MotoGP, Estíria: Vitória histórica de Miguel Oliveira em retrospetiva

Por a 25 Agosto 2020 12:00

Não importa de que ponto de vista se observe, a corrida de MotoGP no Grande Prémio BMW da Estíria deste Domingo foi extraordinária, os valores habituais completamente esquecidos perante o influxo de novos pilotos e novas marcas candidatas ao pódio. Uma primeira metade da corrida interrompida viu Joan Mir chegar à frente para liderar, e na segunda metade, Miguel Oliveira venceu com uma manobra espetacular de última hora.

Tudo tinha começado na Áustria sob ameaça de chuva, que nunca se concretizou, com os treinos livres, em que Miguel Oliveira sempre andou em destaque, dominados à vez por Jack Miller na Ducati Pramac, Pol Espargaró na KTM Factory, Joan Mir na Suzuki Ecstar ou, surpresa, Nakagami na Honda da LCR. Se já antes estávamos a ficar sem adjetivos para descrever a prestação de Miguel Oliveira na classe rainha da velocidade mundial, agora encontrar novas maneiras de elogiar os feitos do português está a tornar-se um bico de obra.

11 Campeonatos Mundiais perseguem Oliveira só nesta curva…

Todo o fim-de-semana na Áustria, Miguel Oliveira estive entre os mais rápidos, perseguindo Dovizioso e Miller no Treino Livre 1, que acabou em 3º a 39 milésimas do mais rápido Miller, consolidando isso com sexto no Treino Livre dois, e garantindo a sua qualificação automática ao ficar de novo em sétimo no Treino Livre 3 de sábado de manhã. Maior surpresa ainda foi Johann Zarco, recém operado ao escafóide, qualificar à frente da Q1 depois de nem sequer ter feito os Treinos Livres de sexta-feira, em virtude de ter sido operado dois dias antes…

Entretanto for anunciada a decisão de castigar o piloto francês pela queda causada na semana anterior com uma partida do Pit Lane, independentemente de onde se qualificasse. Já com a garantia que a chuva não viria assolar o traçado do Red Bull Ring, os pilotos foram para a Q2 onde, contra os ataques de Espargaró, Nakagami e Zarco às voltas rápidas, Oliveira conseguiu ficar apenas a duas décimas, que no entanto o colocavam em oitavo na terceira fila da grelha.

No domingo, para a corrida, esperava-se uma boa batalha, talvez entre as Ducati de Miller e Dovizioso e as KTM de Espargaró e Oliveira, qualificado em oitavo na terceira fila. Haveria porém que contar com Joan Mir, e de facto, depois de um arranque furioso de Miller ver o Australiano andar à frente 3 voltas, com Rins e Nakagami a disputarem a segunda posição, é Rins que vem para a frente com a Suzuki Ecstar, com um bocadinho mais atrás, Espargaró e Rins a lutarem por quarto, Dovizioso e Viñales logo atrás e Miguel Oliveira, nessa altura, oitavo.

Miguel fez o que pôde da sua posição, descendo mesmo para nono à quinta volta mas recuperando a 10ª e chegando a sétimo à 14ª volta. Foi então que Maverick Viñales, que andava afundado na classificação em 13º, chega ao final da reta a grande velocidade, aparentemente sem travões, e salta da moto, esta a continuar desgovernada indo bater na Air Fence ao fim da Curva 1 para explodir em chamas.

A queda de Viñales causou a interrupção da corrida…

Claro que a corrida foi parada por bandeira vermelha e no recomeço de 12 voltas, Mir arrancou de novo à frente, seguido de Miller, que liderou logo a seguir, e Espargaró, mas Miguel Oliveira salta imediatamente para quarto, com Binder a atacar o português sem sucesso. À frente, Mir foi alcançado por Pol Espargaró e depois por Miller…

Depois de lutar com falta de confiança na frente na primeira corrida, Oliveira tinha selecionado um pneu dianteiro duro, que lhe deu o necessário para andar ao ritmo da frente da corrida, de tal modo que também ele viria a passar Mir pouco depois, à 5ª volta. À 6ª volta, Espargaró está no comando, mas perseguido por Miller, e os dois começam a trocar de lugar quase a cada curva, numa batalha que Oliveira, entretanto ascendido a terceiro, observava de uma distância prudente.

Ainda por cima Miguel ganhou um BMW M4…

Na última volta via-se que Oliveira tinha ritmo idêntico ao dos dois homens da frente mas estava aguardar por qualquer possível erro dos seus adversários. Esse erro veio quando Miller e Espargaró, engalfinhados, saíram muito largos na última curva, e Oliveira só tive que acelerar por dentro a toda a velocidade para vencer a sua primeira corrida de MotoGP, terminando com um resultado incrível um fim-de-semana extraordinário, até porque lá atrás, a caminho de 14º, Zarco tinha feito a volta mais rápida da corrida!

Com o pódio assim completado por Miller e Espargaró, foi uma vitória histórica…

Para a KTM.

Para Miguel Oliveira.

Para Portugal.

Para a história!

 

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