1949-2019: 70 anos de MotoGP
As motocicletas, tal como os carros, têm vindo a ser usadas em corridas desde que a primeira moto foi vendida em 1894. A primeira prova, organizada da Ilha de Man, aconteceu alguns anos depois, em 1906. Entre então e o fim da 2ª Guerra Mundial, houve corridas de motos em estradas, campos e pistas de terra por toda a Europa. De certo modo, em 1949, surgiu o Mundial e o desporto que conhecemos e amamos hoje começou a tomar forma.
Em 2019, portanto, cumprem-se 70 anos do nascimento oficioso do que é hoje o MotoGP. Foi também em 1949 que a Federação Internacional de Motociclismo (FIM) foi fundada. Ela organizou o que seria o primeiro campeonato mundial para motos, divididas em classe de 125cc, 250cc, 350cc e 500cc (oh, e sidecars de 600cc), com a primeira corrida realizada no já famoso circuito da Ilha de Man.
O piloto britânico e ex-piloto de bombardeiros Lancaster Leslie Graham, venceu o primeiro título de 500cc numa máquina britânica AJS. O seu compatriota, Freddie Frith, ganhou o título inaugural de 350cc em Velocette.
1950-1975: domínio italiano
Nos primeiros 26 anos da classe de 500cc nos Grandes Prémios, os fabricantes italianos conquistaram o título 24 vezes. A MV Agusta e Gilera levaram Giacomo Agostini, John Surtees e Mike Hailwood a várias vitórias no campeonato mundial.
Nas outras classes menores, a competição foi muito importante, e fabricantes como a Honda, Suzuki, Norton e NSU conseguiram ganhar os seus próprios títulos.
1961: intriga com as dois tempos e a ascensão japonesa
Na década de 1950, o fabricante da Alemanha de Leste MZ começou a desenvolver um revolucionário motor a dois tempos que produzia uns massivos 200 cv. Graças a um engenheiro genial chamado Walter Kaaden, a equipa teve algumas grandes vitórias frente a equipas maiores e mais bem financiadas nos campeonatos de 50cc, 125cc e 250cc com o seu super-piloto Ernst Degner.
Em 1961, perante controvérsia, Degner aproveita o GP da Alemanha para escapar para o Ocidente e assina contrato com a Suzuki. Degner conseguira trazer com ele da República Democrática Alemã a tecnologia de dois tempos desenvolvida por Kaaden na MZ. Esta ajudou a equipa japonesa a desenvolver o que se tornaria no moderno motor de dois tempos e a vencer os títulos na altura.
Finais dos 1960s: Reduções na potência e custos
Nos anos 60, Giacomo Agostini venceu quatro dos seus oito títulos mundiais de 500cc e dois dos seus oito campeonatos de 350cc. As motos italianas ainda eram as mais rápidas na classe rainha, mas em 1966 a Honda tornou-se no primeira fabricante japonês a vencer um Grande Prémio nas 500cc. Entretanto, a Yamaha e Suzuki também estavam começando a ganhar corridas e títulos nas outras classes.
Apesar da concorrência acirrada, em 1967, a FIM decidiu que os custos crescentes da fabricação de motos de corrida precisavam de ser contidos. Este movimento enfureceu as equipas de fábrica japonesas, e a Honda, Suzuki e Yamaha deixaram os Grandes Prémios, deixando a MV Agusta dominar as 500cc.
1975: domínio japonês
No início dos anos 70, a Yamaha, Honda e Suzuki já eram todas vencedoras de corridas e títulos nas categorias de 125cc e 250cc. No entanto, só em 1975, quando Agostini por fim ganhou o título de 500cc numa Yamaha, é que um fabricante japonês conseguiu chegar ao cume do mundo do motociclismo.
A vitória do título de Agostini abriu as comportas. Nos anos seguintes, 75 e 76, Barry Sheene ganhou a coroa de 500cc numa Suzuki, iniciando um período de domínio, que viu fabricantes japoneses ganhar todos os títulos entre 1975 e 2007. O encanto foi quebrado – brevemente – pela vitória de Casey Stoner numa Ducati.
(continua)