MotoGP 2020: O que podemos esperar da Aprilia? Parte 2

Por a 27 Janeiro 2020 16:00

A aposta da Aprilia na nova RS-GP irá ser recompensada? Teremos uma ideia melhor assim que o teste de Sepang tiver lugar no início de Fevereiro. Como uma fábrica com concessões – a Aprilia não conseguiu pódios suficientes para acumular os 6 pontos necessários para perder a liberdade de testar com mais frequência e modificar o motor durante a temporada – os pilotos da fábrica poderão participar do teste inicial em Sepang mesmo antes do início do teste oficial.

Espargaró está acostumado a carregar a maior parte da carga na Aprilia, e a chegada de uma nova moto deve-lhe trazer nova motivação e energia. O espanhol sempre se esforçou muito, mesmo quando a moto não era competitiva, por isso não há dúvidas quanto ao seu esforço. Mas as suas esperanças para 2020 são altas:

“Espero, e realmente acredito, que na próxima temporada todas as corridas possam ser assim”, disse Espargaró após a corrida em Aragón, onde terminou em sétimo. “Não estou a dizer que temos que lutar pelo pódio, mas em todas as corridas temos que lutar pelos oito primeiros e por não ficar a mais de cinco a quinze segundos dos melhores”. Essa parece uma opção realista, se a nova Aprilia RS-GP for o salto quântico que a marca espera.

A incógnita que rodeia o caso Iannone é outro problema da Aprilia

Talvez o maior obstáculo às esperanças da Aprilia, aparte a complicação inicial da possível erradicação de Iannone,  seja o facto de estarmos a viver na era mais competitiva que o MotoGP já viu. Em 2019, havia quatro fábricas capazes de vencer corridas, e todas as seis participantes terminaram entre os dez melhores. Em 2020, a diferença entre vencedores e perdedores parece ser ainda menor, e a concorrência ainda mais difícil.

Terminar entre cinco e quinze segundos atrás do vencedor é um objetivo admirável e totalmente alcançável. A questão é se isso será bom o suficiente para ficar nos dez primeiros em 2020. As Yamaha devem ser mais competitivas, e com isso, Maverick Viñales deve ser um dos pilotos a desafiar para o título, assim como Fabio Quartararo. Valentino Rossi poderia fazer uma última carga pelo título antes de se aposentar e pelo menos estará disputando pódios em todas as corridas.

Andrea Dovizioso fará o possível para finalmente derrotar Marc Márquez num campeonato, e se a Ducati Desmosedici GP20 realmente melhorar o seu comportamento em curvas longas, a moto pode finalmente ser boa o suficiente para o fazer. Danilo Petrucci tem algo a provar, e Jack Miller está à beira de um grande avanço. Pecco Bagnaia pode ser um novato, mas quem sabe se Johann Zarco pode na Ducati encontrar parte da sua antiga magia novamente?

Na Suzuki, Joan Mir estará pressionando Alex Rins, enquanto Rins irá à procura de mais vitórias do que as duas que ele conquistou em 2019.

Até a KTM, que pode não estar pronta para vencer corridas ainda, terá Pol Espargaró a quere andar nos seis primeiros o mais rápido possível . Miguel Oliveira terá uma motivação extra depois de ter sido preterido no lugar de fábrica que foi para Binder, e a KTM tem dois rookies intrigantes em Brad Binder e Iker Lecuona, que podiam  surpeender.

Há muito que esperar da Honda também. Com que rapidez Alex Márquez se atualizará na equipa Honda Repsol? Cal Crutchlow será capaz de sair em alta na LCR Honda? E o que poderá Takaaki Nakagami fazer na Honda RC213V de 2019?

Depois, há Marc Márquez. Historicamente, grandes pilotos atingem o seu pico absoluto por volta dos 27 anos de idade, e Márquez faz 27 anos em Fevereiro deste ano – o seu número, 93, é uma referência ao ano do seu nascimento. A Honda foi rápida o suficiente para ele vencer novamente em 2019, e se a moto de 2020 for tão boa como os primeiros testes sugerem, ele será novamente difícil de bater. Antes do teste de Sepang, a competição já parece mais dura do que era no ano passado.

É um ótimo momento para ser um fã de MotoGP.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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