MotoGP, 2020, Europa: Davide Brivio, por trás do êxito da Suzuki

Por a 9 Novembro 2020 17:00

Grande parte do mérito da primeira vitória de Joan Mir, que o colocou ainda mais à frente do campeonato, e quem sabe, a um passinho do título de MotoGP de 2020 deve-se claro, ao extraordinário talento e capacidades do jovem piloto de Palma de Maiorca

Porém, não podemos esquecer as melhorias efectuadas à Suzuki, e muito menos a fatia de crédito devida ao gestor da equipa Davide Brivio.

Conheço Davide desde o final dos anos 80, há muito mais anos do que, se calhar, cada um de nós gostaria de admitir, muitos anos antes de ele sonhar que um dia seria manager de uma equipa de MotoGP, quanto mais que pode estar prestes a ganhar o Mundial com ela.

Brivio é da região de Monza, e depois de brincar como piloto de MotoCross, empregou-se na BYRD, divisão italiana do importador da Yamaha, acabando a tomar conta de um vizinho e amigo, jovem piloto do incipiente mundial de Superbikes, chamado Fabrízio Pirovano.

Durante anos, enquanto levava Pirovano a dois vice-campeonatos mundiais de Superbike, a sua carreira esteve intimamente ligada à Yamaha e foi nessa qualidade que encetou negociações por baixo da mesa para trazer Valentino Rossi para a marca, quando o campeão deixou a Honda em 2003.

De facto, durante um tempo por volta de 2011, Brivio geriu a carreira do VR46 até que as suas qualidades de gestor humano, com olho para talento jovem e ao mesmo tempo, uma forma única de gerir uma equipa, baseada no bom humor e compreensão das capacidades e necessidades de todos, viu surgir um desafio a que ele não resistiu: pegar na embrionária equipa Suzuki e transformá-la numa formação vencedora.

Cinco anos depois o resultado está à vista, com liderança do Mundial, dois pilotos em 1º e 3º candidatos ao título e o primeiro 1-2 da Suzuki no pódio desde 1982.

A propósito, Brivio comentou:

“Foi de facto a primeira vez que consegui, na minha carreira de Manager, um 1-2 no pódio com as minhas motos, e é uma boa sensação, claro!

O fim-de-semana até começou muito difícil, condições muito duras, chuva durante todos os treinos e praticamente nenhum tempo para acertar as motos…”

“Porém, tínhamos uma boa sensação, e a nossa moto no Warm Up já estava quase pronta para a corrida, foi então que escolhemos o pneu…”

“Depois, tivemos uma corrida incrível, à frente de toda a gente, e todos estavam lá a competir, por isso foi muito bom!”

“Foi uma exibição impressionante do Joan, ele tentou ser cuidadoso, não correr riscos e eu gostei disso…”

“Aliás quer o Alex quer o Joan estavam descontraídos de manhã, calmos e confiantes… eu tenho a certeza de que ele queria mesmo ganhar, apesar do stress.”

“Estou muito contente que tenhamos conseguido, o Joan é assim, foca-se na corrida, lembro-me de lhe perguntar de manhã como estava e ele dizer que se sentia bem, tinha uma boa sensação.”

“Gostei da sua aproximação e da forma como gerimos este fim-de-semana.”

“É claro que não esperávamos estar nesta situação, com dois pilotos candidatos,  mas é lógico que, como eles estavam na luta pelo campeonato, eram livres de correr como lhes aprouvesse.”

Agora vamos tentar consolidar esta posição, cada um tentar fazer a própria corrida mantendo o respeito mútuo e deixá-los livres para correr, que os ajuda a mantém esta motivação como colegas de equipa, mas rivais… Vamos continuar!”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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