MotoGP, 2021, Áustria: Honda prepara uma revolução para 2022..
A crise técnica da Honda vem-se manifestando há algum tempo, e não tem que ver só com a ausência de Marc Márquez, levando agora a marca a anunciar grandes mudanças…
O ano passado, a Honda Repsol não teve uma única vitória em MotoGP, e só 2 pódios em segundo do rookie Alex Márquez salvaram o descalabro total.
Marc Márquez está quase em forma, mas já não consegue compensar as falhas da RC213V com a sua pilotagem genial, nem os outros pilotos Honda têm secundado isso com resultados de monta, tanto que para 2022, está a ser anunciada uma revolução na HRC…
Pol Espargaró lamenta o facto de ainda ter a mesma Honda com os mesmos problemas e está preocupado com 2022, dadas as atuais fraquezas do projecto, mas talvez esta inércia se deva ao facto de que o projecto será diferente em 2022.
No Grande Prémio da Áustria, Marc Márquez disse alto e bom som: “Pedi mais à HRC porque a moto não está pronta para ganhar”.
Uma mensagem que foi recebida e interiorizada por Takeo Yokoyama. O Director Técnico do HRC começou por dizer:
“A primeira parte de 2021 tem sido difícil e não da forma que queríamos. Nós somos a Honda, o nosso objectivo é estar sempre no topo, onde estivemos no passado. Começámos com essa mentalidade, mas não a atingimos nesta primeira parte da época. Por isso não posso avaliar muito bem, o que posso dizer… continuamos a trabalhar e a tentar fazer coisas novas.”
“Marc não correu o ano passado e não tinha experiência do pneu traseiro que a Michelin introduziu no início desse ano. Ele voltou para a temporada 2021 e o seu feedback foi imediatamente muito bom, mas ao mesmo tempo eu diria que ele ainda está no processo de compreender perfeitamente o pneu traseiro, e provavelmente, em parte porque não estava em perfeitas condições”, disse também o gestor japonês. “Mas o seu feedback… é Marc Márquez, e o seu feedback é muito bom, ele contribui muito e deu-nos muitas ideias novas que deveriam vir na segunda parte da época, por isso continuamos a trabalhar assim.”
Mas a maior parte do trabalho está atualmente a ser feito nos bastidores e é grande: “Depois do desenvolvimento congelado, tivemos dois anos para fazer evoluir o motor”, disse o gestor.
“Para além das peças que podem ser testadas durante esta estação, tais como o chassis e o braço oscilante, no Japão estão a trabalhar numa mudança drástica do motor para conseguir a aderência que os pilotos querem ao travar e acelerar.”
A Honda não vai fazer uma evolução do motor existente, mas algo mais próximo de uma revolução.
“O que podemos tentar com o motor do próximo ano é fazer uma mudança mais drástica do que nos anos anteriores, que foram mudanças de ano para ano”, foram as palavras exatas do homem de referência técnica da Honda.
Em relação a uma possível mudança de conceito, fala-se de uma perda de velocidade máxima que poderia dar mais margem noutras áreas. No entanto, o homem da Honda diz: “Não quero perder velocidade máxima, mas melhorar a travagem, entrada em curva, velocidade a meio da curva, aceleração e tração. Este é o nosso objectivo para o próximo ano!”