MotoGP, 2020, Valência: “Quatro Yamaha prontas a vencer”

Por a 30 Outubro 2020 16:00

Quem o diz é Takahiro Sumi, gestor de projecto de MotoGP da Yamaha, sobre a temporada de 2020, assegurando que não esqueceram a luta por mais velocidade de ponta

Apesar duma suposta deficiência de velocidade e do desenvolvimento dos motores congelado para 2020 por mútuo acordo, Franco Morbidelli deu à Yamaha a sua sexta vitória da temporada na 11ª prova de MotoGP.

Foram 3 de Quartararo, 1 de Viñales e 2 de Morbidelli, isto apesar do protegido de Rossi de 25 anos na equipa da Yamaha Petronas, apenas ter à disposição uma M1 de especificação A, baseada na moto de 2019, ao contrário dos seus colegas de marca.

O piloto de fábrica Maverick Viñales explicou isso em parte, depois do seu sétimo lugar no GP de Teruel:

“A moto deste ano é um pouco mais difícil de pilotar, isso não é só verdade para mim, os outros pilotos também têm problemas com isso.”

Então o gestor de projeto de MotoGP da Yamaha, Takahiro Sumi, está satisfeito com a M1 de 2020?

“Para ser honesto, não estamos super satisfeitos, mas estou feliz com o nosso desempenho no geral”, foi a sua resposta contida. “No ano passado éramos rápidos nos treinos livres e na qualificação, mas não tão fortes na prova. Era esse o aspeto que queríamos melhorar para esta época. A velocidade máxima continua a ser um dos principais temas, ganhámos algo em relação ao ano anterior, mas infelizmente a competição também se desenvolveu bem. Portanto, a situação não mudou tanto como esperávamos.”

Mas Sumi também enfatizou: “Temos três vencedores de corridas na Yamaha e Valentino também redescobriu a sua sensação e velocidade. Todos os quatro pilotos Yamaha estão agora prontos para vencer. Portanto, com todo o pacote, estamos confiantes de que estamos a avançar na direção certa, mas ainda há muito trabalho a fazer para alcançar o nosso objetivo.”

A verdade é que a Yamaha lidera atualmente o Campeonato do Mundo de Construtores à frente da Ducati e da Suzuki. Na classificação dos pilotos, Viñales está 19 pontos atrás no terceiro lugar, seguido de Morbidelli, que está a 25 pontos de distância.

A conhecida deficiência da M1 é a falta de velocidade de ponta. Quanto é que a Yamaha perdeu por ter sido congelado o desenvolvimento do motor?

“Temos de desenvolver ainda mais para melhorar os nossos pontos fortes. Infelizmente, a velocidade e o comportamento em curva não são apenas uma força da Yamaha. Estamos conscientes de que a concorrência neste domínio melhorou consideravelmente, especialmente a Suzuki. Por isso, temos de fazer mais do que antes”, disse Sumi. “Também não desistimos quando se trata de melhorar a velocidade máxima para o próximo ano, mesmo que o desenvolvimento do motor esteja congelado. Mas o motor é só um dos elementos. Podemos encontrar outra maneira de melhorar para o próximo ano. Temos de olhar para os nossos pontos fortes e fracos”, disse.

Em 2020, porém, também houve danos de motor causados por válvulas defeituosas. Como resultado, muito antes dos outros fabricantes, os pilotos da Yamaha já não tinham um motor novo de reserva. Para os três Grandes Prémios que faltam, há alguma preocupação com os cinco motores permitidos?

O gestor de projetos da Yamaha não revelou nada, com uma curta resposta:

“A estratégia em relação à operação do motor é, naturalmente, altamente confidencial. Infelizmente, não posso dizer nada sobre isso agora.”

No entanto, Sumi deu uma explicação para a pouca ocupação do piloto de testes Jorge Lorenzo: “Inicialmente, tentámos criar mais oportunidades de teste na Europa para esta temporada. Este era o nosso plano, mas infelizmente a situação atual não nos permite fazê-lo, porque, por exemplo, não é possível viajar livremente. Claro que não esperávamos isso e o Jorge só teve uma oportunidade depois do teste de Sepang, em Fevereiro. É uma pena, mas estamos a tentar encontrar uma forma de testar nos circuitos europeus na próxima temporada. Continuaremos nessa direção para o próximo ano, estamos agora a ponderar como estruturar a equipa.”

E enquanto a saída de Lorenzo se aproxima, Andrea Dovizioso, o vice-campeão dos últimos três anos, ainda está no mercado.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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