MotoGP, 2020: Rossi concorda com conclusão de Oliveira sobre os pneus Michelin

Por a 2 Setembro 2020 14:30

Depois da segunda corrida de MotoGP em Spielberg, não foi apenas o piloto da Ducati, Andrea Dovizioso, que mais uma vez pôr em causa o pneu traseiro da Michelin. Eis a opinião de Valentino Rossi.

O novo pneu traseiro Michelin tem estado sempre em destaque na temporada de MotoGP de 2020, nomeadamente quando Andrea Dovizioso se queixou depois do GP da Estíria que a Michelin não controlou a situação:

“Eles não tentam tudo para que os pneus sejam sempre exatamente os mesmos. Mas esta é apenas a segunda situação. A instabilidade tem a ver com a primeira situação: os altos e baixos em desempenho vêm justamente do facto de o pneu ser diferente e ainda não é absolutamente claro como funcionam.”

Como é que o homem mais experiente da grelha avalia a situação? Valentino Rossi: “Na minha opinião, a situação melhorou. A Michelin é mais cuidadosa, por exemplo, se um pneu sobreaqueceu várias vezes, já não nos dão mais essa mistura. Nos últimos anos, no entanto, temos sofrido bastante.”

O nove-vezes campeão do mundo explica as dificuldades atuais de muitos pilotos desta forma: “O nível aqui hoje é muito alto e as diferenças são muito pequenas. Talvez haja um pneu que funcione um pouco melhor do que outro e isso pode afetar a corrida”, disse. “Não sei se há diferenças de um pneu para outro, mas é certo que a janela de trabalho é muito pequena.”

No segundo GP de Spielberg, a estrela da Yamaha de 41 anos experimentou isso mesmo: “Fiquei muito otimista e feliz com as condições, porque temos sempre um pouco mais de problemas com o calor, mas na segunda corrida de domingo tínhamos 33 graus, que eram condições perfeitas para competir numa corrida de moto. Pensei que ia ser mais competitivo, mas o pneu médio não funcionou à tarde. Também não tive qualquer aderência e tive problemas na primeira fase da corrida.”

A mesma coisa que Oliveira refletiu, quando disse depois da sua vitória que o que lhe permitiu ser mais competitivo na segunda parte da corrida foi ter trocado para o pneu mais duro.

A propósito disso, o CEO da Michelin-motorsport Piero Taramasso rejeitou as críticas de Dovizioso que dissera que “Desde a primeira volta o pneu não funcionou normalmente e piorou volta após a volta.Tenho certeza de que havia algo errado com o pneu!”

“Olhei para os dados do Dovizioso: quando começou a primeira corrida com o pneu traseiro médio, que ele afirmava não funcionar, a pressão do pneu estava muito baixa”, disse Taramasso à GPone.com. “De acordo com isto, foi um erro de decisão da tripulação da Ducati: Quando o pneu estava frio, a pressão do ar era a mesma da corrida anterior no domingo, mas então a temperatura do asfalto estava 15 graus mais alta. A pressão do ar e a temperatura do pneu não subiram imediatamente e, consequentemente, a mistura não conseguiu atingir a janela de trabalho certa para o funcionamento ideal. Assim, o pneu não tem a aderência necessária, o desgaste é maior e há também uma degradação mais drástica.”

 

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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