MotoGP, 2021: Os candidatos em 2021
2020 revelou vários novos candidatos ao título para 2021, com pilotos do meio do pelotão ou rookies a transformarem-se em atacantes regulares à frente. Com alguns a assumirem agora lugares em equipas de fábrica, quantos candidatos ao título teremos?
Nunca nos cansaremos de frisar como foi sensacional a época de 2020. Nove vencedores, 15 finalistas do pódio, pilotos independentes vencendo mais de metade das corridas, e um novíssimo campeão do mundo em Joan Mir, para não falar da primeira vitória da Suzuki em 20 anos.
O MotoGP deu-nos um espetáculo como nenhum outro, quando mais precisávamos de distracção e alguma coisa para concentrar energias positivas.
A temporada de 2020 também nos deu muito para esperar de 2021 e não só.
Mir, (36 acima) Franco Morbidelli, o antigo colega de equipa Fabio Quartararo e os companheiros de equipa de 2021, Miguel Oliveira e Brad Binder, venceram as suas primeiras corridas de MotoGP este ano, e pelo menos dois desses pilotos foram sérios candidatos ao título em 2020, o três vezes vencedor e sete vezes finalista do pódio, Quartararo e o seu colega de equipa Morbidelli, também três vezes vencedor e com o mesmo número de pódios que lhe deram o vice-campeonato no final.
Então, com isto em mente, quantos candidatos ao título temos realisticamente em 2021? Bem, podia argumentar-se que serão muitos.
Para começar, Marc Márquez (93) deverá estar de volta e se ultrapassar os problemas físicos, recordemos que é o piloto para quem um mau resultado é segundo.
Depois, gente que cresceu em 2020, como Quartararo e Oliveira, estão a mudar-se para equipas de fábrica, e juntam-se ao ex-duo da Pramac Racing Jack Miller e Francesco Bagnaia na Ducati.
Miller (abaixo) é quatro vezes finalista no pódio em 2020 e vimos um vislumbre de como Pecco Bagnaia pode andar quando tudo corre bem, pois na Andaluzia, San Marino e Emilia Romagna, antes do seu acidente, o seu desempenho foi impressionante.
Agora em máquinas de fábrica, todos os pilotos acima mencionados têm de ser considerados verdadeiros candidatos ao título. Morbidelli (abaixo, 21) pode não estar na mais recente maquinaria Yamaha em 2021, mas isso também não impediu o ítalo-brasileiro de terminar como o melhor piloto da YZR-M1 este ano.
“Morbi” subiu para um nível totalmente diferente e à medida que entramos no período de testes de inverno, o italiano será considerado por muitos como uma ameaça ao título. Disso, não há dúvida.
Assim, temos Quartararo e Morbidelli, com três vitórias, e Oliveira com duas, como os únicos pilotos que venceram mais de uma vez em 2020, entre eles, o independente do ano, Morbidelli, a que é preciso acrescentar o também vencedor e rookie do ano Binder.
Todos têm hipóteses de chegar ao título. Depois há a dupla da Ducati de fábrica Miller e Bagnaia.
O campeão mundial Mir está, naturalmente, entre esse número depois do seu ano sensacional, e o colega de equipa Alex Rins também é definitivamente um candidato ao título. Com o regresso de Marc, já são nove.
Depois temos Pol Espargaró (44 acima). Obviamente, é um homem que não aceita a derrota com o sorriso de Morbidelli ou Miller, ambos a elogiar Miguel sem reservas pela sua vitória em Portimão. Foi o único que não consta tenha dito grande coisa nas redes socais quando Mir se tornou Campeão e menosprezou a primeira vitória de Oliveira na KTM como tendo sido na moto que ele “tinha construído”- quando a seguir foi de construtor a servente ao confessar que a sua equipa tinha recorrido, por vezes, às afinações de Oliveira na Tech3.
Seja como for, o novo recruta da Honda Repsol terminou em quinto lugar na classificação do Campeonato do Mundo depois de uma mega temporada final com a KTM, que o viu reclamar cinco pódios.
Só o campeão Mir tinha mais, e Morbidelli que também levou cinco. Agora a bordo de uma RC213V de fábrica, Pol Espargaró deverá ser uma arma séria, tal como foi este ano, em 2021.
A primeira vitória em MotoGP ainda escapa ao número 44, mas temos de imaginar que com o seu estilo de condução super-agressivo e em modo de ataque vai encaixar na Honda como uma luva.
O colega de equipa de Polyccio, como vimos, não precisa de apresentações. Marc Márquez, oito vezes campeão do mundo, vai regressar com mais fome do que nunca em 2021, depois de ter perdido a totalidade de 2020 em que nem pontuou e, como sempre, será o principal candidato à coroa.
São 10 verdadeiros candidatos ao título, e Maverick Viñales, da Yamaha Monster Energy, (12 acima) faz 11.
Os pilotos da YZR-M1 de 2020 tiveram uma campanha de montanha-russa em 2020, acabando por terminar em desilusão. O título de Quartararo e Viñales ficou pela beira do caminho na segunda metade de uma época condensada, mas houve sempre flashes do que sabemos que o Viñales é capaz.
Após um inverno enorme pela frente para a fábrica de Iwata, uma moto consistentemente competitiva vai ser necessária para vermos o número 12 levantar a coroa de 2021, mas nunca se pode descartar o Campeão do Mundo de Moto3 de 2013.
10 candidatos por antecipação em cinco equipas de fábrica, mais o vice-campeão de 2020, Morbidelli, na satélite Yamaha Petronas SRT.
Onze nomes, entre eles alguns que subiram à ribalta em 2020 quando muitos não esperavam. Foi realmente um contra-relógio fascinante. Agora, porém, com apoio de fábrica, pódios e vitórias ímpares pesar no palmarés.
Como outsiders, nunca se pode descontar Zarco e quem sabe se a Aprilia não dará o salto em 2021 que a KTM deu me 2020? Nesse caso, teríamos outro potencial candidato em Aleix Espargaró!
A realidade é que não sabemos o que vai acontecer em 2021. Se for como este ano, ninguém tem hipótese de prever o resultado. No entanto, o que sabemos é que a grelha vai ser igualmente competitiva, se não mais do que este ano. Nomeámos 10 candidatos, mas há argumentos para mais.