MotoGP, 2021: Ainda as queixinhas de Pol Espargaró
O novo piloto da Honda Repsol está convencido que sem Zarco, teria vencido em Brno e já levou resposta nas redes sociais
Pol Espargaró é agora piloto da Honda e está a deliciar-se com o seu novo desafio, que deverá levá-lo, a dada altura, a defrontar Marc Márquez com equipamento idêntico pela primeira vez na sua carreira.
No entanto, abordaria o que o espera com um pouco mais de serenidade se já fosse um vencedor de Grande Prémio, mas não é esse o caso.
O que é ainda pior é que aquele que iniciou o projeto KTM no MotoGP deixa-o sem ter sido um dos três sucessos, que entretanto foram conseguidos por Binder e Oliveira.
Uma verdadeira falha que traz frustração a julgar pelas suas próprias palavras…
Pol Espargaró tem dificuldade em defender-se do facto de ter deixado a KTM sem ser parte do ano em que a RC16 abriu o seu contador de vitórias.
Uma frustração que ele decidiu se ficou a dever a um só lugar, Brno, após um incidente com um piloto, o seu antigo companheiro da equipa de Mattighofen, Johann Zarco:
“Na República Checa, antes de Johann Zarco me empurrar para fora da pista, estava em posição de lutar pela vitória”, recorda Espargaró da corrida de Brno.
Mas houve outras oportunidades desperdiçadas:
“Na Áustria, estive lá até à último curva, lutei com o Jack Miller. Mesmo na primeira corrida austríaca antes da chegada da bandeira vermelha, a oportunidade estava lá”, diz, enumerando mais duas hipóteses de vencer. “Nessas alturas, houve hipóteses, mas por alguma razão, não conseguimos converter nenhuma delas.”
“A oportunidade de ganhar esteve lá e é isso que vou levar comigo no final”, disse o espanhol. “Claro que gostaria de ter celebrado essa primeira vitória com a KTM, não há dúvida nenhuma. Mas depois disso não senti a vantagem clara que tínhamos em Brno e também em Spielberg com a moto, o traçado, os pneus.”
No entanto, Pol Espargaró não sai de mãos vazias. Já subiu ao pódio por cinco vezes em terceiro lugar e terminou a temporada de MotoGP como o melhor piloto da KTM, na quinta posição.
Será que a primeira vitória da Honda no MotoGP será agora sua? Sem Marc Márquez, que teve de fazer uma pausa devido a lesão, o construtor mostrou-se incapaz de vencer em 2020.
E o passado mostrou que até os pilotos experientes têm lutado com dificuldades para mudar para a Honda, o último dos quais Jorge Lorenzo em 2019.
Mas o mais novo dos Espargaró remata com uma observação sobre a situação:
“A maioria dos pilotos no paddock de MotoGP esperam por uma tal oportunidade, e eu não podia recusar. Esta é uma das melhores motos do mundo se olharmos para trás na história. E mal posso esperar para ver a rapidez com que me posso adaptar e obter os resultados que estou a ver.”
Entretanto, ao culpar um francês, os comentários em blogs francófonos não se fizeram esperar, com um leitor a chamar-lhe “Espargaga” e a dizer que está farto das suas desculpas, terminado com uma dura crítica que remete, de algum modo, para algo dito por Oliveira o ano passado: “Para sermos campeões, não temos só de ser grandes pilotos, temos de ser inteligentes, e isso garante que nunca serás Campeão do Mundo!”
Assino embaixo do Miguel!
Sempre lembro-me da história da Tech3, lembrando que Pol chegou, em 2016, a montar a M1 de 2015, que havia sido campeã e vice (respectivamente com Lorenzo e Rossi).
Basta ver a folha de resultados dele na Tech3 e comparar com a mesma equipa e moto em 2017 e 2018, na “era Zarco”.