MotoGP – Grandes rivalidades: Barry Sheene vs Kenny Roberts
‘Bazza’ e ‘King Kenny’. Depois de Hailwood e Agostini, a história repetia-se: um era a estrela reinante, a figura irreverente idolatrada por milhões; o outro era o aspirante talentoso, focado unicamente em bater o campeão em título.
Quando Kenny Roberts atravessou o Atlântico vindo de uma carreira impressionante nas dirt tracks americanas, Barry Sheene era uma espécie de ‘Valentino Rossi dos anos 70’. O britânico tinha sido campeão do Mundo de 500cc por duas vezes com a Suzuki mas era o seu estilo irreverente, dentro e fora de pista, que o tornava numa lenda do motociclismo.
Não era raro ver Sheene a fumar um cigarro na grelha de partida através de um orifício furado no capacete (!). Ainda mais frequente era ver o inglês rodeado de mulheres bonitas e com um sorriso de playboy.
Roberts era o completo oposto. O rude (e determinado) californiano vivia e respirava corridas. O estilo de vida – e de pilotagem – de ‘Bazza’ eram uma afronta para a personalidade introvertida de Roberts, que só admitia um único resultado na sua carreira nos Grandes Prémios: chegar a campeão do Mundo. Algo que King Kenny conseguiu logo na sua primeira época na classe-rainha, em 1978, um feito que só Marc Márquez conseguiu repetir 35 anos depois.
Quando Roberts começou a bater o campeão Sheene na primeira metade de 1978, o inglês começou a perder a paciência com o novato vindo dos States. E a rivalidade escalou até ao famoso GP da Grã-Bretanha de 1979, em Silverstone, quando Sheene ultrapassou Roberts e levantou o dedo do meio para o seu adversário… que o passou logo a seguir.
Certo dia, o americano disse que “eu só me levanto da cama de manhã para bater o Barry Sheene”. O inglês respondeu à imprensa quando esta lhe perguntou o que achava de Roberts como piloto de desenvolvimento. “Ele nem consegue desenvolver uma gripe”, afirmou Bazza. O ambiente entre ambos desanuviou-se quando ambos se retiraram e Roberts reconheceu a importância da rivalidade de Sheene quando este morreu devido a um cancro, em 2003.
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