MotoGP, 2020, Wilco Zeelenberg: “Claro que queríamos o título de Campeão do Mundo”

Por a 28 Novembro 2020 16:00

Depois de duas vitórias em Jerez, Fabio Quartararo da Yamaha Petronas era  considerado o favorito para o Mundial de MotoGP. Mas no final, apenas terminou em oitavo foi. Que aconteceu? O team manager Wilco Zeelenberg fala do que se passou por detrás do pano

“Tivemos dois pilotos que ganharam corridas e lutaram pelo campeonato, o que nos deixa orgulhosos!” –

Wilco Zeelemberg

Fabio Quartararo foi a sensação no Mundial de MotoGP em 2019.

O estreante, que só venceu uma vez na classe de Moto2 (em alta no GP da Catalunha de 2018), mereceu a confiança do Team Manager da Yamaha Petronas SRT, Wilco Zeelenberg, do gestor Johann Stigefelt e do Diretor da equipa Razlan Razali.

Na Yamaha M1, o bicampeão do CEV Repsol em Moto3 Júnior conquistou sete lugares no pódio no ano passado e tornou-se no mais jovem piloto de todos os tempos a fazer a pole no MotoGP em Jerez 2019.

Quartararo terminou a sua primeira temporada de MotoGP na quinta posição e Marc Márquez sabia que o francês de 20 anos seria provavelmente o seu maior adversário no seu segundo ano.

Zeelenberg, que ganhou um GP nas 250 no Nürburgring em 1980, podia estar satisfeito com a primeira temporada de MotoGP na sua nova companhia.

2020, porém, não correu exatamente como planeado. Apesar de três vitórias em GP, Quartararo afundou-se na classificação, acabando apenas no 8º lugar e conseguindo apenas 19 pontos nas últimas seis corridas.

Wilco, com três vitórias para Fábio, três vitórias para Franco Morbidelli e mais dois pódios e seis poles, todas na temporada de 2020, reflectiu:

Na verdade, é pouco. Se me tivessem dito isto antes da época, eu teria respondido: “Isso nunca vai acontecer.” Mas no desporto anseias sempre por mais e isso era, naturalmente, o Campeonato do Mundo. Escapou-nos, porque sem o Marc, o título era claramente o objetivo para todos.”

Depois das duas primeiras vitórias do Fábio, também terá ele pensado que era o homem a bater?

“Sim, mas a realidade, no entanto, é diferente. Este ano mostrou mais uma vez como é difícil tornar-se campeão do mundo.”

“Porque, claro, Joan Mir teve uma temporada fabulosa, mas também teve os seus problemas. Até teve dificuldades em ganhar uma corrida. Parecia que íamos ter um campeão do mundo sem uma vitória. Não foi esse o caso, mas tinha problemas.”

“Não houve um piloto que tenha sido constante em todo o lado, como Marc Márquez fez no passado. Ninguém conseguiu subir ao pódio em todas as corridas e construir uma liderança sólida!”

O que preferia então: uma temporada como 2020 ou como em anos anteriores?

Querendo dizer, como em 2015, 2012 e 2010, quando Zeelenberg conquistou o título com Jorge Lorenzo na equipa de fábrica da Yamaha.

“Obviamente, tivemos uma grande temporada, mas é evidente que queríamos o título de campeão do mundo. Mas tivemos dois pilotos na equipa que ganharam corridas e ambos lutaram pelo campeonato, o que nos deixa orgulhosos. No entanto, teríamos preferido que os resultados tivessem sido mais consistentes, especialmente do Fábio.”

“Nas últimas corridas de 2019, levou sempre a moto aos três primeiros lugares mas na altura não venceu uma corrida. Este ano foi ao contrário: três vitórias, mas nenhum outro lugar no pódio. É algo em que estamos a pensar. Podes procurar 100.000 explicações, mas é real!”

“Penso que foi muito importante este ano termos escolhido uma máquina que não foi tão desenvolvida como a M1 do ano passado. Na época passada, fomos capazes de lutar e competir em todas as corridas e sempre estivemos na janela de performance.”

Este ano foi diferente. O Fabio conseguiu uma nova máquina de fábrica para 2020 este ano. Mas foi uma máquina nova que reagiu de forma diferente do que esperávamos em determinadas pistas e em determinadas situações.

No final, temos de tentar encontrar uma configuração para a máquina que torne possível que o condutor se sinta confortável. Infelizmente, não conseguimos fazê-lo!”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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