Obrigado Miguel, és o nosso campeão!
Em cada campeonato, só há um campeão e tu és o nosso, pois é por ti que torcemos, e foi por ti que sofremos todo este ano.
Deste-nos enormes alegrias e razões de orgulho, assim como algumas grandes desilusões.
Foi difícil suportar as qualificações e ver o teu nome a descer na tabela das classificações ali do lado esquerdo do écran, à medida que a sessão avançava. Começavas sempre por cravar um tempo razoável ali no primeiros 5, mas depois os outros iam melhorando e tu raramente conseguiste recuperar as posições cimeiras da tabela. Foi mesmo duro assistir impotentes a esses momentos incompreensíveis, e ter que aceitar a tristeza e desilusão sem compreender o que se passava. E esse sim foi o teu pior “pecado” – nunca nos teres dado uma explicação que nos facilitasse aceitar o que se passava. Porque é que não conseguias fazer um tempo no top5, quando depois eras sempre o melhor piloto em corrida? Qual a razão? Foram problemas com a moto, que não era rápida em situação de qualificação? Era tu que te ias abaixo psicologicamente com a pressão? Não sabemos a razão e nunca aceitámos bem o facto de ninguém fornecer uma explicação oficial com sentido.
…mas depois nas corridas eras magico e fazias milagres impossíveis! Deste-nos fantásticos momentos de emoção e de orgulho e pudemos assim apoiar-te corrida a corrida à medida que ias marcando pontos sistematicamente no topo e disputavas a liderança com o Bagnaia.
Chegaste à liderança do campeonato na Republica Checa e aí sim todos estávamos seguros de que serias campeão. Seguros mas receosos, pois a fragilidade das sessões de qualificação continuava ali sempre a massacrar-nos.
Mas a partir daí, estávamos em Agosto, nunca mais conseguiste ficar à frente do Bagnaia e a esperança foi-se deteriorando, mesmo que cá para fora continuássemos a fingir que acreditávamos….mas os sinais estavam todos ali bem à nossa frente – o Bagnaia não tremia, nem caía nem errava, pelo contrario, fazia poles e dominava as corridas com segurança, com consistência como um campeão. E a diferença aumentava…
Mas repito a frase do inicio – em cada campeonato só há um campeão e é um facto que o Bagnaia mereceu este titulo, não há como o negar. Foi mais forte, em todos os aspectos – Foi sempre melhor que tu nos treinos, afinou bem a moto, geriu bem os pneus, soube gerir a forma como liderou corridas e como conquistou posições. Não caiu nem cedeu a pressões. A Kalex dele pareceu sempre mais eficaz, sim foi obvio que ele teve sempre uma moto melhor, mas soube aproveitar todas as suas vantagens e ganhou. E quando temos um rival deste calibre pela frente tudo se torna mais complicado…
Mas tu soubeste aguentar-te na primeira fase do campeonato e até chegaste à liderança, e partir daí geriste o prejuízo, mas com grande competência, sem facilitar a vida ao teu rival, que mantiveste sempre em sentido.
És um grande piloto, como nunca houve em Portugal, e poucos houve assim no mundo. És dos melhores, e terás uma grande carreira pela frente. Agora chegaste ao escalão máximo e aí vais continuar a dar-nos alegrias e a encher-nos de orgulho.
Vamos poder agora finalmente gozar o MotoGP em toda a sua plenitude e ver-te a competir ali ao lado, taco a taco com os nossos verdadeiros ídolos. E isso Miguel vai ser mesmo incrível, vai ser uma ano inesquecível, certamente com menos sofrimento, com menos pressão, o que nos permitirá gozar melhor todos os momentos.
Por tudo o que fizeste até agora, por todos os sonhos que sonhámos juntos, por todas as alegrias e mesmo pelas tristezas que nos fazem estar vivos, obrigado Miguel Oliveira!!
Estamos orgulhosos de ti, e para te felicitar o Motosport oferece-te a capa desta semana do Autosport, a única verdadeira forma de demonstrarmos o nosso agradecimento.
Parabéns!
Excelente artigo.
Gostava muito que o Mig explicasse o porquê de ter tido uma época de altos e baixos.
todos falam na ‘quebra’ do Miguel, dizendo não conhecer os factos; para mim, tendo o próprio confirmado essa realidade (2 GP atrás), foi o desenvolvimento da moto de 2018, que se afirmou muito difícil durante quase todo o ano; só agora na Tailândia e talvez na fase inicial esta se mostrou algo capaz frente à concorrência. De notar que as de 2017 (Aegerter, Lowes e Lecuonda) sempre se mostraram ‘mais fáceis’ de optimizar em prova, excepto nesta última onde, creio, a de 2018 deu um visível salto qualitativo
Aqui está um excelente artigo que resume a época do Moto2.
Na minha opinião não era Miguel que tinha de dar explicações(ao publico), mas sim a KTM. Eu questiono, onde esteve a equipa na fase que o Miguel mais precisou?! Quem é que o defendeu dentro da estrutura quando os resultados não apareceram? O porquê da ascensão do Binder no momento em que o Miguel entrava na fase decisiva da época? Sinceramente, acho que o Bagnaia foi um justo vencedor, mas que teve por trás uma grande equipa. Para terminar digo aquilo que sempre disse sobre o Miguel, é um grande piloto e muito inteligente em corrida…obrigado pelas alegrias que nos deste e obrigado por dares tudo por tudo em cada corrida!!!
Força Miguel #44#
O seu único “pecado” foi conseguir dar-nos razões para acreditar que seria campeão. E quase foi. Quanto às situações estranhas, dada a falta de justificação, quase cheguei a achar que havia resultados combinados, nesta fase final. Mas não, seria grave demais.
Um grande Parabéns, vamos continuar a estar contigo Miguel.
Penso que o “problema” do Miguel foi a KTM, que está a guardá-lo para “outros voos mais altos” no motogp,
e não queria que ele corresse qualquer risco no moto2, nesta fase final da luta pelo campeonato.
Se ele fosse para o motogp com outra marca, concerteza o resultado final do moto2 teria sido outro.
A partir do Japão ficou a ideia de que algo se passou para parecer que ele tinha “atirado a toalha ao chão” e o Brad Binder é que passou a assumir as responsabilidades da promoção da marca.
Não conheço O Miguel pessoalmente, mas também não é preciso para saber que ele é daquelas pessoas que não desiste fácilmente perante uma adversidade.
O Miguel é um dotado … e a KTM já percebeu isso há muito tempo.
Parabéns pelo vice-campeonato e muitas felicidades na nova aventura do MotoGP.
Cá estarei a torcer por ele.
Excelente artigo e escrito em Português, o que por estes lados ultimamente não é normal.