MotoGP, 2020, Teruel: Nakagami fala de “erro colossal”

Por a 27 Outubro 2020 12:30

Depois de cair no começo do GP de Teruel, Takaaki Nakagami disse que “a pressão era incrível, e cometeu um grande erro”

Foi um desgosto para Takaaki Nakagami cair da liderança na primeira volta da  MotoGP de Teruel em Aragón, pondo fim às esperanças de um pódio de estreia e talvez até de uma vitória.

Partindo de uma primeira pole position de MotoGP depois de ser o mais rápido durante todo o fim de semana, o maior obstáculo que restava entre Takaaki Nakagami e, pelo menos, um pódio de estreia na classe rainha parecia ser uma boa fuga.

Mas o desastre aconteceu apenas algumas curvas depois do arranque, quando o piloto da Honda LCR saiu um pouco largo da Curva 4 e perdeu a frente ao tocar nos travões para a Curva 5, mandando-o para fora.

Nakagami, já confirmado como piloto de MotoGP da Honda para as duas temporadas seguintes na véspera da prova, ficou mortificado pelo erro, sentado com a cabeça nas mãos em desespero muito depois de regressar às boxes.

“Agora sinto-me um pouco melhor!”, Disse Nakagami, várias horas após o incidente. “Foi uma pena, porque foi um erro nos custou massivamente.

“Mesmo agora não acredito como pude cometer aquele erro, e estou desapontado comigo mesmo.”

Nakagami admitiu que a imensa pressão de estar na pole e liderar pela primeira vez tinha-se revelado demasiado para aguentar.

“Foi uma sensação incrível estar na pole position, mas por outro lado foi uma pressão incrível”, disse. “Antes do início, o meu ritmo cardíaco estava perto de 200, talvez!”

“Foi a primeira vez que senti uma pressão incrível, a primeira vez na pole e a primeira vez a liderar uma corrida, só talvez por 10 segundos, e não consegui.”

A explicação técnica para a sua queda foi uma combinação de fatores, começando com uma linha defensiva à entrada para a Curva 4.

Levando demasiada velocidade para a linha mais apertada, Nakagami ficou um pouco largo na saída, e também não teve em consideração a diferença de um tanque de combustível cheio, pelo que travou de forma demasiado agressiva para a Curva 5.

“Eu sabia que o Franco estava atrás e foi por isso que tive de fechar a porta da Curva 1, 2, 3 e também 4 para salvar a posição. Na Curva 4 eu estava ligeiramente mais dentro, depois na travagem para a Curva 5 eu estava um pouco fora da linha”, explicou.

“Foi um erro fácil de fazer, mas depois não consegui controlar a situação muito bem. A minha travagem foi agressiva demais. De repente, bloquei a frente e cai”.

“Foi um erro tão estúpido. Não sei porque é que naquele momento fiz aquilo, só posso dizer que ía muito rápido e não consegui controlar a velocidade, nem a pressão de travagem. Estava fora de controlo.”

“Todos os treinos, nunca tive essa sensação, mas na corrida estava demasiado nervoso e não conseguia controlar os meus sentimentos. Fui muito bruto na primeira parte da travagem”.

“No início da corrida, com um tanque cheio de combustível, a moto cai mais para a curva, e não consegui pensar nisso. Só estava a tentar fazer um bom começo e tentar ser forte em todas as curvas e tentar fugir o mais rápido possível.”

“Era a única coisa na minha cabeça, tentar o máximo desempenho depois do início e fui muito rápido.”

“Taka” assumiu a culpa, mas a LCR e a Honda proferiram palavras positivas para tentar consolar o #30.

“Quando voltei à nossa garagem, em primeiro lugar pedi desculpa ao Giacomo Guidotti pelo meu erro estúpido e ele disse: ‘Não te preocupes Taka, fizeste um trabalho fantástico. Foi um pequeno erro, mas durante todo o fim de semana estiveste perto do topo.” Foi muito positivo.

“Também falei com o Lucio e o Takeo [Yokoyama, da HRC], que disseram o mesmo que o Giacomo. Estão muito orgulhosos da nossa atuação durante todo o fim de semana. Acaba pro ser uma sensação agradável.”

“Agora tenho de manter a cabeça erguida e tentar pensar em Valência.”

O primeiro erro de corrida do ano de Nakagami terminou o seu registo de 100% de resultados no Top 10, sempre a marcar pontos.

“Se eu aprender com este erro, então acredito que o nosso futuro é brilhante. Por outro lado, se voltar a cometer o mesmo erro será um desastre!”, disse Nakagami, o único piloto da Honda a usar uma moto de 2019.

“Faltam apenas três corridas para acabar esta época, mas não me importo com o campeonato, se conseguir ganhar uma corrida não estou interessado em quem ganha o campeonato.”

“Quero divertir-me!”

Alex Márquez, da Honda, Repsol também caiu, enquanto ia no quarto lugar, deixando o companheiro de equipa de Nakagami, Cal Crutchlow, como o melhor piloto da Honda no 11º lugar.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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