022, a de cima é mais pequena, mas ainda é bastante larga no geral. Mas a mudança-chave veio na asa mais abaixo no sidepod. A sua metade mais baixa vira para dentro para se conectar com a carenagem, em comparação com a asa do sidepod de 2021 que ia diretamente para baixo e depois virava para se conectar com a carenagem. É possível que esta mudança tenha ajudado a Ducati à entrada das curvas, permitindo-lhes uma transição mais suave de downforce completo quando a moto está em linha reta para uma perda bastante grande de downforce em curva quando está inclinada.

Em relação ao dispositivo de altura, os pilotos da Ducati testaram-no na pré-época e foi possível ver quanto é que esse sistema baixava a frente da moto à saída da curva. Funcionava ao ativar o sistema à entrada da curva, e, quando a forquilha da frente estava comprimida no meio da curva, impedia que esticasse à saída da mesma. Isto baixa o centro de gravidade da moto e ajuda a reduzir wheelie. Mas enquanto todos os pilotos da Ducati a tentaram, apenas Johann Zarco tem continuado a utilizá-la durante a época, com os outros a dizerem que não gostam da sensação que têm quando chegam à próxima curva e a frente está bastante baixa quando travam.

Por fim, vimos algo que pode ser utilizado em 2023 no teste da Catalunha. Zarco testou um chassis que tem grandes áreas de material cortadas da estrutura à volta do braço oscilante. É uma solução radical e Zarco preferiu não fazer grandes comentários sobre aquilo que a Ducati pretendia, mas admitiu que é uma peça de desenvolvimento para 2023.

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