Moto2: Mattia Pasini, oito anos depois

Por a 6 Junho 2017 18:13

Um dos grandes momentos do último Grande Prémio de Itália, realizado no passado fim de semana no mítico circuito de Mugello, foi sem dúvida o triunfo de Mattia Pasini em Moto2, naquela que foi a primeira vitória do transalpino na competitiva categoria intermédia do Mundial.

Aos 31 anos, este italiano nascido em Rimini saltou de novo para as luzes da ribalta do Mundial, onde na segunda metade da última década foi apontado como uma das grandes esperanças do motociclismo italiano e consequentemente do próprio Mundial. Contudo, Pasini nunca alcançou na sua carreira o sucesso de nomes como Andrea Dovizioso, Casey Stoner ou Jorge Lorenzo, pilotos que são contemporâneos da sua geração.

Rapidez nunca faltou a Mattia Pasini, mas aliar esta poderosa arma à consistência exibicional e emocional, bem ao estilo de um ‘bad boy’, nunca foi uma realidade. Pelo que o piloto de Rimini desde o início da sua aventura no Mundial marcou os seus desempenhos por uma grande irregularidade. Capaz do melhor e do pior é assim que Pasini se apresenta desde muito novo ao mundo do motociclismo.

Tal situação ajuda a explicar que Mattia Pasini nunca tivesse dado o salto para uma carreira condizente com as expectativas geradas. Daí que os anos tenham naturalmente começado a passar e com isso Pasini perdeu importância no paddock do Mundial. Muitos poucos serão aqueles que se lembram que este irreverente piloto passou em 2010 sem sucesso pelo MotoGP inserido então no projecto da privada Speed Master, onde não conseguiu melhor do que um 10º lugar no Grande Prémio da Holanda.

Isto até que no passado domingo a luz voltou a brilhar e curiosamente no local onde em 2009 havia conquistado a sua última vitória, então na já extinta categoria de 250cc. Com uma corrida isenta de erros e uma derradeira volta de antologia, Mattia Pasini levou ao rubro aos milhares de espectadores presentes no circuito de Mugello. O triunfo no passado domingo foi o epílogo de um início de época como há muito não se via por parte do italiano, pois tem rodado sempre entre os primeiros, mas as quedas – o que mais poderia ser – têm travado melhores resultados.

No meio desta história é imperativo referir que ao contrário dos outros pilotos, Mattia Pasini acciona a embraiagem e o travão dianteiro através de duas manetes junto ao avanço esquerdo, isto porque aos 13 anos sofreu um violento acidente enquanto praticava motocross, que deixou como consequência a perda de muita da sensibilidade da mão direita

Contudo apesar deste infortúnio o piloto italiano nunca se rendeu, foi atrás do seu sonho, e no último domingo escreveu mais uma página de sucesso de sua carreira.

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Alexandre Melo
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