SBK 2020: Scott Reding diz que os pilotos são censurados

Por a 25 Maio 2020 15:00

“Alguém como Josh Brookes, provavelmente não seremos grandes amigos e nem gostamos um do outro, mas quando ele ganhou eu sempre o felicitei”.

Um piloto que decerto nunca teve medo de dizer o que pensa, Scott Redding diz que o motociclismo mudou ao longo dos anos na medida em que os pilotos já não podem dizer o que realmente sentem.

O britânico é há muito considerado um dos pilotos mais diretos no que toca a expressar a sua opinião, embora, por vezes, isso o tenha colocado em sarilhos.

Um caso em foco foi a sua passagem pela Aprilia, quando se junto à equipa de fábrica para a temporada de MotoGP de 2018, mas lutou com máquinas pouco competitivas e pouco fiáveis, culminando com ele a chamar a RS-GP como um “monte de m***a”, uma explosão que mereceu uma repreensão por parte da empresa.

No entanto, foi também a atitude  sincera e carisma de Redding que lhe valeram uma leal base de fãs ao longo dos anos, sobretudo em 2019, quando conquistou o título no Campeonato Britânico de Superbike.

Agora a competir no Mundial de SBK com a Ducati, Redding admite que é uma pena que os pilotos sejam forçados a reter as suas opiniões com medo de serem criticados.

“No passado, consegui ler algumas palavras do Carl Fogarty e devo dizer que ele tem razão quando considerou as corridas um combate de boxe. De certa forma, também penso a mesma coisa. Na minha opinião, hoje em dia, se um piloto diz o que realmente pensa, é criticado por todos em nome do politicamente correto. Antes todos diziam aquilo em que acreditavam, francamente e sem constrangimentos.”

Refletindo sobre as rivalidades que estabeleceu ao longo dos anos, embora Redding diga que não chamaria amigos a certos pilotos – destacando o seu companheiro de equipa da Paul Bird Motorsport e rival do título da BSB, Josh Brookes, como exemplo, diz que nunca lhes negaria um aperto de mão no final de uma corrida.

“No paddock tentamos sempre ser amigos de todos e o respeito é algo que nunca deve faltar entre as pessoas. No entanto, as pessoas transformam-se em inimigos e acho que é normal. Mas uma vez terminada a corrida, nunca neguei a nenhum deles o aperto de mão.”

“Penso em alguém como Josh Brookes, provavelmente não seremos grandes amigos e nem gostamos um do outro, mas quando ele ganhou, sempre o felicitei. E acho que este é um valor importante no mundo das corridas.”

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